domingo, 8 de agosto de 2010
A contribuição dos manuscritos antigos, anteriores ao século XII para o estabelecimento do texto do Antigo Testamento.
Até o aparecimento dos manuscritos do mar morto entre os anos de 1947 e 1956, o manuscrito mais antigo do novo testamento, era o manuscrito massorético de Aleppo, produzido cerca de 940 d.C., nele continha todo os textos do Antigo Testamento, mas hoje em dia, depois de vários ataques a sinagoga de Aleppo, só restaram poucas partes.
O surgimento dos manuscritos do mar morto, vieram servir como prova da confiança do texto massorético, apesar de algumas variações, eles confirmaram a exatidão dos manuscritos hebraicos. Os manuscritos do mar morto, também foram importantes para a análise da versão da LXX (grego), mostrando que esse texto se encontra mais próximo dos antigos textos hebraicos do que o próprio texto massorético, logo, percebemos que se a LXX foi escrita em torno de 230 a.C., então, os manuscritos do mar morto confirmam sua antiguidade e fidedignidade.
A maioria dos manuscritos do NT que temos acesso hoje em dia foram redigidos depois do século IX. Segundo as pesquisas em Genizah no Egito, forma encontrados por lá quase duzentos mil fragmentos de manuscritos escritos em hebraico e aramaico. O fragmento mais antigo encontrado com uma menção do AT, foi uma pequena plaqueta de metal, com o trecho de Números 6.24-26, datando do século VI a.C. A partir dessa data até o ano 70 d.C., ficou uma grande lacuna aberta, sobre o aparecimento de outros manuscritos relativos a historicidade do AT. Só a partir do descobrimento dos manuscritos do mar morto, que puderam confirmar a autenticidade dos textos anteriores, e também a existência de um texto chamado protomassorético.
Os judeus, por tradição, destruiam as cópias velhas e desgastadas das Sagradas Escrituras, e isso gerou uma escassez de cópias, porém, por intermédio Divino, foi preservado aqueles textos justamente considerados canônicos. Vários homens foram levantados por Deus, para a preservação e restauração dos textos sagrados. A partir da destruição do templo de Jerusalém em 70 d.C. houve uma corrida para a preservação dos textos do AT, Akiba o rabino, foi um dos grandes responsáveis pela preservação, assim como os escribas que tiveram o árduo trabalho de administrar os textos, contando as letras, o número de palavras e os versículos dos livros do AT. Essa imensa preocupação com o AT, foi responsável pela preservação da exatidão da transmissão desses.
Os Massoretas, começaram seus esforços eruditos em cima dos textos antigos, a partir do século VI, e continuaram atuantes por cerca de mil anos, até quando foi inventada a impressa. Eles foram os responsáveis por acrescentar ao texto sagrado hebraico um sistema de pontos vocálicos, inventaram os parágrafos as divisões de palavras, facilitando assim a leitura desses textos. Ainda existia os Naqdanins, que eram os pontuadores, eram gramáticos que tinham o papel principal de melhorar o trabalho dos massoretas.
As traduções mais importantes e que contribuiram diretamente para a formação do AT foram a Septuaginta (LXX), inciada em torno de 230 a.C., a versão Siríaca Peshitta, mais ou menos do século V d.C. e a Vulgata Latina, de aproximadamente 400 d.C., além dos Targuns aramaicos de várias datas. Sem dúvida, que a Septuaginta foi fonte de influência para outras versões. Além da Septuaginta e do Aleppo, temos mais alguns manuscritos importantes do AT, como o Codex Cairo (895 d.C.) e o Leningrado (916 d.C.). Podemos concluir que tanto o texto massorético (como único texto hebraico do AT) e a Septuaginta, segundo as confirmações estabelecidas a partir dos manuscritos do mar morto, conferem a confiança plena dos textos que vieram compôr definitivamente o cânon do Antigo Testamento.
Kadu Santoro
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