sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

Resgatando dentro de nós aquilo que foi colocado para fora





Por Kadu Santoro

A ignorância e a ilusão são características da mente degenerada, condição essa que chamamos muitas vezes de “trevas” ou escuridão. Apesar da grande colaboração negativa da institucionalidade religiosa em manter as mentes e corações manipulados e dirigidos para fora em busca de Deus, tal condição de ignorância é confirmada e suportada pelo nosso sentimento de “ego” – a idéia que todos nós nos encontramos separados uns dos outros e principalmente de Deus.

Jesus, apesar de sua formação judaica, pautada na relação com um Deus pessoal, nos ensinou a buscar o Deus interior. Podemos conferir essas palavras no evangelho de Lucas, onde diz o seguinte: “O Reino de Deus não possui aparência ostensiva; nem se poderá dizer: ei-lo aqui ou ei-lo ali! Porque o Reino de Deus está dentro de vós.” Embora essa afirmação tenha sido sustentada por muitos estudiosos para demonstrar a historicidade das atividades terrenas de Jesus entre seus discípulos e os homens, também devemos entender essa afirmação como uma referência à divindade dentro do homem, como podemos perceber na prece ensinada por ele: “Eu neles, e tu em mim, para que possam tornar-se perfeitos na unidade...?”, ou quando o apóstolo Paulo declara aos Coríntios: “Ignorais acaso que sois o templo de Deus, e que o Espírito de Deus habita em vós?”.

A ignorância e cegueira religiosa nos impede de perceber esta verdade de que Deus está sempre presente dentro de nós. Sem despertarmos a nossa consciência, fica muito difícil para nós acreditarmos nesse encontro genuíno com Deus dentro de nós. Porém, grandes almas iluminadas na história tiveram essa experiência, como diz um mestre védico: “Conheci aquele grande Ser de luz fulgurante, além de toda a treva. Tu também, conhecendo essa Verdade, superarás a morte.” Jesus também disse: “E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará.” O encontro com essa verdade acontece através do despertar da consciência e de um renascimento espiritual como Jesus falou a Nicodemos.

Hoje no mundo existem milhares de religiosos, sejam cristãos, muçulmanos, judeus entre outros, que frequentam assiduamente suas igrejas e templos prestando cultos, ofertas e adorações, mas desses, poucos buscam a união com Deus, pois ocupam-se na maior parte do tempo com rituais e formalidades, além de que, a maioria das pessoas satisfaz-se em viver uma vida morna, mais ou menos ética aqui na terra, na esperança de que vão ser recompensadas numa vida além dessa pelas suas boas ações realizadas aqui.

Dentre os cristãos, muitos falam em ter Cristo renascido em seus corações ou que aceitaram a Jesus, mas o que quer dizer isso? Segundo os Upanishads védicos, o homem vive dentro de três estados de consciência: acordado, sonhando e dormindo sem sonhar. Nesses três estados é impossível ver Deus. Mas, além desses três estados, existe um q  ue podemos chamar de quarto estado, que é muito conhecido pelos místicos, um estado que transcende o tempo, o espaço e a causalidade. É o Reino de Deus de que fala Jesus Cristo. Aquele que passa por esse estado, não é contrariado em tempo algum por nenhuma outra experiência, passa a ver tudo de forma arquetípica e comum ao todo, ao contrário das fantasias dos estado de sonho, que são anuladas quando acordamos. Quando atingimos esse estado, iluminamos nosso coração e acontece uma transformação genuína e permanente. Renascemos em espírito. Nesse estado transcendental, desparace toda consciência do mundo e de sua multiplicidade. Para os hindus esse estado atingido é chamado de samadhi; os budistas chamam de nirvana e os cristãos de união mística com Deus.

Infelizmente são poucas as pessoas que entram nesse Reino de Deus, porque poucos são os que lutam para encontrá-lo, como diz o Gita: Quem se preocupa em procurar a liberdade perfeita? Um indivíduo, talvez entre milhares.” Jesus também nos alerta que a porta é estreita, porém, para muitos, estreito é sinônimo de princípios éticos e morais, zelo pela observância religiosa desconhecendo o verdadeiro significado que é o caminho interior, aquele que nos conduz a Deus.

As instituições religiosas ensinam a seus adeptos a se contentarem com o mínimo, ou seja, apenas com as práticas exteriores, superficiais, rituais e dogmas, fazendo com que esses não alcancem o progresso na evolução espiritual, ou seja, ater-se ao estrito cumprimento dos deveres religiosos é condenar-se à mediocridade, renunciando assim a um anseio profundo do coração humano que é progredir sempre. Comodismo e mediocridade barram a evolução espiritual do homem levando esse a um estágio de alienação completo e cegueira espiritual. São aqueles que por anos frequentam os ministérios eclesiásticos, seja envolvido com música, teatro, liturgias ou qualquer outro setor, onde vivem segundo o exterior, o ego camufla-se por trás de uma pseudo religiosidade, deixando de vivenciar a verdadeira prática interior da ascese espiritual, ou seja, escuta, escuta mas não ouve, vê mas não enxerga, e assim acaba vivendo uma espiritualidade vazia.

Em suma, quando encontramos Deus dentro de nós, encontramos a nossa centralidade, logo passamos a perceber que o nosso mérito não está na grandeza material das obras que realizamos, mas na profundidade e dimensão do amor com que dedicamos à elas em prol do nosso próximo de forma incondicional.

domingo, 9 de dezembro de 2012

Preparai o caminho! Marcel Domergue




por A reflexão é de Marcel Domergue, sacerdote jesuíta francês, publicada no sítio Croire, comentando as leituras do 2º Domingo de Advento (9 de dezembro de 2012). A tradução é de Francisco O. Lara, João Bosco Lara, e José J. Lara.

João, modelo de transparência
Os dois primeiros capítulos do Evangelho de Lucas contam a infância de Jesus. Formam como que um Evangelho especial. Já este terceiro capítulo inicia um novo relato, comparável ao Evangelho de Marcos. Lucas começa enumerando os potentados que governavam a região e, também, o Império. O contraste é marcante: a palavra de Deus, que faz o universo existir, não se dirige a nenhum destes importantes personagens, mas sim ao filho de Zacarias, de quem sequer se diz ser sacerdote, nem mesmo um dentre tantos, em Israel. Este João que Mateus e Marcos descrevem como um asceta é, de qualquer modo, uma pessoa transparente. Voz que clama no deserto é a voz de Outrem, pois o que é falado por ele é a palavra de Deus. Assim, João desaparece diante d'Aquele que anuncia. Com seu dedo apontado, não atrai os olhares e a atenção de todos para si mesmo, mas para quem (ele) está indicando. Em nossos desertos de ausência de Deus, podemos encontrar o Cristo através de qualquer desconhecido, seja ele quem for, e não necessariamente através dos que, em nossas sociedades, são pessoas importantes. O Cristo nos alcança através de todos estes de quem nos tornamos o próximo, através d' "o menor desses pequeninos" de que fala Jesus, em Mateus 25. Deus não economiza a sua Palavra. Ele nos fala sempre, através de todos os nossos irmãos. Assim, João Batista não desapareceu, mas encontra-se revivido em cada um de nós, desde que renunciemos a atrair para nós mesmos o olhar dos outros e orientemos a sua atenção para Aquele que vem; ou seja, desde que, para eles, abramos um futuro.

