quinta-feira, 10 de dezembro de 2020

ANGELOLOGIA E DEMONOLOGIA CABALISTAS

A pedidos de muitos estudantes de Cabala, teologia, misticismo e esoterismo, venho apresentar um breve e lúcido esboço sobre o que chamamos de anjos e demônios de acordo com a tradição cabalística de forma resumida e pontual.

As fantasias são muito mais gratificantes que a realidade. Mas é com a realidade que devemos trabalhar, ou seja, com os pés no chão, na Cabala de terra, na matéria, como disse o cabalista Rav. Z’ev ben Shimon Halevi: “Devemos lidar com a vida como ela realmente é, e manter a sua própria.”

Infelizmente o estudo sobre anjos e demônios sempre esteve em pleno domínio das especulações folclóricas e mitológicas, ficando assim cristalizadas no imaginário popular.

Anjos e demônios, segundo a psicologia cabalística, nada mais são do que representações arquetípicas, consistindo na experiência mais profunda da criatura humana (luz e sombra). O ambiente cultural é que reveste essas figuras com roupagens ou aspectos antropomórficos diferenciados, que no fim pertencem à mesma realidade psicológica.

Para a Cabala Dogmática, anjos não são seres, e sim, frequências vibratórias emanadas de Ayin Sof que ocupam seus devidos espaços e funções dentro do esquema sefirótico da Árvore da Vida. São as energias constitutivas nos mais variados níveis de energia que perpassam os quatro mundos (níveis de consciência) no esquema da Árvore da Vida: Mundo de Atsilút (Emanação), Mundo de Briá (Criação), Mundo de Ietsirá (Formação) e Mundo de Assiá (Ação).

Podemos encontrar esses seres fabulosos tanto na tradição rabínica quanto no Zohar, no Livro de Ratziel e na literatura dos Hekaloth (Palácios). A angelologia descrita no Zohar deriva da mais antiga mística judaica, a da Tradição Merkavah, que foi fortemente influenciada pelas culturas babilônia e persa de caráter dualista, enquanto as imagens de demônios encontram-se em geral associadas a questões de ordem moral, comum dentro da tradição rabínica.

Dessas crenças fabulosas derivam um arsenal de prescrições rituais mágicas, utilização de amuletos, talismãs e combinações de letras do alfabeto hebraico, quer para invocação das energias angélicas, como para conjurar as influências “demoníacas” que constituem todo o processo ritual da cabala popular, que sendo analisada de forma psicológica só satisfazem e reforçam o egocentrismo e o escapismo de si mesmo, como dizia Jung: “As pessoas farão de tudo, chegando aos limites do absurdo para evitar enfrentar a sua própria alma. Ninguém se torna iluminado por imaginar figuras de luz, mas sim por tornar consciente a escuridão.” Ou ainda S. Freud, que disse que as pessoas não querem amadurecer porque requer responsabilidade, então se escondem atrás do mundo de fantasias pueris.

Essas realidades psicológicas habitam dentro de todos nós, porque nos encontramos dentro da realidade do tempo e espaço, ou seja, na realidade dual, luz e sombra devem ser reconciliadas, isso é o que ensina a Cabala.

 Na próxima postagem vou apresentar um esquema com a anatomia das potências angélicas diretamente relacionadas com o processo da Criação, da nossa realidade existencial e psicológica à luz da tradição cabalística erudita.

Paz Profunda.

KADU SANTORO – Teólogo graduado pela Faculdade Batista do Rio de Janeiro (FABAT-RJ), Escritor, Pesquisador das Ciências da Religião com ênfase em Mística Judaica, Gnosticismo e Religiões Comparadas, Esoterista, Preletor em diversos cursos de Cabala, Teologia Espiritualidade e Meditação, Terapeuta Holístico e Consultor em Espiritualidade.

Contatos para compras de livros, cursos, palestras, congressos, seminários e workshops: Zap (21) 97252-7014, e-mail: conexaoqabbalah@gmail.com, site: www.conexaoqabbalah.weebly.com. 

quinta-feira, 5 de novembro de 2020

ARI - Certeza absoluta

“para que tenha plena certeza das verdades em que foste instruído.” 
Lucas 1.4

É um hábito muito comum entre nós, falarmos a cerca da certeza, temos certeza disso, daquilo, etc. Mas se pararmos para pensar, em que consiste a certeza de ou em alguma coisa? A palavra certeza vem do latim certanus, de certus, que significa algo seguro, garantido, determinado, uma variante de cernere, que tem como sentido distinguir, decidir, peneirar, e ainda na filosofia de René Descartes, certeza consiste no critério para a verdade.

A partir desse último, a certeza como critério para a verdade, surge outra problemática filosófica: em que consiste a verdade? Segundo os cabalistas, a verdade não corresponde a um alvo ou meta a ser atingido, e sim em todo o processo fenomenológico e metafísico dentro da Criação. Em outras palavras, a verdade É, e ponto final, como respondeu o Eterno a Moisés, EU SOU QUEM SOU.

A partir desse raciocínio, se a verdade corresponde a todo o processo, como podemos dizer que temos certeza de algo a partir da nossa limitada lógica temporal racional humana? Deus é o Criador (atemporal), e nós, as criaturas (temporais) que estão contidas na totalidade. Com isso, quando falamos que temos certeza de/em algo, não é certeza, e sim, alguma possibilidade ou ideia, pois como diz a Cabala, não enxergamos a figura completa. E outra coisa, a partir de quem, podemos ter certeza de alguma coisa se somos condicionados pelo ego e por uma pluralidade de “eus”?

Quando nos abrimos ao Criador, apendendo a receber a luz divina através das intuições e insights que falam ao nosso coração, então poderemos experimentar a certeza absoluta através da experiência direta, sem qualquer tipo de interferência racional ou cognitiva, pois a verdade não é uma questão a ser resolvida, e sim, um mistério a ser vivido.

A certeza absoluta não tem nada haver com a fé, pois a fé é racional e baseada na esperança e na crença, enquanto a certeza acontece por si própria fora da dimensão da espera e da crença, consiste em experiência pura e direta, como disse Jung: “eu não preciso acreditar em Deus, Ele existe.” A fé pode ser cega, mas a certeza absoluta jamais.

O maior segredo que a Cabala nos ensina, é que a totalidade encontra-se dentro de todos nós, logo, quando aprendermos a acessar essa dimensão vivenciando essa experiência de abertura e transcendência dentro de nós, vamos desfrutar da certeza absoluta.

Na Cabala, em especial dentro da tabela dos 72 Sopros de Deus, encontramos no 46º Sopro, a expressão ARI que tem como atributo a certeza absoluta, e observe qual o resultado de sua guematria: Ayin=70 + Resh=200 + Yud=10 = 280 = 2 + 8 = 10 = Malchut, uma totalidade, e ainda, ARI  como 46º Sopro, é 4 + 6 = 10 novamente. 10 é 1, o princípio e o fim. Criador e criatura em total comunhão de imanência e transcendência. De agora em diante, ao olhar para o trigrama da certeza absoluta - ARI, você saberá exatamente o que ela representa. Sair do nível da crença e da fé para o nível da experiência direta com a fonte primordial.

