terça-feira, 26 de junho de 2012

10 Princípios de manipulação e controle das massas utilizados pela Nova Ordem Mundial e muitas igrejas.



Por Kadu Santoro

Prezados Leitores, a proposta desse artigo não é de maneira alguma confrontar ou ferir a fé e a integridade moral dos religiosos, principalmente dos cristãos. Apenas venho comparar alguns comportamentos contrários à própria Escritura Sagrada para os cristãos (Bílbia), que estão sendo praticados na atualidade, que são muito parecidos com as diretrizes da Nova Ordem Mundial. Utilizando desses princípios para manterem a população na ignorância e alienação total. Espero que seja útil e esclarecedor para muitas pessoas, sendo assim, sintam-se totalmente a vontade para encaminhar para seus conhecidos e amigos.

“Porque surgirão falsos cristos e falsos profetas e farão tão grandes sinais e prodígios, que, se possível fora, enganariam até os escolhidos.” (Mt.24.24)

Paz e Bem e todos.

1- A estratégia da diversão

Elemento primordial do controle social, a estratégia da diversão consiste em desviar a atenção do público dos problemas importantes e da mutações decididas pelas elites políticas e econômicas, graças a um dilúvio contínuo de distrações e informações insignificantes.
A estratégia da diversão é igualmente indispensável para impedir o público de se interessar pelos conhecimentos essenciais, nos domínios da ciência, da religião, economia, da psicologia, da neurobiologia e da cibernética.
“Manter a atenção do público distraída, longe dos verdadeiros problemas sociais, cativada por assuntos sem importância real. Manter o público ocupado, ocupado, ocupado, sem nenhum tempo para pensar, voltado para a manjedoura com os outros animais” (extraído de “Armas silenciosas para guerras tranquilas” ).

Isso tudo, também percebemos no contexto de muitas igrejas na atualidade. Louvores e mais louvores, show de testemunhos, apresentações teatrais e coreográficas, tudo isso para entreter os fiéis, não deixando espaço para reflexões sobre a espiritualidade e as razões da fé.


2- Criar problemas, depois oferecer soluções

Este método também é denominado “problema-reação-solução”. Primeiro cria-se um problema, uma “situação” destinada a suscitar uma certa reação do público, a fim de que seja ele próprio a exigir as medidas que se deseja fazê-lo aceitar. Exemplo: deixar desenvolver-se a violência urbana, ou organizar atentados sangrentos, a fim de que o público passe a reivindicar leis securitárias em detrimento da liberdade. Ou ainda: criar uma crise econômica para fazer como um mal necessário o recuo dos direitos sociais e desmantelamento dos serviços públicos.

Também é muito comum esse princípio no contexto das igrejas atuais. As pregações são falaciosas, sempre fazendo comparações entre os que são do “mundo” e os da “igreja”, o problema sempre está do lado de fora, no “mundo”, como se dentro da igreja só existem santos e ex-tudo. Assim os fiéis tornam-se cada vez mais sectários e fundamentalistas. Os pregadores usam manchetes e notícias alarmantes para chocar o público, mostrando que por mais que o mundo esteja perdido, a igreja e a bíblia tem a solução para todos os problemas, detalhe, isso se você “ficar firme na igreja”, sendo dizimista fiel, participando de todas as atividades e campanhas, além de se tornar um patrocinador da “obra de Deus”.


3- A estratégia do esbatimento

Para fazer aceitar uma medida inaceitável, basta aplicá-la progressivamente, de forma gradual, ao longo de 10 anos. Foi deste modo que condições sócio-econômicas radicalmente novas foram impostas durante os anos 1980 e 1990. Desemprego maciço, precariedade, flexibilidade, descentralizações, salários que já não asseguram um rendimento decente, tantas mudanças que teriam provocado uma revolução se houvessem sido aplicadas brutalmente.

Assim também acontece nas igrejas. No início, é o “primeiro amor”, os fiéis são instruídos inicialmente através do Evangelho de João” nas aulas das Escolas Bíblicas Diminicais, depois passando para os outros Evangelhos em diante até as aventuras desbravadoras do apaixonado apóstolo dos gentios, Paulo. Depois de um longo espaço de tempo, o fiel passa a ser cobrado segundo o Antigo Testamento, sendo persuadido a dizimar e ofertar cada vez mais, pois a “obra de Deus” depende deles e não pode parar. O fiel já não identifica mais a imagem daquele Deus de João, amoroso e misericordioso, agora é o Deus ciumento, rancoroso e vingativo do Antigo Testamento que faz parte das pregações.