Atualidade de João Batista
E João, mesmo assim, conserva toda a sua personalidade histórica. O papel que desempenha foi comunicado a muitos homens, sem que neles se desfaça. Encarnada em João está toda a primeira Aliança. João, desta Antiga Aliança, é de qualquer forma o resultado e a recapitulação. Por isso sem dúvida, a respeito dele, os evangelistas citam Isaías. Porém o texto escolhido anuncia o retorno do exílio da Babilônia, mas com imagens que, vindas do Êxodo, referem-se à libertação da servidão no Egito. Será agora, com o Cristo, que irá produzir o verdadeiro retorno do exílio: o Êxodo definitivo. Outro paradoxo é que este "agora" está no futuro: João anuncia alguém que vem depois de si próprio. Este que vem é que vai dar valor ao nosso presente, conforme vimos no domingo passado. O Cristo nos possui já, enquanto esperamos a sua vinda. Sua vinda é permanente, mas está sempre por se fazer, até que seja "tudo em todos". Daí ser necessário que, de nossa parte, nos mantenhamos sempre abertos, constantemente, sem cessar. Sempre completos, mas nunca satisfeitos; esta é a nossa situação. Podemos estar certos de que, aconteça o que acontecer, por pior que seja, Cristo virá nos alcançar através disto mesmo. De qualquer tipo de madeira(,) Deus faz as suas flechas. Para nos conduzir até a terra prometida, usa tudo quanto a Ele nós mesmos impomos. João Batista está, portanto, sempre atual, uma vez que (nós) estamos sempre aquém de uma nova vinda de Deus. Temos necessidade de que nos seja indicado Quem, com certeza, está no meio de nós, mas que não (o) reconhecemos.

Abrir-nos à alegria
Não gostamos muito de ouvir falar em conversão, penitência, perdão dos pecados. Preferimos as metáforas de Isaías que são menos desagradáveis: preparar o caminho, endireitar as veredas, aterrar os vales... De que se trata? De abrirmo-nos para Deus, deixar que Ele nos crie à sua imagem, deixar sermos gerados. Mas temos medo de ter que mudar. Não gostamos de pontos de interrogação: preferimos ficar sentados no conforto de nossas certezas. Conversão consiste em nos interrogarmos sobre os nossos hábitos, sobre o valor de nossos desejos; consiste em sair de nosso sono para voltar os nossos olhos para Aquele que vem; sempre novo. Só então ficaremos curados de nossas paralisias, ao ouvir o Cristo nos dizer: "Levanta-te e anda". Vem andando até mim, vem me seguir. O batismo que João propõe, "em remissão dos pecados", significa um novo nascimento, um novo começo de vida; em direção à vida. De fato, o "pecado" não é a princípio transgressão a alguma proibição ou alguma lei, mas é o que se atravessa frente à nossa criação, à nossa verdade. O batismo de João não nos oferece a plenitude da vida nova, mas nos leva a fazer o deserto dentro de nós mesmos: a ‘tabula rasa' de tudo (o) que nos impede de dar lugar, por inteiro, àquele que vem. Devemos notar que as três leituras nos anunciam a boa nova: temos certamente que superar as nossas ilusões e a vida errante, mas para nos abrirmos à alegria (Baruc 5,9; Filipenses 1,11; Lucas 3,4-6). Depois de atravessar o deserto, a Terra prometida.

Texto extraído do site: 
http://www.cebi.org.br/noticia.php?secaoId=21&noticiaId=3549

segunda-feira, 8 de outubro de 2012

A busca da plenitude pelo homem integral.



Por Kadu Santoro


A própria vida consiste em uma busca, seja lá qual for o ponto de vista. A vida nada mais é do que um conjunto sucessivo de ações que visam ir de encontro com algo, seja abstrato ou material, uns buscam saúde, felicidade e paz, enquanto outros vão atrás de riquezas, prazeres, bens de consumo e outras coisas materiais. Como podemos ver, alguns buscam coisas que produzem preenchimento, enquanto outros anseiam por coisas que libertam, porém, todos estamos buscando algo continuamente em todo o tempo.

A busca pela plenitude é a meta maior que o homem deve ter em mente, é o foco daquele indivíduo que sabe discernir entre o “ter” e o “ser”, conhece as razões e os motivos relacionados entre as coisas que preenchem e as que libertam, sabe viver com equilíbrio sem deixar que os desejos e as vontades os escravizem, tornando-os ansiosos e angustiados. As coisas que libertam são as que edificam o homem integral, produzindo crescimento, sabedoria e espiritualidade. Não podemos falar sobre liberdade num âmbito mais elevado sem citar alguns conceitos orientais, em especial, os hindus.

Na índia, o conceito de libertação é chamado de moksha, que só pode ser alcançado através do sadhana (esforço e empenho espiritual). A libertação para eles consiste em livrar-se desse mundo irreal, das ilusões (maya) que conduz à morte. Em todas as religiões, encontramos preces e orações que dizem: “leva-nos da escuridão à luz, guia-nos do irreal para o real, da morte para a imortalidade.” Essas são as características daqueles que buscam pela plenitude, onde a esperança reside num tempo transcendente, maior e real.

No budismo, o conceito do nirvana significa o ultrapassar de um mundo mutável e impermanente, onde todas as coisas dependem de alguma outra, para uma condição de liberdade, um estágio superior, onde não há nada que possa nos prender, inclusive o ego e a personalidade. Para os budistas, tudo que é “composto” perece, logo, não é real, todas as coisas são transitórias, só é possível vislumbrar a “dimensão real” aqui no plano físico através da plenitude.

Na tradição cristã essa idéia de liberdade e busca pela plenitude encontra-se fundamentada na salvação do pecado e do mal, enquanto o primeiro é visto como sendo de natureza pessoal, o mal é geralmente objetivado como estruturas ou forças pessoais. A libertação não é única e exclusiva de alguma coisa, mas também para algo além. Quando pensamos em liberdade, tendemos a focar apenas a coisa em si da qual procuramos libertação, porém, isso faz parte da nossa experiência imediata. Vemos a vida em si como algo irreal, inconstante, instável e pecaminoso. Essa visão aparentemente negativa vem a ser o nirvana dos budistas. Podemos definir até aqui, que a libertação, mesmo classificada como integral, não passa de um processo, não é a meta.

Jung certa vez disse: o objetivo não é atingir a perfeição, e sim, a totalidade”. Essa frase nos apresenta outra palavra muito importante, totalidade. Ela refere-se à integração e complemento do que é dividido, múltiplo ou parcial. Consiste numa imagem mais positiva e próxima do que a de “libertação”, pois tem uma amplitude maior. Podemos perceber a diferença desses dois termos (liberdade e totalidade) na prática quando realizamos um estudo comparativo entre as tradições orientais e ocidentais, como exemplo, as visões holísticas da tradição hindu em relação as religiões dicotômicas européias, onde as primeiras baseiam-se no conceito um e outro, enquanto as ocidentais pensam um ou outro. Isso nos mostra a multiplicidade e a diferença que a integração encontra na totalidade.

A totalidade é como se fosse uma imagem estática, indicando uma estrutura de equilíbrio entre diversos elementos. Um exemplo perfeito e visual, são as mandalas, que consistem em modelos geométricos equilibrados, construídos com círculos, quadrados e triângulos. Através da sua “pureza” geométrica e dos preenchimentos harmônicos, elas são muito utilizadas como instrumento de concentração, visando integrar e unificar a mente e a atenção. As mandalas são uma espécie de arquétipo, encontra-se presente em todas as culturas, tanto orientais quanto ocidentais. O dinamismo que a mandala nos proporciona, nos conduz a um estado de calma e repouso, facilitando o nosso encontro com o estado de plenitude.

