quinta-feira, 27 de setembro de 2012

O paraíso escatológico do "Zend-Avesta" - Zaratustra



Entre os povos indo-iranianos foi desenvolvido igualmente um conjunto de crenças esclarecedoras da indefesa do homem frente a seu destino.

Para isso surgem as regiões onde é produzida uma "existência melhor", literalmente em linguagem persa "wahista ahu". Este termo dará lugar ao de "bihist" ou "paraíso".


Avesta é o nome das mais antigas escrituras do zoroastrismo, da Pérsia que datam de 500 a.C.


A base do Avesta é um conjunto de hinos (ou gathas) que falam do deus criador Ahura Mazda.

Nos textos de caráter litúrgico do "Avesta", coleção de escritos sagrados ditados por Zoroastro no século VII antes de Cristo, se diz:

"Adoramos os radiantes âmbitos de Asa (a Verdade), onde moram as almas dos mortos... Adoramos a existência melhor dos asavenes (possuidores da Verdade), luminosos e donos de todas as coisas gratas" (Yasna, 16,7).


E refletido, pois, em suas doutrinas o convencimento de que o conteúdo espiritual do defunto formará ou será integrado ao menos parcialmente na "existência melhor", bem-aventurada do paraíso.

O zoroastrismo contempla identicamente um processo de juízo ao defunto que abandonou este mundo, no qual depois de permanecer seu cadáver três dias imóvel, seu espírito atravessa a ponte "Cinvat", submetendo-se à pesagem de suas obras pelo justo Rasn. Os fatos positivos serão apresentados em forma de uma bela mulher; e se vencer na balança acessará à luz eterna dos bem-aventurados. Caso contrário, será conduzido às regiões infernais dirigidas por um demônio.


Segundo a lenda, Zaratustra, nascido de uma virgem, deu uma grande gargalhada ao nascer. A natureza inteira se regozijou com a sua vinda ao mundo. Desde tenra idade, ele possuía uma sabedoria extraordinária, manifestada em sua conversação e em sua maneira de ser. Aos sete anos já teria começado a cultivar o silêncio.

A sua vida foi salva muitas vezes dos inimigos que queriam martirizá-lo a fim de que não chegasse à maturidade e cumprisse a sua missão divina. Aos quinze anos de idade, Zaratustra realizou valiosas obras religiosas e chegou a ser conhecido por sua grande bondade para com os pobres, anciãos, enfermos e animais.

Dos 20 aos 30 anos, Zaratustra viveu quase sempre isolado, habitando no alto de uma montanha, em cavernas. Em outros relatos, teria ido ao deserto, onde fora tentado pelo diabo, mas não sucumbiu à tentação – de modo semelhante a Jesus, nos 40 dias de provação no deserto. Após sete anos de solidão completa, regressou ao seu povo, e com a idade de 30 anos recebeu a revelação divina por meio de sete visões ou idéias.

Assim começou Zaratustra a sua missão aos 40 anos (a mesma idade em que o Zaratustra de Nietzsche iniciou a dele).

Segundo os masdeístas (adeptos da religião do Irã antigo, revelada ao profeta Zoroastro, e que admite dois princípios: um, bom, deus de luz, criador, e o outro, mau, deus das trevas e da morte, que travam um combate decisivo para o destino da humanidade), encontrou muita dificuldade para converter as pessoas à sua nova religião: segundo a tradição, em dez anos de pregação teve apenas um primo como seguidor.

Foi perseguido e hostilizado por toda a sorte de inimigos (especialmente sacerdotes) ao longo de dez anos. Os governantes recusaram dar-lhe apoio e proteção e encarceraram-no porque a sua nova mensagem ameaçava a tradição e causava confusão nas mentes de seus súditos.

Segundo a tradição, om 40 anos, realizou milagres e preocupava-se com a instrução do povo. Converteu o rei Vishtaspa, que se tornou um fervoroso seguidor da religião por ele pregada, iniciando a verdadeira difusão dos ensinamentos de Zaratustra e de uma grande reforma religiosa.

Logo em seguida, a corte real seguiu os passos do rei e, mais tarde, o masdeísmo chegou a ser a religião oficial da Pérsia. No império dos reis Sassânidas, principalmente no de Ardashir (227 a.C.), o chefe religioso era a segunda pessoa no Estado depois do imperador soberano e este, inteiramente de acordo com o antigo costume, era admitido como divino ou semidivino, vivendo em particular intimidade com Ormuzde.

Aos 77 anos de idade, Zaratrusta teria morrido assassinado enquanto rezava no templo, diante do fogo sagrado. Há relatos de que seu túmulo estaria em Persépolis.


Texto extraído do site: http://www.esoterikha.com/grandes-misterios/paraisos-perdidos-zend-avesta.php






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