quinta-feira, 12 de agosto de 2010
“Ao Mestre com carinho” - Uma abordagem crítica e pedagógica do filme
O filme “Ao Mestre com Carinho” estrelado pelo notável ator Sidney Potier, vivido nos meados dos anos 60, ainda é uma boa referência para se tratar sobre diversos aspectos da sociedade e principalmente em relação as metodologias pedagógicas. O filme apresenta a dificuldade de um engenheiro Guiano recém formado e negro que tenta melhorar sua condição de vida indo para a capital Londrina trabalhar como professor. Sua situação acaba virando um grande desafio, pois ele foi lecionar numa escola do subúrbio londrino, e acabou diante da turma mais problemática daquela escola.
A problemática começa a ser resolvida, quando o professor percebe que antes da questão do ensino, era preciso trabalhar os valores morais e piscológicos daqueles alunos. A rebeldia já era presente naquele momento da história com a influência de novos hábitos e comportamentos, como por exemplo o fenômeno dos “Beatles”. Cada jovem daquela classe vivia algum drama em sua vida. Por isso agiam daquela forma, tentando chamar atenção de uma forma revoltosa, e consequentemente acabavam resultando num baixo rendimento escolar.
A metodologia do professor teve êxito. No primeiro momento ele teve que ter uma postura mais enérgica, mas aos poucos, com muita franqueza e seriedade, ele foi conquistando a atenção da turma. Apresentou uma realidade desconhecida até então para aqueles futuros adultos, como deveriam se comportar, agir, se vestir e outros valores morais. E principalmente, ensinou-os a se valorizarem, confiarem em si e buscar suas metas.
Durante todo este percurso, percebemos no filme, uma grande dose de racismo e preconceito em relação ao professor, onde isso também foi quebrado no momento em que toda a classe reunida, foi prestar solidariedade no enterro da mãe de um colega deles que também era negro. Uma atitude que surpreendeu o professor e demonstrou um grande avanço na maturidade daquela turma.
Apesar deste filme ser encenado nos anos 60, ainda hoje podemos encontrar situações como aquela vivida naquele tempo em nossas salas de aula de hoje. Turmas de adolescentes que vivem o drama de não ter a atenção e carinho devido de seus pais muito ocupados com carreira, situação econômica e a busca neurótica de “ter” para poderem se afirmar como tal neste mundo capitalista selvagem. Acaba passando a ser uma tarefa do educador, trabalhar com esses dramas vividos pelos seus alunos. É muito importante a atenção e a dedicação do professor com seus alunos, independente da matéria e do programa de ensino.
Conclusão: Para que um educador possa despertar o interesse de sua classe, é necessário, que haja uma interação maior entre ambas as partes, onde o professor deve trabalhar de forma sábia, questões pertinentes ao cotidiano de cada aluno, buscando conhecer mais sobre o que eles gostam, pensam e esperam da vida. A sala de aula deve ser um lugar de troca de experiências e de resgate de valores até então perdidos na sociedade, como: gentileza, higiene, cidadania e respeito.
A responsabilidade do educador vai além do conceito de ensinar uma determinada matéria. Ele deve mais do que tudo, ajudar e direcionar seus alunos a se tornarem acima de tudo um pensador e formador de opinião, que não tenham medo de enfrentar os paradigmas impostos pela nossa sociedade.
Kadu Santoro
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