A plenitude é o estágio mais elevado que podemos alcançar. A partir do momento em que atingimos esse estágio, não observamos mais as coisas individualmente, e sim, numa concepção una. Podemos dizer que a plenitude é a realidade última, porém, ela não é estática, mas repleta de vida e criatividade, permitindo repartir sua abundância na criação, nada perdendo em dar ou criar. Na visão cabalística, durante o caminho espiritual, o homem deve transformar o seu desejo de receber em desejo de dar para conseguir superar sua dependência com respeito aos planos inferiores da realidade. Segundo eles, em cada momento que nos encontramos frente ao desejo de receber, a Torá e as Mitsvót nos orientam a canalizarmos nosso desejo em função do bem coletivo, em direção ao altruísmo, um desejo de dar com sabedoria.

A plenitude abraça a multiplicidade e a variedade, essas não são mais vistas como divisão e fragmentação, mas como riqueza enraizada numa unidade que é plenitude. Podemos celebrar a plenitude com a proclamação do Isa Upanishad: “Contemple o universo na glória de Deus”. Nessa dinâmica, os mistérios de Deus encontram-se em todas as coisas, assim como, todas as coisas encontram-se em Deus. Essa é a verdadeira dimensão da plenitude, inclusiva e transcendente, é a visão do advaita – da não-dualidade – que é um e muitos, ou, de outro ponto de vista, que não é nem um nem muitos.

Na tradição cristã, João e Paulo nos apresentam a imagem de vida e plenitude em seus escritos. João evoca os mistérios do Deus do qual tudo procede e do Verbo que se torna carne, assim partilhando a plenitude com todos. Jesus disse: “eu vim para que os homens tenham a vida e a tenham em abundância” (Jo.10.10). A plenitude para o cristão deve ser entendida como o fim da Lei, pois o próprio Cristo veio na plenitude dos tempos (Gl.4.4) e ele próprio é o fim da Lei (Rm.10.4). De sua plenitude, com efeito, todos nós recebemos” (Jo.1.6). O apóstolo Paulo também nos apresenta uma visão similar: “Pois aprouve a Deus fazer habitar nele toda a plenitude e tudo reconciliar por meio dele e para ele” (Cl.1.19,20).

Para concluir, posso dizer que a plenitude é o horizonte em que vivemos; não experienciá-la é a nossa tragédia, como disse o filósofo Soren Kierkegaard: “Ousar é perder o equilíbrio momentaneamente. Não ousar é perder-se”. Nossa vida encontra-se limitada, fragmentada e incitada para todos os lados. Nossa experiência, da mesma forma, é a da multiplicidade, e não a da unidade. A expressão “busca da plenitude” indica um processo e um fim. Entretanto, seria errado pensar a plenitude enquanto experiência a esperar por nós, em algum lugar no futuro. A plenitude não é um mero adjetivo, ela “É”, e existirá sempre. Deus é plenitude e cria plenitude. Toda a vida do ser humano encontra-se nessa plenitude, que é Deus. Infelizmente não a experienciamos, dado estarmos aprisionados por toda a sorte de ilusões e limitações. É na plenitude que encontramos nossa origem e nela residimos: somente assim transcendemos nossas limitações.

Paz, Shalom, Salaam, Namastê!!!

quinta-feira, 27 de setembro de 2012

O paraíso escatológico do "Zend-Avesta" - Zaratustra



Entre os povos indo-iranianos foi desenvolvido igualmente um conjunto de crenças esclarecedoras da indefesa do homem frente a seu destino.

Para isso surgem as regiões onde é produzida uma "existência melhor", literalmente em linguagem persa "wahista ahu". Este termo dará lugar ao de "bihist" ou "paraíso".


Avesta é o nome das mais antigas escrituras do zoroastrismo, da Pérsia que datam de 500 a.C.


A base do Avesta é um conjunto de hinos (ou gathas) que falam do deus criador Ahura Mazda.

Nos textos de caráter litúrgico do "Avesta", coleção de escritos sagrados ditados por Zoroastro no século VII antes de Cristo, se diz:

"Adoramos os radiantes âmbitos de Asa (a Verdade), onde moram as almas dos mortos... Adoramos a existência melhor dos asavenes (possuidores da Verdade), luminosos e donos de todas as coisas gratas" (Yasna, 16,7).


E refletido, pois, em suas doutrinas o convencimento de que o conteúdo espiritual do defunto formará ou será integrado ao menos parcialmente na "existência melhor", bem-aventurada do paraíso.

O zoroastrismo contempla identicamente um processo de juízo ao defunto que abandonou este mundo, no qual depois de permanecer seu cadáver três dias imóvel, seu espírito atravessa a ponte "Cinvat", submetendo-se à pesagem de suas obras pelo justo Rasn. Os fatos positivos serão apresentados em forma de uma bela mulher; e se vencer na balança acessará à luz eterna dos bem-aventurados. Caso contrário, será conduzido às regiões infernais dirigidas por um demônio.


Segundo a lenda, Zaratustra, nascido de uma virgem, deu uma grande gargalhada ao nascer. A natureza inteira se regozijou com a sua vinda ao mundo. Desde tenra idade, ele possuía uma sabedoria extraordinária, manifestada em sua conversação e em sua maneira de ser. Aos sete anos já teria começado a cultivar o silêncio.

A sua vida foi salva muitas vezes dos inimigos que queriam martirizá-lo a fim de que não chegasse à maturidade e cumprisse a sua missão divina. Aos quinze anos de idade, Zaratustra realizou valiosas obras religiosas e chegou a ser conhecido por sua grande bondade para com os pobres, anciãos, enfermos e animais.

Dos 20 aos 30 anos, Zaratustra viveu quase sempre isolado, habitando no alto de uma montanha, em cavernas. Em outros relatos, teria ido ao deserto, onde fora tentado pelo diabo, mas não sucumbiu à tentação – de modo semelhante a Jesus, nos 40 dias de provação no deserto. Após sete anos de solidão completa, regressou ao seu povo, e com a idade de 30 anos recebeu a revelação divina por meio de sete visões ou idéias.

Assim começou Zaratustra a sua missão aos 40 anos (a mesma idade em que o Zaratustra de Nietzsche iniciou a dele).

Segundo os masdeístas (adeptos da religião do Irã antigo, revelada ao profeta Zoroastro, e que admite dois princípios: um, bom, deus de luz, criador, e o outro, mau, deus das trevas e da morte, que travam um combate decisivo para o destino da humanidade), encontrou muita dificuldade para converter as pessoas à sua nova religião: segundo a tradição, em dez anos de pregação teve apenas um primo como seguidor.

Foi perseguido e hostilizado por toda a sorte de inimigos (especialmente sacerdotes) ao longo de dez anos. Os governantes recusaram dar-lhe apoio e proteção e encarceraram-no porque a sua nova mensagem ameaçava a tradição e causava confusão nas mentes de seus súditos.

Segundo a tradição, om 40 anos, realizou milagres e preocupava-se com a instrução do povo. Converteu o rei Vishtaspa, que se tornou um fervoroso seguidor da religião por ele pregada, iniciando a verdadeira difusão dos ensinamentos de Zaratustra e de uma grande reforma religiosa.