Paz Profunda.

KADU SANTORO – Teólogo graduado pela Faculdade Batista do Rio de Janeiro (FABAT-RJ), Escritor, Pesquisador das Ciências da Religião com ênfase em Mística Judaica, Gnosticismo e Religiões Comparadas, Esoterista, Preletor em diversos cursos de Cabala, Teologia Espiritualidade e Meditação, Terapeuta Holístico e Consultor em Espiritualidade.

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quarta-feira, 28 de outubro de 2020

 

Bom dia queridos amigos. Enfim, retornando às atividades presenciais, venho convidar a todos para participarem da minha palestra sobre Cabala na nona edição da maior feira mística e esotérica do mundo, a MYSTIC FAIR 2020, que será realizada nos dias 07 e 08 de novembro no Clube Monte Líbano no Rio de Janeiro, conforme as informações do banner.

É a segunda edição que eu participo, e posso dizer que a primeira foi uma experiência maravilhosa para a divulgação e transmissão da Cabala. Além da palestra, também estarei divulgando e autografando os meus livros (Cabala – Uma jornada de autoconhecimento e Desvelando o Apocalipse), assim como aguardando todos para dar um abraço fraterno. Venham todos e tragam seus amigos.

Um forte abraço e Paz Profunda.


segunda-feira, 5 de outubro de 2020

Início, meio e fim...

 

As letras iniciais das palavras hebraicas para “começo, meio e fim”, Rosh (Resh + Alef + Shin), Tor (Tav + Vav + Resh ) e Sof (Samech + Vav + Pei Final) soletram a palavra Seter (Samech + Tav + Resh) que significa “mistério”.

Quando analisamos a guematria das três palavras: Rosh-começo: 200 + 1 + 300 = 501 = 5 + 1 = 6 (Tiféret); Tor-meio: 400 + 6 + 200 = 606 = 6 + 6 = 12 = 1 + 2 = 3 (Biná); Sof-fim: 60 + 6 + 800 = 866 = 8 + 6 + 6 = 20 + 2 (Chochmá), obtemos a seguinte compreensão: O começo da grande obra de unificação se dá quando chegarmos em Tiféret (Beleza), nos tornando Justos (Tzadik), pois sabemos estabelecer a justiça (Guevurá) com misericórdia (Chéssed), equanimidade. Em seguida, o meio do processo consiste no entendimento (Biná) sobre as Leis do Universo (50 Portas da Inteligência), e em seguida chegamos no final da jornada que corresponde a tomada de consciência da Sabedoria Divina (Chochmá), e assim, somos absorvidos em Kéter (Coroa). Essa é a síntese de todo o “mistério” da jornada do cabalista.

No poema épico Hindu do Baghavad Gita, o guerreiro Arjuna interroga Krishna sobre o seu significado (de Krishna – O Iluminado). Então Krishna responde dizendo: “de todas as criações, EU SOU o início e também o fim e também o meio...”

Enquanto São Tomás de Aquino defende a ideia de que a meta é o alvo a ser atingido, São Boaventura diz que a meta é todo o processo, englobando princípio, meio e fim.

“Respondeu Jesus: “Eu sou o caminho, a verdade e a vida. Ninguém vem ao Pai, a não ser por mim.” João 14.6. É caminhando (subida pela Árvore da Vida) que se atinge a verdade (Biná e Chochmá – Entendimento e Sabedoria Divina), que produz a Realização Suprema em Kéter – Coroa. Ninguém vai a Kéter (Pai), a não ser por Tiféret (Filho). Caminho = início em Malchut – Reino denso, Verdade = em todo o processo de subida na Árvore da Vida até Tiféret – Beleza – Iluminação, e por fim, a vida eterna em Kéter.

Princípio, meio e fim são Um.

Paz Profunda.

 

KADU SANTORO – Teólogo graduado pela Faculdade Batista do Rio de Janeiro (FABAT-RJ), Escritor, Pesquisador das Ciências da Religião com ênfase em Mística Judaica, Gnosticismo e Religiões Comparadas, Esoterista, Preletor em diversos cursos de Cabala, Teologia Espiritualidade e Meditação, Terapeuta Holístico e Consultor em Espiritualidade.

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sexta-feira, 11 de setembro de 2020

Liberdade com Amor e Sabedoria - חרות

A palavra em hebraico para liberdade é cheirut e seu valor guemátrico é 614: Chet = 8 + Resh = 200 + Vav = 6 + Tav = 400 = 614 = 1 + 613, ou seja, todo o número hebraico corresponde ao seu valor mais um, por exemplo, quando dizemos que o alfabeto hebraico possui 22 letras, isso corresponde a 21 + 1 = 22. Isso acontece pelo fato de que Um – Echad é indivisível e dele tudo provém. É por essa mesma razão que a primeira letra da Torá é Bet, a primeira letra da palavra bereshit. Ainda dentro da guematria cabalística, podemos compreender que a liberdade só pode ser alcançada através da Sabedoria – Chochmá: 614 = 6 + 1 + 4 = 11 = 1 + 1 = 2 Chochmá.

Voltando à liberdade - cheirut, cujo valor guemátrico é 613 + 1, significa que a liberdade surge para aquele Um (1) que cumpre a Lei e suas Mitzvot (613 = 248 positivas + 365 = negativas) com disciplina, amor, dedicação e consciência. No judaísmo religioso isso é observado de forma literal, já na Cabala, o que importa é apenas a tomada de consciência de sua origem divina e estar de acordo com as leis cósmicas.

O homem liberto é aquele que é circuncidado em seu coração; o homem capaz de elevar sua consciência aos níveis de Neshamah; o homem potencialmente apto a revestir-se da consciência messiânica, da Glória de Deus (Hod). É por essa razão que a Torá se inicia com a letra Bet e termina em seu último livro, Deuteronômio com a letra lamed na palavra Israel. Cabalisticamente falando, aquele que se dedica à Torá do início (Bet) ao fim (lamed) terá percorrido o caminho do coração, ou seja, a letra lamed + Bet = a palavra Lev = Coração. Assim diz o salmista: “De todo o coração te busquei; não me deixes fugir aos teus mandamentos. Guardo no coração as tuas palavras, para não pecar contra ti.” Salmos 119.10-11

A liberdade só pode ser alcançada com a sabedoria do coração – “Recordar-te-ás de todo o caminho pelo qual o Senhor, teu Deus, te guiou no deserto estes quarenta anos, para te humilhar, para te provar, para saber o que estava no teu coração, se guardarias ou não os seus mandamentos.” Deuteronômio 8.2

A interpretação cabalística dessa passagem consiste na jornada do ser humano rumo a si mesmo, percorrendo o deserto que se encontra entre a mente e o coração; os quarenta anos segundo o Talmude significa a idade da razão, cujo todo ser humano nessa fase da vida já teria passado por várias provas e perdas, assim como, quarenta consiste no número 4, o Tetragramaton Sagrado, o nome inefável de YHWH, os quatro mundos ou níveis da consciência alcançados, ou ainda, o período de maturação alquímica capaz de produzir o quinto elemento, o ouro nobre dos alquimistas, que consiste num coração valoroso. A palavra humilhar é uma péssima tradução, segundo a Cabala, podemos entender como colocar o ego em seu devido lugar, como servo, e não como senhor de nossas vidas.

