domingo, 24 de novembro de 2019

A CABALA E O ESTADO DE PRESENÇA

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Por Kadu Santoro
Enquanto continuarmos procurando um sentido para a vida, estaremos deixando de vivê-lo. Ele não se encontra em nenhum outro lugar que não seja no presente, no agora. Qualquer tentativa intelectual de encontrá-lo só levará você ao sofrimento através da busca ansiosa por um castelo de areia.

O paraíso não consiste em um determinado lugar ou espaço, e sim, apenas em uma condição de não mente, no estar simplesmente presente, com-templando (estar em templo). Pode parecer impossível em função de tentarmos compreender, pois o intelecto, os nossos sentimentos e instintos não são depurados de impressões e identificações com as infinitas realidades existenciais.

Aquilo que acabamos de pensar neste instante, que é, já não é mais, e assim, o grande EU SOU reside nesse vácuo entre o pensamento e a palavra, entre o fundo e a forma, entre o finito e o infinito, essa a razão porque os cabalistas quando contemplam as Escrituras da Torá, fazem um breve segundo de silêncio e respiração entre cada letra, observando o espaço vazio entre elas. É aí onde reside o mistério das letras sagradas, nos seus espaços vazios, onde habita o Ruach, ou sopro divino daquele que É.

Na prática, podemos alcançar esse nível de consciência plena nas pequenas tarefas do dia a dia, através da observação atenta das nossas três faculdades existenciais: pensamentos, sentimentos e instintos. O objetivo do trabalho sobre si, consiste justamente na harmonia entre esses três centros. Parece fácil, mas é o maior paradoxo existencial a ser vivido, pois temos que alinhar esses três centros utilizando os nossos 5 sentidos, é daí que surge os oito caminhos para iluminação segundo o budismo, que corresponde aos 3 centros + os 5 sentidos:

1. Compreensão Correta (Samyag-drsti);
2. Pensamento Correto(Samyak-samkalpa);
3. Fala Correta (Samyag-vac);
4. Ação Correta (Samyak-karmanta);
5. Meio de Vida Correto (Samyag-ajiva);
6. Esforço Correto (Samyak-vyayama);
7. Atenção Correta (Samyak-smrti);
8. Concentração Correta (Samyak-samadhi).

Por isso também que o número oito na cabala representa a Glória (Hod) a superação do homem sobre si mesmo, a sua elevação ao nível de Tsadik, um Justo. Aquele que adquiriu equilíbrio, sabedoria, a harmonia entre a Justiça (Guevurá) e a Misericórdia (Chéesed), que o tornou um modelo de Beleza (Tiféret).

Para encerrar, a meta do homem não é o alvo, e sim, todo o processo, como disse Jung, o objetivo não é a perfeição e sim a Totalidade, a união mística gerada pela experiência de unicidade através da expansão de consciência. Quando chegarmos a esse estágio, podermos dizer como Jesus O Cristo, que Eu e o Pai somos Um.

Querendo se aprofundar nos mistérios do Ser através da Cabala, adquira o meu novo livro, CABALA - Uma jornada de autoconhecimento comigo, autografado ou através do link da Editora Gryphus abaixo:

Paz Profunda.

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