Logo em seguida, a corte real seguiu os passos do rei e, mais tarde, o masdeísmo chegou a ser a religião oficial da Pérsia. No império dos reis Sassânidas, principalmente no de Ardashir (227 a.C.), o chefe religioso era a segunda pessoa no Estado depois do imperador soberano e este, inteiramente de acordo com o antigo costume, era admitido como divino ou semidivino, vivendo em particular intimidade com Ormuzde.

Aos 77 anos de idade, Zaratrusta teria morrido assassinado enquanto rezava no templo, diante do fogo sagrado. Há relatos de que seu túmulo estaria em Persépolis.


Texto extraído do site: http://www.esoterikha.com/grandes-misterios/paraisos-perdidos-zend-avesta.php






sábado, 8 de setembro de 2012

Jesus Cristo e a ruptura com os sistemas ideológicos, políticos e religiosos de seu tempo.


Por Kadu Santoro


A própria Bíblia nos relata que Jesus veio na plenitude dos tempos: “vindo, porém, a plenitude do tempo, Deus enviou seu filho, nascido de mulher, nascido sob a lei.” (Gl. 4.4). Sua vinda teve como missão principal terrena, um tríplice ministério: ensino nas sinagogas, pregação e anúncio do Reino de Deus e cura de diversas doenças e enfermidades (Mt. 9.35). Considerando todo seu ministério e atividade terrena, podemos resumir que Jesus veio na verdade, romper com os padrões até então impostos ao longo do tempo pelos “burocratas da lei”, ou seja, os partidários da religião legalista mosaica (Fariseus e Saduceus) e os escribas.

Jesus foi na contramão do sistema de sua época, trazendo consigo o anúncio do Reino de Deus e a liberdade do julgo da lei, uma proposta totalmente contrária aquela pregada pelos legalistas e ortodoxos. Sua jornada ministerial durou cerca de três anos. Ele iniciou uma longa caminhada rumo á Jerusalém (Lc.9.51), convicto de sua tarefa a ponto de deixar seus discípulos atordoados, sem entenderem nada (Mc.10.32). As Escrituras narram que quando Jesus entrou na capital, em Jerusalém, a poucos dias da celebração da Páscoa, havia estourado um grande conflito devido a chegada do Mestre Galileu. O povo que veio em peregrinação da região da Galiléia, tomou as ruas da cidade santa, aclamando a Jesus como o “bendito que veio em nome do Senhor” (Mc. 11.9). Isso incomodou muito os partidários da lei e os religiosos, pois o povo aclamava Jesus como o Messias-Rei, introduzindo-o para dentro da cidade e do Templo (Mc. 11.8-11).

Jesus estava ao lado do povo, sabia do sofrimento que eles passavam, por isso que ele não reclamou e nem repreendeu os manifestantes, pelo contrário, chegou a criticar as autoridades que queriam impedir a movimentação popular (Lc. 19.39,40). Porém, Jesus, trazendo a memória do povo, enquanto andava em cima do jumentinho, evocava a profecia do profeta Zacarias, mostrando que ele não era um messias guerreiro (Mc. 11.7; Mt. 21.5; Zc. 9.9,10), e era contra qualquer tipo de violência. A partir deste episódio, Jesus enfrenta as autoridades e rompe totalmente com o sistema religioso oficial (Mc. 11.12 – 12.44):

No primeiro instante Jesus rompe com o Templo, local sagrado para judeus (Mc.11.12-26). Ele entra no Templo portando um chicote de cordas (Jo. 2.15) em suas mãos, e num gesto profético de ruptura, ataca os vendilhões e os cambistas derrubando suas mesas e expulsando-os do templo dizendo em alta voz que não ficará pedra sobre pedra (Mt. 21.12-17; Mc. 11.15-19; 13.2). A partir desse primeiro choque com os vendilhões e cambistas, as autoridades começam a elaborar um plano para matar Jesus (Mc. 11.18; Lc. 19.47). Quando Jesus fala às autoridades que irá derrubar o Templo e reconstruí-lo em três dias, na verdade ele mostra que esse Templo que será reconstruído não será de tijolos, é dentro do ser, é a ressurreição a qual todos nós precisamos viver dia após dia, a religião do coração, um despertar da consciência para uma vida nova, através da mudança de atitudes, voltando-se para as coisas do alto e olhando para o próximo com misericórdia, bondade e justiça.

Devemos também romper hoje em dia com todo o sistema religioso que promete prosperidade e triunfalismo. É preciso romper com os evangelhos “fast-food”, com todas as modalidades sistemáticas medievais e legalistas, devemos buscar apenas usufruir da religião como meta de solidariedade, aprimoramento, comunhão e agradecimento apenas. Nossas orações devem ser breves e fundamentadas na gratidão, nossos gestos devem ser contemplativos, suaves e nossa voz branda, só assim poderemos alcançar um aprimoramento através da religião. A unidade deve permanecer na diversidade, pois o religioso não deve ser um “clone”, devemos ser autênticos e verdadeiros, como realmente somos, e não como a Igreja deseja que você seja.

A segunda ruptura que Jesus faz é com os sumos sacerdotes, os escribas e os anciãos (Mc. 11.27 – 12.12). Eles tentam interrogar Jesus dizendo: “Com que autoridade fazes tais coisas?” (Mc. 11.28). Em seguida eles se recusam a pronunciar-se sobre a origem de João Batista, e Jesus aproveita e responde: “Nem eu vou dizer a vocês com que autoridade faço essas coisas” (Mc. 11.33). Desta forma, Jesus demonstrou aos legalistas que as suas ações não dependem da permissão deles, e através de uma parábola, anuncia que vão perder o mandato e a condição de povo eleito (Mc. 12.1-12). Nesta ruptura podemos perceber que Jesus desloca a autoridade sacerdotal, mostrando que Deus é que está no controle e age conforme tem que ser. O sacerdócio santo deve presidir no coração daqueles que tem um encontro genuíno com Deus, vivem segundo as orientações do Espírito Santo.

A próxima ruptura acontece com os partidários fariseus e herodianos (Mc. 12.13-17). Esses, na verdade são os mais perversos em seu tempo. Os fariseus manipulavam a sinagoga e o sinédrio, enquanto os herodianos pertenciam a elite e serviam de bom grado aos interesses dos romanos. Eles tentaram confundir Jesus lhe perguntando se ele era a favor ou contra o pagamento de impostos aos romanos (Mc. 12.14). Eles são hipócritas, apresentam-se como fiéis a Deus, porém, tiram a moeda do bolso mostrando que reconhecem o poder de César. Percebendo a má intenção, Jesus não responde á questão nem discute, mas exige deles que “dêem a Deus o que é de Deus”, a saber, o povo, por eles desviado do caminho do Reino (Mc. 12.13-17).

Jesus também rompe com os saduceus, os responsáveis pelo sacerdócio e pelo Templo (Mc. 12.18-27). Esses tentam com astúcia questionar a fé de Jesus na ressurreição. Sabendo que eles não acreditavam na ressurreição, Jesus aproveita a situação e responde severamente: “Vocês não entendem nada nem do poder de Deus e nem das Escrituras! Vocês estão demasiadamente errados” (Mc. 12.24-27).