Para encerrar, a liberdade também só se conquista através do amor, como diz o apóstolo cabalista Paulo de Tarso: “Porque vós, irmãos, fostes chamados à liberdade; porém não useis da liberdade para dar ocasião à carne; sede, antes, servos uns dos outros pelo amor.” Gálatas 5.13

Paz Profunda.

 

KADU SANTORO – Teólogo graduado pela Faculdade Batista do Rio de Janeiro (FABAT-RJ), Escritor, Pesquisador das Ciências da Religião com ênfase em Mística Judaica, Gnosticismo e Religiões Comparadas, Esoterista, Preletor em diversos cursos de Cabala, Teologia Espiritualidade e Meditação, Terapeuta Holístico e Consultor em Espiritualidade.

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quinta-feira, 6 de agosto de 2020

O SENTIDO OCULTO DO ÉDEN E OS QUATRO RIOS DO GÊNESIS

A imagem pode conter: texto

Por Kadu Santoro

Na narrativa de Gênesis 2.10-14, encontramos pela primeira vez na Torá, dentro do relato da criação a palavra “nome” – shem, surgindo em um contexto fluvial, nomeando um rio que desagua em quatro afluentes, lembrando que o elemento água dentro da Cabala está diretamente associado ao espírito por ser um elemento mais sutil e menos denso que a matéria como a conhecemos.

O nome Éden tem sua origem no acadiano edinnu, que provém da palavra suméria edin, que significa “planície” ou “estepe”, que se encontra relacionada a uma palavra aramaica que significa “frutífera” ou “bem regada”. Ainda tem alguns exegetas (Bíblia de Douay-Rheims) que associam esse nome com uma palavra hebraica que significa “prazer”, ficando o texto da seguinte maneira: “e o Senhor Deus havia plantado um paraíso de prazer”, ao invés de “um jardim no Éden.” Assim também foi chamado o enigmático trípico de Hieronymus Bosch – O Jardim das Delícias” – 1510.

Observe bem que a narrativa bíblica faz uma distinção entre o Jardim e o Éden (Gan Éden – Paraíso - Nd( Ng), uma vez que o rio sai do Éden para irrigar o Jardim. Os afluentes são chamados de “cabeças” – rashim. A guematria cabalística da palavra Éden é 9 – ( Ayin = 70 + Dalet = 4 + Num Final = 700 = 774 = 18 = 9 ) Iessód, o Fundamento, o arquétipo da vagina, por onde nascemos vindo das águas, ou seja, o Éden corresponde a origem da vida em Malchut.

“E um rio saía do Éden, para regar o jardim; e dali se espalhava e convertia-se em quatro cabeceiras. O nome de um (shem ha echad) (é) Pishón, o que rodeia toda a terra de Chavilá, que ali se acha o ouro. E o ouro daquela terra é bom: ali se acha o cristal e a pedra de ônix. E o nome do segundo rio (é) Guichón, o que rodeia toda a terra de Cush [Etiópia]. E o nome do terceiro rio (é) Chidékel [Tigre], o que corre ao Oriente da Assíria [Ashur]. E o quarto rio é Perat [Eufrates].” Gênesis 2.10-14 – Versão Torá Sêfer.

Agora vamos analisar cabalisticamente o que representa esses quatro afluentes que procedem do Éden. O primeiro rio se chama PISHÓN - Nw#yp, e sua guematria é a seguinte: Pei = 80 + Yud = 10 + Shin = 300 + Vav = 6 + Num Final = 700 = 1096 = 16 = 7. O segundo rio se chama GUICHÓN - Nwxyg, e a sua guematria: Guimel = 3 + Yud = 10 + Chet = 8 + Vav = 6 + Num Final = 700 = 727 = 16 = 7. O terceiro rio se chama CHIDÉKEL - lqdx (Tigre) e sua guematria é: Chet = 8 + Dalet = 4 + Kuf = 100 + Lamed = 30 = 142 = 7. O quarto e último é PERAT - trp (Eufrates) e sua guematria é: Pei = 80 + Resh = 200 + Tav = 400 = 680 = 14 = 5.

Observe que o primeiro rio é chamado de “rio um” (naar há echad) e não “primeiro rio” (naar ha rishone), estando assim dentro da lógica de raciocínio do hebraico, talvez em função para nos dizer que, mesmo que haja uma “hierarquia” entre esses quatro rios, o primeiro não seria necessariamente o primeiro a ser mencionado, assim como a letra Álef, a primeira do alfabeto hebraico, que é sagrada e por isso dá lugar a letra Bet para início do alfabeto, e por isso o alfabeto é chamado Álef-Bet.

Um segredo revelador!!! Repare que no enunciado dos quatro rios, somente os três primeiros tem a palavra “nome” – shem. O quarto rio, apesar de ter um nome, não é precedido pela expressão “o nome do quarto rio...”, porque???

Temos várias pistas para essa resposta. Perceba que a guematria dos três primeiros rios dá 21, ou seja, cada um dos três rios dá 7 – Nêtsarch – Vitória. A guematria do quarto rio dá 5 – Guevurá – Justiça. Temos três rios dando 7 cada um, e um rio dando 5. Segundo os cabalistas, eles veem nesses quatro rios uma alusão/alegoria aos quatro níveis de interpretação das Sagradas Escrituras, o PARDES, que significa “pomar” ou “paraíso”: PeSHaT = Sentido simples, literal; ReMeTZ = Insinuação, alusão, alegórico; DeRaSH = interpretação e SoD = Sentido secreto, oculto, místico.

Logo, perceba que os três primeiros níveis (rios) são iguais no sentido da abordagem racional, e o quarto nível, o SOD, é o nível transcendente, espiritual e secreto, o nível em que a Cabala opera. Podemos fazer essa associação no Novo Testamento, entre os quatro Evangelhos, onde os três primeiros: Mateus, Marcos e Lucas, chamados de sinóticos (semelhantes e históricos), enquanto o quarto Evangelho, o de João, o Evangelho mais elevado e espiritual, aquele que conduz o leitor aos mistérios do Apocalipse, também chamado esotericamente de a Chave de David, que é o nível de SOD, segredo.

Outro segredo importante, é que a soma da guematria cabalística dos quatro rios, dá exatamente o número do Nome Sagrado – o Tetragrammaton, 26, ou seja, 7 + 7 + 7 + 5 = 26. O resultado guemátrico dos quatro rios é o valor do Nome Sagrado – hwhy.

Ainda temos uma análise profunda na visão hindu, onde essas quatro rios, representam as quatro correntes de energia vital na coluna, segundo a teoria dos chakras: Sushuma, Vajra, Chitra e Brahmanadi, e ainda, os Sufis, a Tradição Esotérica do Islã, ensina que os quatro rios do Paraíso referem-se aos quatro canais nervosos sutis no corpo humano, que o praticante é instruído a ativá-los de diversas maneiras, entre elas, através das danças/movimentos sagrados dos Dervixes.

