As dez pragas foram
divididas em quatro estágios. Três delas foram realizadas por Aarão, três por
intermédio de Moisés, uma delas em conjunto pelos dois, e as três últimas
diretamente pela intervenção divina. Essa divisão pode ser entendida através do
ponto de vista cabalístico como a ascensão pelos quatro mundos, as colunas da
esquerda e da direita, a coluna central e a tríade superior localizada no topo
da árvore das dez pragas.
Também podemos
perceber que as pragas relacionadas a Aarão, estão associadas aos elementos
terra e água, enquanto as pragas associadas a Moisés, relacionadas com os
elementos ar e fogo, ambos constituem o quaternário existencial. O número
quatro está relacionado com a estabilidade necessária para que o homem
desenvolva-se a partir de si mesmo.
A Cabala ensina que
toda alma humana é constituída por dez blocos construtores, dez
características/virtudes que formam sua personalidade interna. As três
primeiras constituem a identidade inconsciente da alma e suas faculdades
cognitivas (Kéter-Coroa, Chochmá-Sabedoria, Biná-Compreensão). As sete finais
(Chéssed-Misericórdia, Guevurá-Justiça, Tiféret-Beleza, Nêtsach-Vitória,
Hod-Glória, Iessód-Fundamento e Malchut-Reino) estão relacionadas com o centro
emocional da alma.
As dez
características/virtudes são conhecidas como as dez sefirot, dez emanações ou
dez pontos de energia, como diz no Sêfer Ietsirá: “Dez sefirot do nada, dez e não nove, dez e não onze. Entende com
sabedoria. Sê sábio com entendimento. Examina com elas e sonda delas. Faz com
que [cada] coisa se erga sobre sua essência. E faz o Criador sentar em Sua
base.” Sêfer Ietsirá 1.4
Lembramos ainda que 10
é 1 ( 1 + 0 = 1), ou seja, significa estar pleno, integrado, curado, e em
unidade, o contrário, é a desagregação, a separação, isso é o significado de
falta de saúde, estado de doença. Nesse contexto, o Egito representa um estado
de distúrbio psicológico, onde um ou mais atributos da alma tornam-se fragmentados,
desarmonizando a capacidade humana de ser verdadeiramente quem É. Essa é a
representação do nome hebraico para o Egito, Mitzrayim, que pode ser traduzido como “inibição” ou “restrição.”
Quando não encaramos os nossos próprios demônios interiores, nossas virtudes
pervertidas podem voltar-se colateralmente para nós mesmos, metaforicamente
como pragas desagregadoras da nossa psique.
As dez pragas
demonstram as qualidades negativas contrárias às virtudes das sefirot.
Keter - superconsciente - morte dos primogênitos
Chochmá - concepção - trevas
Biná - inteligência - gafanhotos
Chessed - amor - granizo
Gevurah - rejeição - úlceras
Tiferet - compaixão - calamidade dos gados
Netzach - ambição - moscas
Hod - submissão - piolhos
Yesod - conexão - rãs
Malchut - confiança – sangue
A verdadeira
prática cabalística não consiste em rituais, magias e nem observâncias
religiosas, e sim, na observação atenta de si mesmo, buscando estabelecer a
harmonia em sua Árvore da Vida. Esse é o único caminho a ser percorrido, para
dentro de si mesmo.
Paz Profunda.
KADU SANTORO – Teólogo graduado pela Faculdade Batista do Rio de Janeiro
(FABAT-RJ), Escritor, Pesquisador das Ciências da Religião com ênfase em
Mística Judaica, Gnosticismo e Religiões Comparadas, Esoterista, Preletor em
diversos cursos de Cabala, Teologia Espiritualidade e Meditação, Terapeuta
Holístico e Consultor em Espiritualidade.
Contatos para
compras de livros, cursos, palestras, congressos, seminários e workshops: Zap
(21) 97252-7014, e-mail: conexaoqabbalah@gmail.com, site: www.conexaoqabbalah.weebly.com.
MUITO BOM!
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