Os próximos com quem Jesus rompe são os escribas (Mc. 12.28-40). Esses se achavam altamente suficientes e conhecedores das Escrituras. Logo Jesus os questiona sobre os ensinamentos a respeito do Messias (Mc. 12.33-37) e condena-os severamente em relação ao comportamento ganancioso: “Eles gostam de mostrar-se, de ocupar os primeiros acentos, e usam da oração para explorarem as viúvas” (Mc. 12.38-40). Jesus repreende a soberba dos escribas, mostrando com isso, que nada das coisas que esses acham valorosas, na verdade são passageiras e dispensáveis para Deus. Essa ruptura nos leva ao entendimento de que devemos procurar a “ser”, e não a “ter”, porém, esse “ser” deve constituir-se de virtudes como altruísmo, solidariedade, misericórdia e compaixão.

Depois de toda essa série de rupturas, Jesus nos apresenta aquilo que realmente tem valor e importância no Reino de Deus. Ele faz um elogio a respeito do gesto da pobre viúva que soube partilhar até do que lhe era necessário (Mc. 12.41-44). Assim, depois que Jesus rompe definitivamente com a ideologia da religião oficial, que já não revelava a vontade de Deus, Ele aponta para onde os discípulos devem procurar a manifestação da vontade divina, na partilha, nos pobres e necessitados. Lembrando que a pobreza não é única e exclusivamente material, mas também é preciso cuidar da pobreza espiritual e psicológica. Milhares de pessoas estão vivendo na superficialidade e na alienação total, com os olhos voltados para o consumo, prazeres carnais desenfreados e uma vida sem frutificação. É preciso compreender que o Reino está dentro de nós, as rupturas atuais são necessárias, devemos compreender que Jesus anunciou uma via interior a ser percorrida, os seus limites encontram-se entre a mente e o coração, devemos nos harmonizar entre esses limites, para que possamos realmente despertar e assim, adentrarmos no Reino da Glória de Deus.

É preciso romper com toda forma de legalismo religioso, pois a liberdade é limitada apenas pelo amor. “Porque vós, irmãos, fostes chamados à liberdade; porém não useis da liberdade para dar ocasião à carne; sede, antes, servos uns dos outros, pelo amor. Porque toda a lei se cumpre em um só preceito, a saber: Amarás o teu próximo como a ti mesmo.” (Gl. 5.13,14)

terça-feira, 21 de agosto de 2012

Quem olha fora, sonha. Quem olha dentro, desperta. C. G. Jung




Por Kadu Santoro

Essa frase paradoxal de Jung, apesar de ser pequena, possui profundos fundamentos para a nossa vida, principalmente para nos posicionarmos em relação aos propósitos da nossa existência.

Aqui no ocidente, o conceito de sonhar está intimamente ligado a idéia de conquistar, alcançar e atingir. Ações voltadas ao conceito de “posse” e de “ter”, essas que no oriente não passam de meras ilusões (maya) da dimensão tempo x espaço e só servem para levar sofrimento e angústia às pessoas, além de fazer com que tornem-se mais apegados à matéria.

Sonhar sempre estará ligado ao desejo, pode ser de coisas produtivas ou improdutivas, conscientes ou inconscientes. Toda forma de sonho não passa de meros processos mentais, ligados aos nossos desejos e anseios, sejam eles pessoais ou coletivos, logo, é algo que é projetado para fora, para o exterior, faz o processo platônico de conceber na dimensão das idéias aquilo que consideramos ideal para a nossa realidade.

Muitas vezes os sonhos são de fundamental importância em nossas vidas, mas para que isso seja compreendido, é preciso que antes estejamos despertos de consciência.

O despertar é a ação mais importante em nossas vidas, é através dele que passamos a conhecer e entender sobre os verdadeiros propósitos da existência. O despertar é o oposto do sonhar, pois esse nos liberta, coloca-nos na dimensão do espírito, revela quem realmente somos e qual é o nosso verdadeiro fundamento perante ao universo.

O processo do despertar é inverso ao do sonhar, pois através dele passamos a olhar para o nosso interior e assim, nos libertamos de qualquer desejo, pois ficamos diante de nós mesmos, num verdadeiro encontro com o “ser”. É a verdadeira tomada de consciência, esta que nos torna libertos de qualquer forma de ilusão.

Podemos ilustrar esse paradoxo entre sonhar e despertar através de um título de um artigo do teólogo Leonardo Boff que diz assim: “Jesus anunciou o reino mas o que veio foi a igreja”. Pois bem, voltando às Sagradas Escrituras no Novo Testamento, lembramos que Jesus Cristo através de sua mensagem nos deixou um grande legado sobre o que é despertar. Toda eixo de sua pregação girava em torno de dois conceitos fundamentais - liberdade e amor, esses que só são possíveis vivê-los plenamente se fomos despertos, pois um leva ao outro, se conhecemos e entendemos o que é liberdade, logo saberemos o que é o amor.

Para que possamos atingir o despertar pleno, é preciso fazer o que Jesus disse: “Destruam esse templo, e em três dias eu o levantarei” João 2.19. Isso significa se tornar liberto de consciência, desperto plenamente, o número três representa manifestação, tudo é trino no universo, e reconstruir o templo significa viver numa nova dimensão, onde os sonhos não escravizam mais através da ansiedade de conquista e de “ter”. O indivíduo passa a não viver mais segundo a observância religiosa, que é cega, porém, vive a dimensão da liberdade fundamentada no amor, esse que não faz juízo e nem cria barreiras entre as pessoas. A liturgia do desperto é a liturgia do coração, aquele que vive entre o sagrado e o profano em pleno equilíbrio, tem consciência de seus limites e da sua condição indigente nesse mundo, respeitando o seu próximo e o amando cheio de misericórdia.

O filósofo Sócrates despertou no dia em que leu o que estava escrito no alto do pórtico do Oráculo de Delphos: “Conhece-te a ti mesmo”. Faça você também essa experiência e viva em plenitude e paz de espírito.

segunda-feira, 16 de julho de 2012

Jesus, um curandeiro da Galiléia.



Por Kadu Santoro

Muitos ao lerem esse título irão se chocar e até mesmo se sentirem ofendidos devido a suas crenças e convicções, porém, não devemos esquecer que nos tempos mais remotos da humanidade, esse título era algo importantíssimo dentro das tribos e comunidades, pois assim eram chamados os médicos e terapeutas da época. É preciso conhecer a história para que não venhamos a cair em preconceitos e fundamentalismos. Vamos entender um pouco sobre esse título no estudo abaixo.

Discernir as doenças físicas de possessões demoníacas hoje em dia, é algo banal, tarefa óbvia, até porque, dialogamos com o nosso tempo, esse que não permite mais lugar às metáforas relacionadas a demônios e espíritos malignos, que era muito comum no imaginário coletivo dos povos antigos.

Hoje em dia, quando falamos que alguém está doente, nos referimos que essa pessoa está com algum problema clínico, onde um médico irá examinar e fazer um diagnóstico para poder então medicar o paciente e promover a cura. Por mais que acreditemos que a medicina está a cada dia mais avançada, com mais recursos tecnológicos e científicos à disposição para promover a cura das mais variadas doenças e a melhoria da qualidade de vida, ainda assim, ela ainda é muito incompleta e limitada, basta observarmos o aumento de doenças psicossomáticas que estão surgindo a cada dia, vírus mutantes, cada vez mais resistentes, epidemias e pandemias variadas, além dos cânceres que a cada dia se tornam mais variáveis, sem falar na AIDS.