Para encerrar, a Água da Vida estudada acima, consiste em uma corrente de energia fluídica real que percorre pelo corpo humano e pelo cérebro nos estados superiores de consciência. Essa Água da Vida possui outros nomes em outras culturas como Ambrosia, Amrita, Soma e até de Néctar da Imortalidade (Epopeia de Gilgamesh). A água é a metáfora convencional para o fluxo das correntes de energia vital, simplesmente porque “a verdadeira sensação de transmissão de energia é como água corrente, como uma força que percorre o corpo do agente de cura.” Rosalyn Bruyere, Wheels of Light.

Já que sabemos que água está associado com espírito, consciência, também podemos associar esses quatro rios aos quatro mundos ou níveis conscienciais da Árvore da Vida: Atsilut – Mundo da Emanação; Briá – Mundo da Criação; Ietsirá – Mundo da Formação e Assiá – Mundo da Ação.

Paz Profunda.


sábado, 4 de julho de 2020

A SABEDORIA QUE PROVÉM DO CORAÇÃO



A letra Lamed - למד ocupa uma posição particular no alfabeto hebraico. Ela é a 12ª letra, e em sua grafia, é a maior letra do alfabeto. Ela significa estudar ou ensinar, inclusive a expressão Talmud, consiste em uma declinação da letra Lamed. Os cabalistas desenvolveram um acrônimo constituído por três letras do alfabeto hebraico: Lamed, Mem e Dalet, formando a expressão “Lev mevin Da’at” – “O coração compreende o conhecimento.”


Observe que aquele que compreende o conhecimento com coração – Lev, é um sábio – Chachám - חָכָם, que é exatamente o sentido da resultante da gematria da palavra Lamed, que corresponde à segunda sefira da árvore da Vida, Chochmá – Sabedoria, Lamed = 30 + Mem = 40 + Dalet = 4 = 74 = 7 + 4 = 11 = 1 + 1 = 2 = Chochmá – Sabedoria.


Observe que a gematria da palavra Chachám – Sábio, corresponde à sétima sefira da Árvore da Vida – Nêtzach - Vitória, ou seja o número 7 sagrado, logo podemos dizer que um sábio é um vitorioso, aquele que conhece as coisas relacionadas à espiritualidade – 3, e as relacionadas com a materialidade – 4, Chet = 8 + Caf = 20 + Mem Sofit = 600 = 8 + 20 + 600 = 628 = 6 + 2 + 8 = 16 = 1 + 6 = 7.


É fundamental saber que tanto na Torá quanto em toda a Bíblia, não existe a palavra cérebro, só se fala do coração, considerando que é a partir dele que o homem pensa. A esse respeito a Torá dos diz o seguinte: “Deus não vos tem dado um coração para conhecer.” Deuteronômio 29.3, nos ensinando que dentro do judaísmo, mais precisamente na psicologia esotérica da Cabala, o conhecimento passa através do coração.

Assim também, na prece cotidiana, o shemá, encontra-se dito o seguinte: “Estas palavras estarão em teu coração.” Aqui isto significa: “tu deves compreendê-las.” A palavra “coração” possui um sentido muito amplo nas Escrituras Sagradas. Podendo definí-la como a parte “cognitiva” do homem, tanto no nível intelectual quanto no nível emocional – “Guardo no coração as tuas palavras, para não pecar contra ti.” Salmos 119.11 Depois podemos diferenciar o cérebro e o coração.


Uma vez estabelecida essa diferenciação, as pessoas se interrogam frequentemente sobre a “distância” que os separa – “A distância mais longa a ser percorrida é da mente ao coração.” Thomas Merton.


A maior questão na vida permanece: quais são as relações entre o coração e a razão se as vezes eles nem sequer se falam? A resposta parece simples, porém, colocá-la em prática consiste no maior desafio humano: O centro intelectual corresponde ao nível da alma chamado Neshamah, enquanto o centro emocional, ao nível da alma chamado Rúach, e ainda temos o terceiro nível que é chamado Néfesh que corresponde aos instintos e as atividades motoras. Logo, o objetivo do ser humano a partir do seu tikkun - conserto a ser realizado, consiste justamente no alinhamento desses três níveis da alma: Néfesh (ações), Rúach (sentimentos) e Neshamah (pensamentos), a restauração do triângulo equilátero perfeito, símbolo muito usado pelos esotéricos.


Outra observação importante dentro do tema, é a questão da meditação. É de fundamental importância para os estudantes de Cabala, discernir o que é meditar segundo a tradição judaica das demais tradições. A palavra hebraica para meditação é Hagah, que possui o sentido de; ou seja, uma referência à prática que muitos têm, durante a meditação, falar sozinho ou em baixa voz, refletindo sobre uma determinada questão, alguns comparam ao ato de ruminar dos bois, dessa forma devemos ficar mastigando as palavras e refletindo sobre elas – “Antes tem o seu prazer na lei do Senhor, e na sua lei medita de dia e de noite.” Salmos 1.2. Outras práticas meditativas voltadas para a contemplação e recolhimento interior, foram enxertadas na Cabala tardiamente na transição da Idade Média para a Idade Moderna, e com certeza tiveram influências de tradições orientais e dos Padres do Deserto.


Um exercício simples para despertar os centros constitutivos (os três níveis da alma), consiste ao acordar pela manhã, ainda sentado na cama, inspirando e expirando suavemente, colocar uma das mãos em forma de concha levemente sobre o topo da cabeça, em cima do chakra coronário e dizer: EU QUERO SER; em seguida, abaixando a mão, levar para o peito e colocar novamente em forma de concha na posição do chakra cardíaco e dizer: EU POSSO SER; e por último, baixando mais as mãos, colocá-la na região do chakra umbilical dizendo: EU SOU. Fazer isso por três vezes já é o suficiente.


Em síntese, nós não podemos sentir nenhuma emoção sem discernimento prévio. Não é possível amar se não há um “objeto” a ser amado, assim como eu não posso odiar sem ter o “objeto” do meu ódio. O cérebro indica todos esses objetivos. O coração é, decerto, capaz de fabricar emoções, mas antes disso, é preciso conceber as coisas. Antes tenho que saber do que estou falando. Depois, decidir se sou contra ou a favor. Uma vez estabelecido que “há alguma coisa”, a palavra é do coração.


Segundo os filósofos, não existe conhecimento “objetivo”, até mesmo na física se encontra esse pressuposto. Quer dizer, mais precisamente, que o cérebro transmite um dado ao coração, este julga se o dado lhe convém ou não, porém, esse julgamento se opera segundo critérios subjetivos, ou seja, o coração possui sua própria lógica, conforme disse Pascal, que “o coração possui razões que a própria razão desconhece.”


Assim, podemos dizer que o cérebro possui um conhecimento “global”, e que depois, o coração distingue o que é bom do que é mal, ou seja, entre o que lhe convém e o que lhe agrada, conforme disse o apóstolo cabalista Paulo: “Tudo me é lícito, mas nem tudo convém. Tudo me é permitido, mas eu não deixarei que nada domine.” I Coríntios 6.12 Esse é o princípio da sabedoria e do discernimento o qual devemos buscar despertar mais a cada dia.