4- A estratégia do diferimento

Outro modo de fazer aceitar uma decisão impopular é apresentá-la como “dolorosa mas necessária”, obtendo o acordo do público no presente para uma aplicação no futuro. É sempre mais fácil aceitar um sacrifício futuro do que um sacrifício imediato. Primeiro porque a dor não será sofrida de repente. A seguir, porque o público tem sempre a tendência de esperar ingenuamente que “tudo irá melhor amanhã” e que o sacrifício exigido poderá ser evitado. Finalmente, porque isto dá tempo ao público para se habituar à ideia da mudança e aceitá-la com resignação quando chegar o momento.
Exemplo recente: a passagem ao Euro e a perda da soberania monetária e económica foram aceites pelos países europeus em 1994-95 para uma aplicação em 2001. Outro exemplo: os acordos multilaterais do FTAA (Free Trade Agreement of the Americas) que os EUA impuseram em 2001 aos países do continente americano ainda reticentes, concedendo uma aplicação diferida para 2005.

Nas igrejas atuais isso também faz parte do foco da pregação de convencimento. Vale a pena sacrificar-se por Jesus, pois o que vem depois da morte é infinitamente maior e melhor, o Paraíso celeste. Tudo o que o fiel está passando de dificuldades, será recompensado e galardoado, por isso, dizime e seja fiel, esse é o lema dos pastores. Sofram como Jesus, mas deixem os bolsos dos pregadores bem robustos. Investir no fiel a longo prazo é a grande jogada das igrejas, procurando ocupar esses com o que eles tem de dom. Os fiéis são persuadidos a investirem no “reino” e nas coisas pertinentes a ele. Tem igrejas que vendem até espaços no céu.


5- Dirigir-se ao público como se fossem crianças pequenas

A maior parte das publicidades destinadas ao grande público utilizam um discurso, argumentos, personagens e um tom particularmente infantilizadores, muitas vezes próximos do debilitante, como se o espectador fosse uma criança pequena ou um débil mental. Exemplo típico: a campanha da TV francesa pela passagem ao Euro (“os dias euro”). Quanto mais se procura enganar o espectador, mais se adopta um tom infantilizante. Por que?
 “Se se dirige a uma pessoa como ela tivesse 12 anos de idade, então, devido à sugestibilidade, ela terá, com uma certa probabilidade, uma resposta ou uma reacção tão destituída de sentido crítico como aquela de uma pessoa de 12 anos”. (cf. “Armas silenciosas para guerra tranquilas” )

Essa é sem dúvida uma das técnicas mais utilizadas na igreja atualmente, tratando as pessoas como crianças, fazendo com que elas pareçam estar no jardim da infância, “para esquerda, para direita, para trás, pra frente e dê uma rodadinha”, ou então, o chavão: “fala para o irmão do seu lado: Deus tem promessas para sua vida, ou você é mais do que vencedor”, “repete comigo, em Jesus tudo posso”. Os pregadores se colocam na posição como de um pai ou responsável por crianças, onde tudo o que ele fala deve ser acolhido, pois está na bílbia (de forma literal é claro), e ai daquele que contestar, sai de baixo. Além disso, criam gírias infantilizantes de crentes, como por exemplo: varão, abençoado, vaso etc. Tratam os membros com tamanho cuidado alegando que são responsáveis pela sua salvação, porém, o que eles querem não é que você se “desvie”, mas que não deixe de ir para a igreja deixar sua contribuição de lado com “Deus”. Isso é tratar as pessoas de forma leviana e desrespeitosa, por mais que a pessoa chegue a igreja cheia de problemas, jamais deve ser tratada assim, como criança, e sim com maturidade e respeito.


6- Apelar antes ao emocional do que à reflexão

Apelar ao emocional é uma técnica clássica para curto circuitar a análise racional e, portanto, o sentido crítico dos indivíduos. Além disso, a utilização do registo emocional permite abrir a porta de acesso ao inconsciente para ali implantar ideias, desejos, medos, pulsões ou comportamentos…

Os próprios louvores nas igrejas já exercem essa função de mexer com as emoções, e pior, alterar as frequências mentais delas por intermédio das ondas ELF* (veja mais no site http://www.umanovaera.com/conspiracoes/A_Batalha_Pela_Sua_Mente.htm) emitidas, para que possam reprogramar a mente dos fiéis fazendo verdadeiras lavagens cerebrais, fazendo com que esses fiquem extasiados achando que estão sentindo a presença do “Espírito Santo” em total estado de transe condicionado. Essa é uma das mais utilizadas técnicas pelos charlatões da fé, porque depois desse preparo sugestionado nos louvores, eles conseguem persuadir o que querem em suas pregações. Também existem aqueles pregadores carismáticos mais ousados, que conseguem arrancar choros em prantos de seus fiéis, utilizando de palavras de forte efeito, como por exemplo: “É agora!”, “Receba!”, “Tome Posse do que é seu!”, etc.