No passado, as doenças não eram diagnosticadas como hoje, a partir da fisiologia humana. Quando alguém se encontrava doente, não era por alguma causa patológica, mas como uma punição dos deuses devido a alguma forma de pecado, maldição, rituais impuros, ou ações demoníacas. Um bom exemplo disso, se encontra no Evangelho de Lucas, onde narra a história de uma mulher doente que se encontrava cativa por satanás à dezoito anos (Lc.13.16). Quanto mais grave o estado de saúde do paciente, maior era a sua culpa ou pecado. Devido a isso, as pessoas portadoras de doenças eram comumente excluídas da comunidade, as que se encontravam em estado mais grave eram tratadas com grande rejeição, como se fossem contagiosas, além de serem forçadas a viverem fora dos limites da tribo, impedidas de participar dos eventos e da vida pública em comunidade. Uma vez doente, pouca era a chance de sobreviver, até porque, o fator psicológico e emocional, contribuía para que a pessoa definhasse mais rápido, fruto da solidão e desprezo.

Nos tempos de Jesus existiam duas facções religiosas sectárias, que atuavam intensamente como curandeiros, os Essênios e os Terapeutas do deserto.

Os Essênios, uma comunidade fundada em torno de 150 a.C. (próximo ao período dos Macabeus), cujos membros, habitando uma espécie de mosteiro, formavam entre si um tipo de associação moral e religiosa, onde punham em comunhão os seus bens em prol da comunidade. Eram moderados em seus atos, pregavam o amor a Deus e ao próximo, acreditavam na imortalidade da alma e na ressurreição. Viviam de forma celibatária, repudiavam a escravidão e toda forma de guerra. Eles eram dados à agricultura e ao estudo da astrologia, de onde tiravam grandes “insights” para um maior sentido da vida. Buscam a cura para às doenças na natureza, através de ervas, mel de abelhas, frutas, cereais e legumes.

Os Terapeutas (do grego therapeuthés, formado de therapeuein, cuidar, servir, isto é: os servidores de Deus ou curandeiros), constituia-se em um grupo de judeus sectários contemporâneos de jesus, estabelecidos em sua maioria no Egito, na cidade magna de Alexandria, berço de grandes filósofos, iniciados e intelctuais. Esse grupo possuía íntima relação com os Essênios, cujos princípios adotavam, aplicando-se, como esses últimos, à prática de todas as virtudes. Sua alimentação era altamente balanceada, extremamente frugal. Também eram celibatários, voltados à meditação, contemplação e a uma vida solitária e introspectiva. O filósofo judeu (helenista/platônico) Fílon de Alexandria, foi o primeiro a mencionar sobre esse grupo dos Terapeutas, considerando-os como uma seita do judaísmo. Os Pais da Igreja, Eusébio de Cesaréia e Jerônimo pensavam na possibilidade deles serem cristãos. É bem provável que Jesus tivesse relações com esses dois grupos do deserto, até porque, João Batista, seu primo, fazia parte dos Essênios.

Os curandeiros na sociedade antiga tinham como papel fundamental restabelecer a dignidade das pessoas trazendo-as de volta ao seu legítimo lugar na sociedade. Isso é exatamente o que Jesus fez durante os seus três anos de ministério terreno: curando enfermos, dando visão aos cegos, trazendo alívio aos cansados, devolvendo os movimentos aos paralíticos e coxos (Mt.11.5), porém, como curandeiro, Jesus também não só curou os males físicos, ele também procurou sanar o sofrimento social que excluía e discriminava os indivíduos, trazendo aqueles excluídos de volta para o convívio social com dignidade e justiça.

Os Evangelhos sinóticos (Mateus, Marcos e Lucas) nos apresentam Jesus como um fazedor de milagres, tendo em sua conta um total de 29 milagres realizados antes de sua paixão, morte e ressurreição (sendo este o seu maior milagre). Enquanto Jesus pregava a vinda do Reino, ele operava maravilhosas curas e milagres, demonstrando com isso a proximidade deste. Os milagres demonstram a preocupação de Jesus com as pessoas, assim como um curandeiro se preocupava com os enfermos.

Jesus foi aquele curandeiro que não se preocupou exclusivamente com a dor física, para ele não existia barreiras étnicas (Samaritanos), sociais (ricos e pobres) ou de gênero para que o milagre acontecesse. Seus milagres demonstram que o amor de Deus é o mesmo com todos, sem distinção alguma. Todas as suas curas, automaticamente reintegravam as pessoas à sociedade de maneira íntegra. Ao realizar curas milagrosas, o curandeiro Jesus concretizava seu ministério de forma invicta “para anunciar aos cativos a redenção, aos cegos a restauração da visão, para por em liberdade os cativos” (Lc.4.19).

O método utilizado por Jesus em suas curas era avançado para a época, pois consistia na valorização da vida, ou seja, ele olhava para as pessoas com misericórdia e compaixão, isso era importantíssimo, pois aqueles “enfermos”, na sua maioria “sociais”, não eram vistos por ninguém, pelo contrário, eram rejeitados como contagiosos. Por isso que Jesus falou que veio para os doentes e necessitados, e não para os saudáveis, isso demonstra o zelo de um verdadeiro curandeiro que ama e obedece à sua vocação e chamado.

Outro detalhe interessante, é que Jesus nunca utilizou “medicamentos” convencionais ou fórmulas químicas complexas, pelo contrário, utilizava em suas curas e milagres elementos naturais como terra, água e principalmente a voz (Lc.7.14) e o toque (Mt.8.15), como faz um curandeiro, que utiliza de elementos naturais, rezas e passes (toques) para curar seus enfermos.

O aspecto mais importante nas curas realizadas por Jesus, é que no momento em que as pessoas eram curadas ou libertas, as relações eram restauradas, assim como a fé e a esperança vivificadas dentro de cada um. Podemos observar isso em nossos dias, quando alguém se recupera de alguma enfermidade grave, vemos sinais visíveis do envolvimento de Deus em suas vidas. Sob a perspectiva da fé, Deus pode ser compreendido por agir de diferentes maneiras em cada um de nós. Logo, podemos definir que as curas e milagres tanto do passado quanto de hoje, são sinais da restauração da ordem de divina num mundo desequilibrado e dividido.

A técnica curandeira de Jesus está acessível a qualquer um, independente de credo, etnia ou classe social, é preciso apenas como pré requisito, possuir um coração cheio de amor e compaixão. Ele nos ensinou a liberdade, mostrando que nós somos capazes de nos curar e curar os outros através da fé que nos move e nos transforma a cada dia em pessoas melhores.


Imagem extraída do site:

terça-feira, 26 de junho de 2012

10 Princípios de manipulação e controle das massas utilizados pela Nova Ordem Mundial e muitas igrejas.



Por Kadu Santoro

Prezados Leitores, a proposta desse artigo não é de maneira alguma confrontar ou ferir a fé e a integridade moral dos religiosos, principalmente dos cristãos. Apenas venho comparar alguns comportamentos contrários à própria Escritura Sagrada para os cristãos (Bílbia), que estão sendo praticados na atualidade, que são muito parecidos com as diretrizes da Nova Ordem Mundial. Utilizando desses princípios para manterem a população na ignorância e alienação total. Espero que seja útil e esclarecedor para muitas pessoas, sendo assim, sintam-se totalmente a vontade para encaminhar para seus conhecidos e amigos.

“Porque surgirão falsos cristos e falsos profetas e farão tão grandes sinais e prodígios, que, se possível fora, enganariam até os escolhidos.” (Mt.24.24)

Paz e Bem e todos.