A função do cérebro é pensar as coisas com objetividade. O coração busca compreender (faculdade de Biná – Compreensão e Entendimento), de modo subjetivo, de que modo isto é importante para mim. Aliás, o verbo “conhecer”, além destes conceitos evocados, possui um significado muito preciso. Toda vez que se encontra o verbo da’at, que designa diversos conhecimentos, ele expressa sempre o fato de que isto me “concerne ou me diz respeito.”


Paz Profunda.


KADU SANTORO – Teólogo graduado pela Faculdade Batista do Rio de Janeiro (FABAT-RJ), Escritor, Pesquisador das Ciências da Religião com ênfase em Mística Judaica, Gnosticismo e Religiões Comparadas, Esoterista, Preletor em diversos cursos de Cabala, Teologia Espiritualidade e Meditação, Terapeuta Holístico e Consultor em Espiritualidade.


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quinta-feira, 4 de junho de 2020

A Cabala e os quatro níveis de consciência



Os ensinamentos da Cabala exigem o despertar, mas não diz como despertar. Essa é a razão porque esses ensinamentos foram preservados em oculto através das eras, restritos apenas aqueles que reconheciam seu estado de inconsciência e alienação diante do mundo, como Sócrates, que torna-se sábio quando reconhece o seu estado de ignorância em sua célebre frase: “só sei que nada sei” ou segundo Hermann Hesse: “Não sou aquele que sabe, mas aquele que busca.

Enquanto o homem não amadurecer e assumir-se como único responsável pelos seus pensamentos, sentimentos e ações, como disse Freud: “o homem não quer amadurecer porque requer responsabilidade”, continuará vivendo num estado de auto engano, procurando soluções fáceis, se vitimizando, culpando os outros e seguindo gurus com suas promessas de prosperidade e sucesso.

O trabalho do cabalista consiste na psicologia do esotérico, onde o seu trabalho-esforço é realizado de fora para dentro, com o objetivo de conduzir o indivíduo ao deserto existencial de sua alma à lembrança de si. Essa é a metáfora dos quarenta anos no deserto descrita na Torá, onde o número quarenta possui dois profundos significados. O primeiro, é relacionado a idade de quarenta anos, considerada como idade da razão, ou seja, idade a qual provavelmente o homem adquiriu alguma maturidade e assim pode começar a compreender-se de forma madura. Segundo, o número quarenta na gematria cabalística é quatro ( 4 + 0 = 4 ), representa estabilidade, realização e trabalho, o fortalecimento da decisão de trabalhar sobre si mesmo para o despertar da consciência, libertando-se dos automatismos e identificações, tornando-se consciente de sua condição.

O verdadeiro cabalista compreende que o esquema da Árvore da Vida – Etz Chaim, corresponde ao seu esquema existencial que opera em quatro níveis de consciência (os quatro mundos – Atsilut, Briá, Ietsirá e Assiá), porém, percebe que passa a maior parte do tempo em Assiá, ou seja, no mundo das formas e das aparências, esquecendo-se da sua essência, como na história de Marta e Maria no Evangelho - Lucas 10.38-42, onde Marta, recebendo Jesus-Tiféret em casa, ocupa-se com as coisas aparentes e mundanas, enquanto Maria-Biná/Iessód escuta atentamente a mensagem-essência.

Para que o aspirante aos estudos da Cabala possa progredir, é preciso compreender muito bem como funciona os seus quatro níveis de consciência:

O primeiro estado de consciência (Assiá), o sono, nada podemos saber da verdade. Ainda que cheguem até nós percepções ou sentimentos reais, estes se mesclam aos sonhos; e, nesse estado de sono, não podemos distinguir o que é sonho do que é realidade.

No segundo estado de consciência (Ietsirá), que chamo de sono desperto, só podemos conhecer uma verdade relativa – de onde o termo consciência relativa.
No terceiro (Briá), ou seja, no estado de consciência de si, podemos conhecer toda a verdade sobe nós mesmos, a nossa realidade.

E por último, no quarto estado de consciência (Atsilut), chamado de consciência objetiva, o homem se encontra em condições de conhecer toda a verdade sobre todas as coisas, pode estudar “as coisas em si mesmas”, ou seja, “o mundo tal como é.”

Assim, O trabalho real do cabalista não consiste na prática e manipulação de letras, pantáculos, preces, hábitos e costumes judaicos, símbolos e observâncias em prol de algum benefício (isso é religiosidade exotérica), o mais importante desses é a sua compreensão esotérica ali encerrados de forma implícita, o Sod-segredo, a linguagem do inconsciente, para que assim, o cabalista mergulhe dentro de si mesmo desenvolvendo o árduo trabalho do autoconhecimento. “Pois que adianta ao homem ganhar o mundo inteiro e perder a sua alma?” Marcos 8.36

Paz Profunda.


KADU SANTORO – Teólogo graduado pela Faculdade Batista do Rio de Janeiro (FABAT-RJ), Escritor, Pesquisador das Ciências da Religião com ênfase em Mística Judaica, Gnosticismo e Religiões Comparadas, Esoterista, Preletor em diversos cursos de Cabala, Teologia Espiritualidade e Meditação, Terapeuta Holístico e Consultor em Espiritualidade.
Contatos para Cursos, Palestras, Congressos, Seminários e Workshops: Zap (21) 97252-7014, e-mail: conexaoqabbalah@gmail.com, site: www.conexaoqabbalah.weebly.com.

domingo, 3 de maio de 2020

Ainda sobre o número 40 e a quarentena segundo a Torá e a Cabala



Por Kadu Santoro

Ainda sobre a quarentena, venho apresentar uma visão mais aprofundada sobre o número 40 de acordo com a tradição judaica e da Cabala.

O número 40 equivale ao valor numérico da letra Mem no alfabeto hebraico, possuindo muitas significações. Ele conota, entre outras coisas, o julgamento de Deus. Segundo as Escrituras, existem dois eventos que duraram 40 dias que foram bem pontuais. O primeiro, o Dilúvio – Mabul, e o segundo, quando o profeta Jonas vai à Nínive, e diz: “Mais quarenta dias e Nínive será destruída.” Jonas 3.4.

Nessas passagens da Bíblia entre outras relacionado com o julgamento divino, se estendem por quarenta dias, tendo como significado cabalístico, o período em que o homem atinge certa maturidade, aos 40 anos, idade suficiente para já ter passado por muitas provas e tribulações na vida, lembrando também que o dia da cólera divina dura 40 dias.

O número 40 também é considerado como um número de plenitude, pois ao quadragésimo dia, o feto no ventre da mãe se torna um embrião e começa a “viver” literalmente.

Da mesma maneira, os 40 dias nos quais Moshé ficara no Monte Sinai tem fortes relações com os 40 dias do Dilúvio. Existe uma semelhança entre o Dilúvio e o dom da Torá: Mabul – Dilúvio e Matan – dom (perceba que ambas palavras começam com a letra Mem). O Dilúvio consiste numa queda d`água, enquanto a Torá é comparada a água que possui fluidez para envolver tudo, de acordo com o profeta Habacuque: “Porque a terra se encherá do conhecimento de Deus, como as águas cobrem o mar.” Habacuque 2.14

Os 40 dias do Dilúvio (lembrando que isso não acontece todo dia) Deus prometera que isso só aconteceria uma vez. Do mesmo modo, o número 40 volta várias vezes no episódio do dom da Torá. Moshé esperou pelas Tábuas da Lei por 40 dias. Depois, mais 40 dias de expiação após o pecado da construção do Bezerro de Ouro. E ainda mais 40 dias para receber as segundas Tábuas da Lei. Em outras palavras, se os homens se tornam melhores, em vez do Dilúvio, é a Torá que eles recebem!

