quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010
O FUTURO CIENTÍFICO DOS “CRISTÃOS” Caio Fábio
O que acontecerá nos próximos anos aos cristãos em razão do modo como tratam e temem a ciência?
Inicialmente esta pergunta precisa ser esquecida.
Na realidade o que se tem que perguntar antes de tudo é: que grupos chamados religiosos ou espirituais estão se servindo da ciência para expandir suas crenças?
Os judeus já possuem uma experiência tão ampla e tão vasta de relacionamento com a ciência, que, para eles, o debate não existe.
Os islâmicos já foram os religiosos mais afinados com a ciência, por incrível que para muitos possa isso hoje parecer. Mas com os regimes totalitaristas que tiveram, somado ao poder religioso-fundamentalista que entre eles cresceu à loucura; e mais: com a associação da ciência ao mundo Ocidental [os inimigos satânicos] — o islã se tornou o que o “Cristianismo da Idade das Trevas” foi para o povo.
Os cristãos...
Por mais de mil anos o maior poder anti-científico da Terra foi o “Cristianismo”.
Aqui e ali luzes se acendiam. Mas logo eram apagadas pelo medo gerado em razão das perseguições e, depois, das inquisições.
Com o advento do Protestantismo o mundo da ciência se abriu. De fato, o poder propulsor que gerou a Moderna Ciência Moderna e a Pós Moderna, e todas as demais facetas cientificas desde o Século XVI — foi o vento da liberdade que a Reforma Protestante trouxe ao Ocidente.
Entretanto, do Século XVIII para cá, com os muitos “movimentos de santificação”, iniciou-se o processo de fundamentalização do Protestantismo, que, logo depois, começou a se tornar “evangélico” no sentido ideológico do Novo Fundamentalismo Cristão.
Enquanto isto os grupos Orientais se fundiam com a cultura ocidental mais profundamente do que o Cristianismo jamais conseguiu se embrenhar na própria cultura do Ocidente; digo: sem que fosse uma cultura de imposição, como foi o caso do Cristianismo no Ocidente.
Desde os Hippies e dos Beatles que o Oriente entrou na alma do Ocidente como nunca antes.
Proliferaram os gurus, as meditações transcendentais; e, em um nível avançado, os budistas começaram a promover encontros científicos com as melhores mentes do Ocidente, graças ao Dalai Lama.
O que se observa é que quanto mais “pessoal” seja a idéia de Deus para o grupo religioso, mais a tendência é que se crie uma atitude anti-científica; posto que para os crentes no “Deus pessoal”, que é também “Deus de milagres”, toda tentativa de curar e de entender os fenômenos da vida era e é tida como ação arrogante e incrédula por parte de quem busque saber.
Como disse no início, os judeus são a grande exceção, pois, crêem na idéia de um “Deus pessoal”, mas não O fazem inimigo da razão e da ciência.
A diferença, portanto, tomando-se os judeus como exemplo da possibilidade de crer em um “Deus pessoal”, e, ao mesmo tempo, não O conceber com ciúmes da ciência — está no fato que o “Deus dos judeus” não é Redentorista, como o é o “Deus dos cristãos” e o “Deus dos islâmicos”.
Javé não é o Redentor do Mundo, mas de Israel, do ponto de vista dos judeus.
Jesus é o Salvador Exclusivo do Mundo, para os cristãos que O pensam como sendo um concorrente de Buda ou de Maomé.
E Maomé é o Profeta dos Profetas para os islâmicos; e o Islã é a salvação do mundo na visão dos mulçumanos.
Portanto, se o “Deus pessoal” tiver um “projeto ideológico de salvação do mundo”, mais fundamentalista será o grupo, e mais anti-científico também o será.
O que vejo para o futuro, portanto, é o seguinte:
1. Os Budistas, Taoistas, e Hindus em geral, crescerão muito nos ambientes científicos, pois, hoje em dia, a ciência não consegue mais brigar contra a noção da transcendência. A Física Quântica acabou com a “impossibilidade teórica” de Deus na ciência. E, esses grupos, naturalmente trabalham com categorias quânticas em seu modo de ver o mundo faz milênios.
2. Os Cristãos e os Islâmicos tendem a ir morrendo em qualquer que seja a sua relevância no mundo do pensamento e das ciências em geral, visto que ainda habitam um Universo fixo e sem novas descobertas a serem feitas.
Os Hindus e os orientais em geral, tendem a melhor compreender a Nova Física e a Nova Ciência da Computação — posto que seu modo de pensar já fosse quântico há muito tempo.
Os cristãos individuais continuarão a ter seu espaço no mundo cientifico, mas a “igreja” perderá de todo a sua conexão.
Na realidade os “cristãos” e os “islâmicos” — fora os povos alienados pela economia e pela geografia de tudo quanto seja ciência — serão os grupos mais alienados e mais desconectados do que esteja acontecendo; e se porão sempre lutando contra tudo quanto lhes soe como arrogância do saber fenomenológico da ciência em relação aos ambientes considerados da alçada de Deus.
Digo isto não como quem endossa a ciência de modo acrítico. Jamais. Há ciência e há muita presunção cientifica. Entretanto, há muita ciência boa e legitima; e que apenas amplia os horizontes do conhecimento que remetem o homem de fé a uma adoração mais profunda; tanto quanto o mantém alerta aos fatos macabros que, também pela ciência, se imporão na Terra.
No entanto, como a Árvore é do Conhecimento do Bem e do Mal há muito mal que dela decorre; ao mesmo tempo em que há muito bem a ser apreendido para a glória de Deus.
O mandamento é para amar a Deus não só com a alma, a força, as emoções, mas também com toda a mente.
Mas os cristãos temem de todo o coração amedrontado amar a Deus também com a mente. E por se negarem a amar a Deus também com a mente, os cristãos acabam se tornando uns espasmos de alma sem rumo.
Ou seja: vão se tornando “águas vivas” de espasmos emocionais sem razão e sem sentido.
Pense nisso!
Caio
26 de março de 2009
Lago Norte
Brasília
DF
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