7- Manter o público na ignorância e no disparate

Atuar de modo que o público seja incapaz de compreender as tecnologias e os métodos utilizados para o seu controle e a sua escravidão.
“A qualidade da educação dada às classes inferiores deve ser da espécie mais pobre, de tal modo que o fosso da ignorância que isola as classes inferiores das classes superiores seja e permaneça incompreensível pelas classes inferiores”. (cf. “Armas silenciosas para guerra tranquilas” )

Segundo algumas estatísticas a maioria dos novos evangélicos se encontram na classe C da sociedade brasileira (http://www.jornalmundogospel.com/2012/03/classe-c-esta-inserida-nas-igrejas-evangelicas-e-causa-impacto/), onde se concentra um número elevado de pessoas com baixo grau de instrução e uma enorme predisposição para o consumo, fazendo com que se tornem presas fáceis nas mãos dos charlatões da fé. Outro dado importante, é o fato de que essas pessoas são muito mais seduzidas e sugestionadas pelas pregações emocionais e triunfalistas, onde fala-se muito sobre prosperidade, riqueza e vitórias, ora, se você é filho do Rei, tem que viver igual a um príncipe e princesa do Senhor. Esse é o lema dos neopentecostais. Também em relação a esses cristãos, os pregadores procuram falar superficialmente sobre temas bíblicos, sem se aprofundar nas Escrituras, até porque esses charlatões da fé pouco conhecem sobre teologia histórica e bíblica, apenas as partes que lhe interessam mais, como teologia sistemática e dogmática cristã, pois com essas ferramentas eles conseguem manter os fiéis sobre total controle. As Escolas Bíblicas estão cada vez mais vazias, em função de novas teologias como a da prosperidade, onde o importante é vencer!


8- Encorajar o público a comprazer-se na mediocridade

Encorajar o público a considerar “ótimo” o fato de ser idiota, vulgar e inculto…

O jargão bíblico mais utilizado nas igrejas neopentecostais é: “A letra mata e o Espírito vivifica (IICo.3.6), logo podemos ver como os cristãos são tratados pelos seus líderes eclesiásticos, como verdadeiros idiotas, porque o próprio Jesus disse: “Errais não conhecendo as Escrituras nem o poder de Deus” (Mc.12.24). Também é muito comum dizer no meio cristão que Deus não escolhe capacitados, e sim, capacita os escolhidos. Essa é outra forma de dizer que você é um verdadeiro idiota e não presta, mas a igreja vai lhe formatar direitinho para você trabalhar para a “obra de Deus”, basta buscar a instrução do Espírito Santo.


9- Substituir a revolta pela culpabilidade

Fazer crer ao indivíduo que ele é o único responsável pela sua infelicidade, devido à insuficiência da sua inteligência, das suas capacidades ou dos seus esforços. Assim, ao invés de se revoltar contra o sistema econômico, o indivíduo se auto-desvaloriza e auto-culpabiliza, o que engendra um estado depressivo que tem como um dos efeitos a inibição da ação. E sem ação, não há revolução!…

Ainda existem algumas igrejas que pregam a idéia de se revoltar contra Deus. Porém, o que mais prevalece é o tipo de pregação onde o foco são os problemas, dificuldades e bloqueios das pessoas. Você não consegue as coisas porque está fraco na fé, ou não tem se empenhado com coragem e determinação suficientes, isso é o que mais se ouve nas igrejas, falta de fé e medo de encarar os problemas, ou seja, ninguém mais que o Pastor sabe sobre sua vida, será? Talvez você deve estar falando demais nos gabinetes, isso é perigoso, pois infelizmente não vejo ética nenhuma nesses charlatões da fé, é melhor fazer o que Jesus diz: “Mas quando você orar, vá para seu quarto, feche a porta e ore a seu Pai, que está em secreto. Então seu Pai, que vê em secreto, o recompensará” (Mt 6.6).