Assim como o Dilúvio permitiu a construção de um novo mundo, nós também podemos começar uma nova história a partir desse período de quarentena, caso contrário, seremos apagados de vez da história do planeta Terra como no passado. Portanto, o número quarenta representa plenitude, um número perfeito em relação ao conserto (Tikun).

Segundo o nosso calendário ocidental, 2020 = 4, o momento é esse para a realização da mudança da consciência planetária. Não podemos mais continuar vivendo a mesma vida egoísta e alienada da nossa verdadeira essência a partir dessa quarentena.

Mesmo que esse vírus tenha sido criado em laboratório e utilizado como arma bacteriológica de guerra, como tudo indica, mesmo assim, devemos observar todos os sinais, pois antes que o homem pense em fazer o mau, o Criador na sua onisciência já viu e permitiu para que o homem possa despertar do seu estado egoísta, ganancioso, vaidoso e medíocre de existência, saindo da sua zona de conforto e lembrando-se de sua fragilidade e finitude.

De acordo com o calendário judaico e a Torá, a humanidade possui um prazo de 6.000 anos para estabelecer o tikun HaOlam, a restauração da “queda”, e é preciso lembrarmos que já estamos no ano 5778, restando apenas 222 anos para o ciclo de 6.000 anos se encerrar, mas do jeito que estamos vivendo, dentro desse paradigma diabólico da competição, da intolerância, da falta de amor e solidariedade, de espiritualidade, da degradação do meio ambiente, da geração de consumo desenfreado, dos valores éticos e morais, do desperdício generalizado, da falência cultural, da mentira, da ganância, do egoísmo, da vaidade e da politicagem sórdida, corremos o sério risco de abreviarmos esse fim.

Paz Profunda.

quarta-feira, 8 de abril de 2020

A parábola budista dos dois espinhos e o cenário atual

O Espinho na Carne - Pregações e Estudos Bíblicos
Por Kadu Santoro

O mundo nunca esteve tão polarizado como nos dias atuais, e o cenário próximo é bem alarmante. De um lado a possibilidade da instauração de uma Nova Ordem Mundial orquestrada pela famigerada elite global, que detém 70% da economia mundial seguindo o regime capitalista neoliberal, e do outro lado, surge o gigante bloco eurasiático de sistema totalitário comunista. Mas apesar da polarização, o que poucos sabem, é que tanto um modelo quanto o outro, são extremamente semelhantes e letais para a humanidade.

Vamos ver a parábola budista sobre os dois espinhos: “Certo dia, Buda caminhando pela estrada encontra um jovem sentando a beira desta chorando, então ele se aproxima e pergunta, o que houve meu jovem? E o jovem responde, estou com um espinho enfiado no meu pé. Então Buda diz a ele, pega outro espinho e com esse retira o outro. Assim fez o jovem, ficando agora com os dois espinhos nas mãos, e pergunta ao Buda, e agora o que eu faço com os espinhos? E Buda responde, jogue-os fora.”

A partir dessa introdução, podemos fazer muitas considerações. A primeira, é tomarmos consciência de que essa polarização não se iniciou nos governos e seus regimes políticos, e sim, dentro de cada indivíduo, a partir da intolerância e da não aceitação do próximo como ele é e pensa, ou seja, um espinho não é inimigo do outro, são apenas dois espinhos frutos do mesmo espinheiro.
Segunda, a parábola nos ensina que ser diferente não significa sermos inimigos. O espinho que entrou no pé do jovem não é ruim, consiste apenas num espinho que se encontrava no caminho, e devido a distração do rapaz acabara por ferí-lo, enquanto o outro espinho não foi bom porque contribuiu para retirar o outro, foi apenas um instrumento para removê-lo.

Terceira, ambos os dois espinhos devem ser descartados sem passar por nenhum juízo de valores ou apego, apenas descartá-los, pois são apenas dois espinhos de um mesmo espinheiro. Diante da atual polarização em que nos encontramos, é preciso descartar as duas realidades ideológicas, que já tiveram o seu tempo e infelizmente nada contribuiu para a evolução harmônica e construtiva da humanidade em nível individual ou coletivo.

É preciso olharmos para frente, levantarmos do choro a beira da estrada e caminharmos rumo ao novo, um novo paradigma pautado na unidade na diversidade, na comunhão e cooperação ao invés da competição e disputa como tem sido até agora.

Precisamos de um novo ethos humanitário, uma nova forma de pensar, sentir e agir com consciência, livre das identificações e partidarismos. Não precisamos mais de partidos, e sim, de inteiros, indivíduos plenos, responsáveis e conscientes da sua missão de terapeutas, cuidadores da nossa mãe Terra. Cuidarmos uns dos outros com a lembrança de que somos apenas hóspedes temporários nesse mundo, e que a hospitalidade é requisito fundamental para com o viajante.

Antes do desarmamento bélico é preciso desarmarmos as couraças que impendem as nossas relações salutares com o próximo, lembrando que a mesma essência que nele habita, encontra-se em todos nós, e que todos somos uns, como espinhos do mesmo espinheiro. Não adianta colocar remendo novo em roupas velhas.

O novo está sempre batendo a porta dos nossos corações, mas antes é preciso acordarmos para a vida que nos espera e deixarmos de lado a vida que supomos ser a correta, pois essa é fruto das nossas sombras, condicionamentos e dos mecanismos de autopreservação, manipulados pelo ego com os seus desejos e caprichos.

Quando Buda recomenda para jogarmos fora os dois espinhos, significa abandonar a condição de ter e assumir a condição de ser, pois assim, como ficar com dois espinhos nas mãos, é igual aquele que possui dois agasalhos e não partilha um com o seu próximo.

O verdadeiro desperto é aquele que acorda para a realidade do Ser, e sem ter que estar de lado algum, contribui para a evolução da humanidade a partir do trabalho sobre si, em estado de plenitude e em total comunhão com todos. Do espinheiro também brotam flores.

Paz Profunda.

terça-feira, 24 de março de 2020

Programa estratégico cabalístico de seis passos para o desenvolvimento pessoal em tempos de transição.


Por Kadu Santoro


Diante dessas mudanças radicais de paradigmas que estão acontecendo de forma rápida e avassaladora em nosso mundo, os ensinamentos cabalísticos mais do nunca nos oferecem um programa estratégico de ajuste pessoal para o novo modelo civilizatório que está se configurando.

O número seis na Cabala remete ao homem. De forma mais aprofundada, corresponde ao símbolo do hexagrama, as duas tríades, ascendente e descendente, o espiritual e o material em perfeito equilíbrio e estado de harmonia.