1- A estratégia da diversão

Elemento primordial do controle social, a estratégia da diversão consiste em desviar a atenção do público dos problemas importantes e da mutações decididas pelas elites políticas e econômicas, graças a um dilúvio contínuo de distrações e informações insignificantes.
A estratégia da diversão é igualmente indispensável para impedir o público de se interessar pelos conhecimentos essenciais, nos domínios da ciência, da religião, economia, da psicologia, da neurobiologia e da cibernética.
“Manter a atenção do público distraída, longe dos verdadeiros problemas sociais, cativada por assuntos sem importância real. Manter o público ocupado, ocupado, ocupado, sem nenhum tempo para pensar, voltado para a manjedoura com os outros animais” (extraído de “Armas silenciosas para guerras tranquilas” ).

Isso tudo, também percebemos no contexto de muitas igrejas na atualidade. Louvores e mais louvores, show de testemunhos, apresentações teatrais e coreográficas, tudo isso para entreter os fiéis, não deixando espaço para reflexões sobre a espiritualidade e as razões da fé.


2- Criar problemas, depois oferecer soluções

Este método também é denominado “problema-reação-solução”. Primeiro cria-se um problema, uma “situação” destinada a suscitar uma certa reação do público, a fim de que seja ele próprio a exigir as medidas que se deseja fazê-lo aceitar. Exemplo: deixar desenvolver-se a violência urbana, ou organizar atentados sangrentos, a fim de que o público passe a reivindicar leis securitárias em detrimento da liberdade. Ou ainda: criar uma crise econômica para fazer como um mal necessário o recuo dos direitos sociais e desmantelamento dos serviços públicos.

Também é muito comum esse princípio no contexto das igrejas atuais. As pregações são falaciosas, sempre fazendo comparações entre os que são do “mundo” e os da “igreja”, o problema sempre está do lado de fora, no “mundo”, como se dentro da igreja só existem santos e ex-tudo. Assim os fiéis tornam-se cada vez mais sectários e fundamentalistas. Os pregadores usam manchetes e notícias alarmantes para chocar o público, mostrando que por mais que o mundo esteja perdido, a igreja e a bíblia tem a solução para todos os problemas, detalhe, isso se você “ficar firme na igreja”, sendo dizimista fiel, participando de todas as atividades e campanhas, além de se tornar um patrocinador da “obra de Deus”.


3- A estratégia do esbatimento

Para fazer aceitar uma medida inaceitável, basta aplicá-la progressivamente, de forma gradual, ao longo de 10 anos. Foi deste modo que condições sócio-econômicas radicalmente novas foram impostas durante os anos 1980 e 1990. Desemprego maciço, precariedade, flexibilidade, descentralizações, salários que já não asseguram um rendimento decente, tantas mudanças que teriam provocado uma revolução se houvessem sido aplicadas brutalmente.

Assim também acontece nas igrejas. No início, é o “primeiro amor”, os fiéis são instruídos inicialmente através do Evangelho de João” nas aulas das Escolas Bíblicas Diminicais, depois passando para os outros Evangelhos em diante até as aventuras desbravadoras do apaixonado apóstolo dos gentios, Paulo. Depois de um longo espaço de tempo, o fiel passa a ser cobrado segundo o Antigo Testamento, sendo persuadido a dizimar e ofertar cada vez mais, pois a “obra de Deus” depende deles e não pode parar. O fiel já não identifica mais a imagem daquele Deus de João, amoroso e misericordioso, agora é o Deus ciumento, rancoroso e vingativo do Antigo Testamento que faz parte das pregações.


4- A estratégia do diferimento

Outro modo de fazer aceitar uma decisão impopular é apresentá-la como “dolorosa mas necessária”, obtendo o acordo do público no presente para uma aplicação no futuro. É sempre mais fácil aceitar um sacrifício futuro do que um sacrifício imediato. Primeiro porque a dor não será sofrida de repente. A seguir, porque o público tem sempre a tendência de esperar ingenuamente que “tudo irá melhor amanhã” e que o sacrifício exigido poderá ser evitado. Finalmente, porque isto dá tempo ao público para se habituar à ideia da mudança e aceitá-la com resignação quando chegar o momento.
Exemplo recente: a passagem ao Euro e a perda da soberania monetária e económica foram aceites pelos países europeus em 1994-95 para uma aplicação em 2001. Outro exemplo: os acordos multilaterais do FTAA (Free Trade Agreement of the Americas) que os EUA impuseram em 2001 aos países do continente americano ainda reticentes, concedendo uma aplicação diferida para 2005.

Nas igrejas atuais isso também faz parte do foco da pregação de convencimento. Vale a pena sacrificar-se por Jesus, pois o que vem depois da morte é infinitamente maior e melhor, o Paraíso celeste. Tudo o que o fiel está passando de dificuldades, será recompensado e galardoado, por isso, dizime e seja fiel, esse é o lema dos pastores. Sofram como Jesus, mas deixem os bolsos dos pregadores bem robustos. Investir no fiel a longo prazo é a grande jogada das igrejas, procurando ocupar esses com o que eles tem de dom. Os fiéis são persuadidos a investirem no “reino” e nas coisas pertinentes a ele. Tem igrejas que vendem até espaços no céu.


5- Dirigir-se ao público como se fossem crianças pequenas

A maior parte das publicidades destinadas ao grande público utilizam um discurso, argumentos, personagens e um tom particularmente infantilizadores, muitas vezes próximos do debilitante, como se o espectador fosse uma criança pequena ou um débil mental. Exemplo típico: a campanha da TV francesa pela passagem ao Euro (“os dias euro”). Quanto mais se procura enganar o espectador, mais se adopta um tom infantilizante. Por que?
 “Se se dirige a uma pessoa como ela tivesse 12 anos de idade, então, devido à sugestibilidade, ela terá, com uma certa probabilidade, uma resposta ou uma reacção tão destituída de sentido crítico como aquela de uma pessoa de 12 anos”. (cf. “Armas silenciosas para guerra tranquilas” )

Essa é sem dúvida uma das técnicas mais utilizadas na igreja atualmente, tratando as pessoas como crianças, fazendo com que elas pareçam estar no jardim da infância, “para esquerda, para direita, para trás, pra frente e dê uma rodadinha”, ou então, o chavão: “fala para o irmão do seu lado: Deus tem promessas para sua vida, ou você é mais do que vencedor”, “repete comigo, em Jesus tudo posso”. Os pregadores se colocam na posição como de um pai ou responsável por crianças, onde tudo o que ele fala deve ser acolhido, pois está na bílbia (de forma literal é claro), e ai daquele que contestar, sai de baixo. Além disso, criam gírias infantilizantes de crentes, como por exemplo: varão, abençoado, vaso etc. Tratam os membros com tamanho cuidado alegando que são responsáveis pela sua salvação, porém, o que eles querem não é que você se “desvie”, mas que não deixe de ir para a igreja deixar sua contribuição de lado com “Deus”. Isso é tratar as pessoas de forma leviana e desrespeitosa, por mais que a pessoa chegue a igreja cheia de problemas, jamais deve ser tratada assim, como criança, e sim com maturidade e respeito.