Baseado nos seis dias da criação conforme os relatos da Torá, também chamado em grego de hexaemeron, esse programa visa despertar os potenciais adormecidos na humanidade para a consciência de sua verdadeira natureza, divina, ou seja, somos imagem e semelhança do altíssimo, estabelecidos aqui no mundo de Assiá (mundo da ação ou realização) através da metáfora do Adão decaído, para fazermos a grande restauração do mundo (Tikun Há Olam), ou seja, nossa missão aqui e agora, é de sermos coparticipantes nos processos de criação, manutenção e transformação, com o objetivo de elevar os padrões vibratórios do planeta despertando a consciência para o paradigma da comunhão, do compartilhamento, pois infelizmente até agora, a humanidade atingira o seu nível mais baixo através do paradigma da competição e da divisão, ou seja, temos que sair da dimensão dia-bólica (do grego diabolós – aquilo que separa) para a dimensão sim-bólica (do grego simbólon – aquilo que junta).

As diretrizes desse programa encontram-se em forma de um acróstico, associadas as seis iniciais da palavra Cabala, que provém do verbo lecabel, que significa recebimento, transmissão ou tradição recebida, que inicialmente era realizada de forma oral, da boca para o ouvido, e consiste na expressão máxima da Antiga Tradição dos Hebreus, Shemá, que é formado pelas letras hebraicas shin = dente e Mem = Água, que correspondem à forma e substância da boca, que utilizando a gematria, resulta no número sete, o Poder e Presença de Deus, Shin = 300 + Mem = 40 = 300 + 40 = 340 = 3 + 4 = 7. Resumindo, as palavras que são transmitidas através dos ensinamentos da Cabala, são segredos de Deus revelados para o homem.

São seis aspectos a serem trabalhados dentro de cada um simultaneamente: Crescimento, Atenção Plena, Beatitude, Autoconhecimento, Liberdade e Assertividade.

Crescimento: visa a tarefa de expansão da consciência e percepção produzindo um grau mais elevado de maturidade e sensibilidade através do exercício da contextualização dos acontecimentos num âmbito mais amplo, desenvolvendo uma visão periférica.

Atenção Plena: Não é meditação, e sim, procurar estar presente, seja numa tarefa simples como descascar uma batata ou complexa como ajustar um componente em um equipamento de precisão. O importante é sentir-se a partir da lembrança de si, reconhecendo que passamos a maior parte do tempo no automático num verdadeiro estado se sono, não vivendo, apenas existindo, deixando a vida levar.

Beatitude: termo pouco utilizado que significa estado permanente de perfeita satisfação e plenitude, felicidade (felicidade beatífica) profunda e incondicional, objetivo mais nobre que alguém pode alcançar nesse mundo, é estar além do bem e mal, reconciliado com a natureza. O exercício para alcançar esse estado é a prática constante do desapego, buscando viver uma vida minimalista, satisfazendo-se com o necessário e essencial para a passagem pelo mundo. As leituras dos livros sagrados e a prática da contemplação ajudam nesse processo para a beatitude.

Autoconhecimento: “Conhece-te a ti mesmo”, já dizia o Oráculo de Delphos. O primeiro passo para auto conhecer-se é reconhecer o seu estado de ignorância e incapacidade de se relacionar diretamente com as coisas, ou seja, tudo que vivemos e conhecemos passa primeiramente pelo crivo do ego e das nossas falsas projeções (eus) como acontece no Mito da Caverna de Platão, onde só vemos as sombras da verdade. O exercício para despertar o autoconhecimento consiste na observação dos nossos pensamentos, sentimentos e instintos, procurando identificar as suas origens entre as milhares de vozes internas. É necessário escutar a voz do silêncio, o seu Eu Superior, aquele que É.

Liberdade: a liberdade é um passo para a beatitude. Só é realmente liberto aquele que reconhece que não está no controle de absolutamente nada e que a vida flui conscientemente para aquilo que tem que ser de acordo com as leis cósmicas. O liberto não é aquele que supõe ter razões, e sim, aquele que pretende ser feliz, desapegou-se de suas falsas projeções, sabe que ele é apenas um grão de areia na imensidão do universo. Um grande exercício para despertar a sensação de liberdade, é procurar sentir  conscientemente a respiração, o ar entrando pelas narinas, enchendo os pulmões e expirando pela boca, fazendo isso sem pressa, e se quiser pode ao inspirar expirar usar o mantra shemá, assim, quando estiver inspirando pronuncie em silêncio o shem, e quando expirar o má, shemmmmáaaaaaa.

Assertividade: a assertividade está relacionada com a capacidade do indivíduo expressar aquilo que pensa, os seus direitos ou de outras pessoas de forma sábia, sem ser agressivo ou aceitar passivamente algo que não concorde. Segundo os mestres cabalistas, a assertividade é mais do que uma técnica, é uma arte que não envolve apenas a dialética e a retórica, e sim, um estado de espírito equilibrado, pronto para ouvir, tardio para falar e se irar como descrito da Epístola de Tiago 1.19. Um exercício para desenvolver a capacidade assertiva, é buscar ler textos inspirados, como os das Sagradas Escrituras de forma bem lenta e pausada, e também praticar como disse Rubem Alves, a arte da escutatória, pois de oratória já estamos fartos. Fala e se expressa melhor que mais ouve.

Depois de toda essa explanação sobre o programa estratégico cabalístico de seis passos para o desenvolvimento pessoal, resta duas orientações, a primeira é não criar expectativas de resultados e nem estabelecer metas, apenas se dispor a realizar o trabalho sobre si. E em segundo lugar não acreditar em nada, sem antes fazer a experiência. O trabalho consiste num método de livre auto iniciação, não há graus, estágios ou qualquer outro tipo de hierarquia, pois mestre e discípulo são um.

Bom trabalho sobre si.


domingo, 16 de fevereiro de 2020

A Cabala e o momento atual


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Por Kadu Santoro

Não é de agora que a humanidade se voltou para o sectarismo e a segregação, dividindo-se em grupos ideológicos que ascenderam em todos os setores da sociedade, e nenhum dos modelos até agora deu certo.

Esse processo iniciou-se entre o homo sapiens na transição do período de caçador coletor para o período agricultor, em torno de 40.000 mil anos atrás. Durante essa transição, o homem perdeu o contato intuitivo direto com a natureza, e com o advento dos assentamentos agrícolas, passou a desenvolver uma relação racional pautada na seguinte fórmula: Eu semeio e peço aos deuses que enviem a provisão, ou seja, já não era mais uma relação natural, intuitiva como antes, e sim, uma relação de barganha e submissão à uma autoridade superior.

Segundo a Cabala, a partir do momento em que o ser humano deixou de olhar para dentro de si, seguindo o seu coração e suas intuições (mito da queda), acabou por gerar uma profunda separação, investindo toda a sua energia para o mundo material (Assiah) através do estabelecimento de relações de poder, que consequentemente foi a causa de todas as fragmentações vivenciadas até os dias de hoje.

Logo, cada ponto de vista tornara-se “verdade absoluta”, e assim aqueles que pensavam de forma parecida, se agrupavam, de forma que o não entendimento profundo sobre si mesmo já não fazia mais sentido, limitando-se agora a ver apenas um ponto diante da figura completa. E assim, a cada nova concepção filosófica, científica, social ou de qualquer ordem diversa, tornou-se cada vez mais fragmentada.

Essa fragmentação veio gradativamente destruindo a realidade pessoal de cada indivíduo, deixando de lado a sua essência esotérica, onde a partir de cada religião, filosofia, partidos políticos, correntes de pensamentos, tribos, nações, etnias, hábitos e costumes, etc, virou motivo para conflitos e divisões.

O momento atual em que nos encontramos, está profundamente marcado pela fragmentação, essa que gera a cada dia mais intolerância e ódio. É de suma importância saber que toda essa fragmentação é conscientemente planejada por um pequeníssimo grupo de sociopatas megalomaníacos. Basta fazer uma análise bem cuidadosa dos eventos históricos e logo irá juntar as peças do quebra-cabeças.

Para um cabalista, o mais importante é se posicionar de forma imparcial diante dos fatos como um simples expectador diante do grande teatro montado pelos diabólicos (diábolós do grego, aquele que separa), lembrando que tudo o que é partido, não é inteiro, pleno, assim, voltando-se cada vez mais para dentro de si, de forma a não perder a sua preciosa energia.

A Cabala nos ensina que vivemos no mundo da ação (Assiah - Malchut), e o nosso papel nesse mundo, é de reunificação a partir do processo de individuação, respeitando a realidade de cada um em sua dimensão microcósmica, é o conceito alegórico do despertamento do messias individual, o despertar da consciência espiritual, de forma que como o Zohar nos ensina, que todos nós nos encontramos interligados, a despertar o messias coletivo, a consciência crística planetária, que é a centelha propulsora para o grande salto quântico da humanidade para um padrão mais sutil e elevado de existência.

Nesse momento atual, o que um verdadeiro cabalista deve fazer, é procurar não se identificar com nenhuma forma, partido ou agrupamento de ideias, pelo contrário, dedicar toda a sua força em prol do bem e da evolução espiritual de todos. Sua ferramenta mais potente é a meditação e a observação de si, reconhecendo que tudo e qualquer coisa, não passa de gotas no imenso oceano cósmico, e que por tudo se encontrar em constante movimento, tudo é apenas passageiro e impermanente. Um cabalista não perde tempo com discussões infrutíferas e não se agremia com as multidões, antes permanece no mundo sabendo que não pertence ao mundo, e sim, a totalidade que abarca todas as realidades.

Paz Profunda.

domingo, 12 de janeiro de 2020

O PODER DE TRANSCENDÊNCIA DA CABALA



Por Kadu Santoro

“E ele disse a seus discípulos: “Infeliz é o homem que vê na interpretação da Lei a recitação de uma simples narrativa, contada em palavras de uso comum.” Se fosse só isso, não teríamos dificuldade alguma em compor hoje uma Torá melhor e mais atraente. Mas as palavras que lemos são apenas a túnica exterior. Cada uma delas contém um significado mais alto do que o que nos é aparente. Cada uma contém um mistério sublime que devemos tentar penetrar com persistência.” Fragmento das Revelações de Shimon bar Yochai à Grande Assembleia (Idra Rabba)

Essa simples passagem do Zohar é suficiente para nos mostrar o quanto a humanidade ficou às escuras através de séculos e até milênios alicerçada nas interpretações literais das Escrituras pelas religiões instituídas, que só fomentaram guerras e desigualdades entre os homens, além disso ainda foram acrescentadas sobre elas (as palavras) boas doses de distorções, superstições, crendices, medos e culpa. Infelizmente a grande massa ainda adere a esses métodos limitantes que atrofiam a capacidade do indivíduo de vivenciar a sua transcendência plena. São como pássaros engaiolados, que mesmo que abra a porta da gaiola, já se encontram tão identificados com a “zona de conforto” que não conseguem mais sair ou nem percebem que as portas encontram-se abertas para a liberdade de Ser.

O estudo da Cabala vem desvelar o véu de Ísis, conduzir o indivíduo ao santo dos santos, a câmara nupcial dos alquimistas, que consiste no seu interior, rumo ao seu coração, de onde provém a voz do silêncio que conduz à transcendência da alma.

Porém, para que isso aconteça, é necessário que o indivíduo desperte a sua consciência, e o ponto de partida é o reconhecimento do estado em que se encontra, como dizia Sócrates, “só sei que nada sei”, o reconhecimento da ignorância sobre si. A partir daí, o exercício da desconfiança, o diálogo com as dúvidas e os questionamentos serão o seu mestre interior, que fará com que por meio das reflexões, meditações e contemplações, os insights (intuições) passarão a vir constantemente, que a Cabala chama de a Luz Infinita de Ayin Sof, que lhe concederá o espírito da Árvore da Vida com todos os seus atributos: A Coroa da Vida (Kéter), a Sabedoria necessária para discernir tudo e todas as coisas (Chochmá), a compreensão essencial para saber os seu limites (Biná), o espírito da ciência e do conhecimento (Daat), Um coração justo e misericordioso para exercer o juízo perfeito (Chéssed e Guevurá), A síntese do mandamento maior, o amor (Tiféret), A capacidade de transcendência perante a eternidade e vitória sobre o ego (Nêtzach), a reverberação da Glória Divina (Hod), a compreensão do fundamento de todas as coisas e a transmutação da alma (Iessód) e por fim, a conquista do Reino que encontra-se dentro de vós (Malchut).

A Cabala convida a todos que desejam e possuem o chamado no coração para penetrar nos mistérios sublimes do universo. Se você se encontra enquadrado dentro de um desses sintomas abaixo, é sinal de que você está muito perto de se encontrar e apto para a estudo da Cabala, que significa literalmente recebimento, ou seja, no momento certo de começar a sua jornada vertical:

Sente-se um estranho no ninho, como se você não fizesse parte desse mundo?
Já não se compraz com as alegrias e diversões efêmeras e frívolas das grandes massas?
Não consegue se adaptar a nenhuma forma partidária, agremiação religiosa ou espiritualista?
Vive com a cabeça cheia de dúvidas e questionamentos?
Vivencia crises existenciais, de relacionamentos e valores?
Sente um imenso vazio interior ou saudades de algo que não tem a mínima noção do que seja?
Gosta de pesquisar sobre assuntos filosóficos, metafísicos, esotéricos e espiritualistas?
Sente-se tocado pelas causas humanitárias, ambientais, os animais a natureza, etc?
Possui uma dose de rebeldia em relação às estruturas impostas pela sociedade?
Prefere momentos de solitude e introspecção ao invés de estar cercado de pessoas?
Sente a necessidade de estabelecer conexão com um poder superior?
Gosta de praticar meditação, yoga ou qualquer outra atividade corporal de conexão?
Se compraz nas coisas pequenas, simples da vida e costuma cultivá-las?
Tem espírito de curiosidade, senso crítico em relação as coisas?
Possui alguma vocação artística seja lá qual for?
Costuma lembrar-se dos sonhos e analisá-los?
Tem o hábito de escutar as suas intuições?

Se você se encaixa em pelo menos uma dessas perguntas acima, você encontra-se apta para ingressar nos estudos da Cabala, demonstrando um certo grau de maturidade humana e espiritual. Boa jornada!

Paz Profunda.