6- Apelar antes ao emocional do que à reflexão

Apelar ao emocional é uma técnica clássica para curto circuitar a análise racional e, portanto, o sentido crítico dos indivíduos. Além disso, a utilização do registo emocional permite abrir a porta de acesso ao inconsciente para ali implantar ideias, desejos, medos, pulsões ou comportamentos…

Os próprios louvores nas igrejas já exercem essa função de mexer com as emoções, e pior, alterar as frequências mentais delas por intermédio das ondas ELF* (veja mais no site http://www.umanovaera.com/conspiracoes/A_Batalha_Pela_Sua_Mente.htm) emitidas, para que possam reprogramar a mente dos fiéis fazendo verdadeiras lavagens cerebrais, fazendo com que esses fiquem extasiados achando que estão sentindo a presença do “Espírito Santo” em total estado de transe condicionado. Essa é uma das mais utilizadas técnicas pelos charlatões da fé, porque depois desse preparo sugestionado nos louvores, eles conseguem persuadir o que querem em suas pregações. Também existem aqueles pregadores carismáticos mais ousados, que conseguem arrancar choros em prantos de seus fiéis, utilizando de palavras de forte efeito, como por exemplo: “É agora!”, “Receba!”, “Tome Posse do que é seu!”, etc.


7- Manter o público na ignorância e no disparate

Atuar de modo que o público seja incapaz de compreender as tecnologias e os métodos utilizados para o seu controle e a sua escravidão.
“A qualidade da educação dada às classes inferiores deve ser da espécie mais pobre, de tal modo que o fosso da ignorância que isola as classes inferiores das classes superiores seja e permaneça incompreensível pelas classes inferiores”. (cf. “Armas silenciosas para guerra tranquilas” )

Segundo algumas estatísticas a maioria dos novos evangélicos se encontram na classe C da sociedade brasileira (http://www.jornalmundogospel.com/2012/03/classe-c-esta-inserida-nas-igrejas-evangelicas-e-causa-impacto/), onde se concentra um número elevado de pessoas com baixo grau de instrução e uma enorme predisposição para o consumo, fazendo com que se tornem presas fáceis nas mãos dos charlatões da fé. Outro dado importante, é o fato de que essas pessoas são muito mais seduzidas e sugestionadas pelas pregações emocionais e triunfalistas, onde fala-se muito sobre prosperidade, riqueza e vitórias, ora, se você é filho do Rei, tem que viver igual a um príncipe e princesa do Senhor. Esse é o lema dos neopentecostais. Também em relação a esses cristãos, os pregadores procuram falar superficialmente sobre temas bíblicos, sem se aprofundar nas Escrituras, até porque esses charlatões da fé pouco conhecem sobre teologia histórica e bíblica, apenas as partes que lhe interessam mais, como teologia sistemática e dogmática cristã, pois com essas ferramentas eles conseguem manter os fiéis sobre total controle. As Escolas Bíblicas estão cada vez mais vazias, em função de novas teologias como a da prosperidade, onde o importante é vencer!


8- Encorajar o público a comprazer-se na mediocridade

Encorajar o público a considerar “ótimo” o fato de ser idiota, vulgar e inculto…

O jargão bíblico mais utilizado nas igrejas neopentecostais é: “A letra mata e o Espírito vivifica (IICo.3.6), logo podemos ver como os cristãos são tratados pelos seus líderes eclesiásticos, como verdadeiros idiotas, porque o próprio Jesus disse: “Errais não conhecendo as Escrituras nem o poder de Deus” (Mc.12.24). Também é muito comum dizer no meio cristão que Deus não escolhe capacitados, e sim, capacita os escolhidos. Essa é outra forma de dizer que você é um verdadeiro idiota e não presta, mas a igreja vai lhe formatar direitinho para você trabalhar para a “obra de Deus”, basta buscar a instrução do Espírito Santo.


9- Substituir a revolta pela culpabilidade

Fazer crer ao indivíduo que ele é o único responsável pela sua infelicidade, devido à insuficiência da sua inteligência, das suas capacidades ou dos seus esforços. Assim, ao invés de se revoltar contra o sistema econômico, o indivíduo se auto-desvaloriza e auto-culpabiliza, o que engendra um estado depressivo que tem como um dos efeitos a inibição da ação. E sem ação, não há revolução!…

Ainda existem algumas igrejas que pregam a idéia de se revoltar contra Deus. Porém, o que mais prevalece é o tipo de pregação onde o foco são os problemas, dificuldades e bloqueios das pessoas. Você não consegue as coisas porque está fraco na fé, ou não tem se empenhado com coragem e determinação suficientes, isso é o que mais se ouve nas igrejas, falta de fé e medo de encarar os problemas, ou seja, ninguém mais que o Pastor sabe sobre sua vida, será? Talvez você deve estar falando demais nos gabinetes, isso é perigoso, pois infelizmente não vejo ética nenhuma nesses charlatões da fé, é melhor fazer o que Jesus diz: “Mas quando você orar, vá para seu quarto, feche a porta e ore a seu Pai, que está em secreto. Então seu Pai, que vê em secreto, o recompensará” (Mt 6.6).

Depois que o pregador exorta bastante, dizendo que o problema está com você, na sua falta de fé, então entra com uma pregação de alto ajuda, isso mesmo, conselhos do tipo livrinho de cabeceira, onde você vai vencer e superar seus medos e frustrações, porém, você deve começar desafiando a você mesmo, de preferência, fazendo prova de Deus, sendo fiel dos dízimos e ofertas, assim você vai conseguir as coisas, e os pregadores ficarão mais ricos.


10- Conhecer os indivíduos melhor do que eles se conhecem a si próprios

No decurso dos últimos 50 anos, os progressos fulgurantes da ciência cavaram um fosso crescente entre os conhecimentos do público e aqueles possuídos e utilizados pelas elites dirigentes. Graças à biologia, à neurobiologia e à psicologia aplicada, o “sistema” chegou a um conhecimento avançado do ser humano, tanto física como psicologicamente. O sistema chegou a conhecer melhor o indivíduo médio do que este se conhece a si próprio. Isto significa que na maioria dos casos o sistema detém um maior controle e um maior poder sobre os indivíduos do que os próprios indivíduos.”

Seguindo o raciocínio a cima, podemos detectar essa capacidade nos dirigentes das igrejas, pois eles conhecem suas “ovelhas” como ninguém, afinal de contas existem gabinetes para que? Da mesma forma que era utilizado os confessionários no passado, para que a igreja ficasse sabendo tudo a respeito do fiel, nada além disso. Assim fica mais fácil elaborar os sermões e pregações, porque já se conhece o público alvo, seus gostos, desejos e anseios em relação a igreja. Essa é a melhor tática de marketing das igrejas, o conhecimento completo de sua membrazia, assim, por outro lado, o fiel fica praticamente nas mãos do líder religioso, pois a qualquer momento, alguma coisa peculiar sua, pode vir a tona como um escândalo. Por isso que é melhor seguir o que a Bíblia diz: “Assim diz o Senhor: Maldito o homem que confia no homem, e faz da carne o seu braço, e aparta o seu coração do Senhor” (Jr.17.5).


“Examinais as Escrituras, porque vós cuidais ter nelas a vida eterna, e são elas que de mim testificam.” (Jo.5.39)


Fonte: http://ptesoterico.wordpress.com/?s=manipulação

Para ler o livro “A BATALHA PELA SUA MENTE” por Dick Sutphen, Acesse o endereço abaixo: http://www.amadeuw.com.br/livro.php?c=15&id=1022&t=A+batalha+pela+sua+mente