Depois que o pregador exorta bastante, dizendo que o problema está com você, na sua falta de fé, então entra com uma pregação de alto ajuda, isso mesmo, conselhos do tipo livrinho de cabeceira, onde você vai vencer e superar seus medos e frustrações, porém, você deve começar desafiando a você mesmo, de preferência, fazendo prova de Deus, sendo fiel dos dízimos e ofertas, assim você vai conseguir as coisas, e os pregadores ficarão mais ricos.


10- Conhecer os indivíduos melhor do que eles se conhecem a si próprios

No decurso dos últimos 50 anos, os progressos fulgurantes da ciência cavaram um fosso crescente entre os conhecimentos do público e aqueles possuídos e utilizados pelas elites dirigentes. Graças à biologia, à neurobiologia e à psicologia aplicada, o “sistema” chegou a um conhecimento avançado do ser humano, tanto física como psicologicamente. O sistema chegou a conhecer melhor o indivíduo médio do que este se conhece a si próprio. Isto significa que na maioria dos casos o sistema detém um maior controle e um maior poder sobre os indivíduos do que os próprios indivíduos.”

Seguindo o raciocínio a cima, podemos detectar essa capacidade nos dirigentes das igrejas, pois eles conhecem suas “ovelhas” como ninguém, afinal de contas existem gabinetes para que? Da mesma forma que era utilizado os confessionários no passado, para que a igreja ficasse sabendo tudo a respeito do fiel, nada além disso. Assim fica mais fácil elaborar os sermões e pregações, porque já se conhece o público alvo, seus gostos, desejos e anseios em relação a igreja. Essa é a melhor tática de marketing das igrejas, o conhecimento completo de sua membrazia, assim, por outro lado, o fiel fica praticamente nas mãos do líder religioso, pois a qualquer momento, alguma coisa peculiar sua, pode vir a tona como um escândalo. Por isso que é melhor seguir o que a Bíblia diz: “Assim diz o Senhor: Maldito o homem que confia no homem, e faz da carne o seu braço, e aparta o seu coração do Senhor” (Jr.17.5).


“Examinais as Escrituras, porque vós cuidais ter nelas a vida eterna, e são elas que de mim testificam.” (Jo.5.39)


Fonte: http://ptesoterico.wordpress.com/?s=manipulação

Para ler o livro “A BATALHA PELA SUA MENTE” por Dick Sutphen, Acesse o endereço abaixo: http://www.amadeuw.com.br/livro.php?c=15&id=1022&t=A+batalha+pela+sua+mente

domingo, 10 de junho de 2012

Encontrando a nossa centralidade na cruz

Por Kadu Santoro

Ao longo da história cristã, a cruz sempre foi símbolo de maldição e sofrimento. Dentro do quadro histórico do mundo antigo a cruz era local de condenação para criminosos, provavelmente teve sua origem entre os Persas. O historiador Heródoto apresenta um relato onde o Rei Dario mandou crucificar três mil babilônios por volta de 519 a.C. (ver Heródoto, Histórias). Os romanos aperfeiçoaram a crucificação como forma de tortura. Cícero, o estadista romano chamou esse ato de punição como: “o castigo extremo mais cruel e repugnante”. (ver Cícero, Selected Works) Muitos mártires cristãos também foram mortos na cruz pelo fato de não negarem sua fé em Jesus Cristo e serem considerados rebeldes contra a religião imperial. Para os judeus, era proibido olhar para alguém que estivesse crucifixado, pois este era considerado maldito. Além disso, a cruz proporcionava uma morte lenta e dolorosa, na maioria das vezes por asfixia devido a posição incômoda com os braços abertos.

Analisando os evangelhos sinóticos e João em um nível mais profundo, onde Jesus fala a respeito de seguir a ele levando a própria cruz, podemos extrair sábias lições relacionadas ao processo do despertar da consciência.

“Então, Jesus disse a seus discípulos: “Se alguém quer vir em meu segmento, renuncie a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me. Pois quem quiser salvar a sua vida, vai perdê-la; mas quem perder a sua vida por minha causa, vai salvá-la. Que proveito terá o homem em ganhar o mundo inteiro, se o paga com a própria vida? Ou então, que dará o homem, que tenha o valor de sua vida? Pois o Filho do Homem virá com seus anjos na Glória do seu Pai; e então, retribuirá a cada um segundo a sua conduta. Em verdade, eu vos declaro: dentre os que estão aqui, alguns não morrerão antes de ver o Filho do Homem vir como rei”. (Mt.16.24-28)

O ponto de partida para analisar esta passagem bíblica situa-se em duas perguntas fundamentais: quem é Jesus e o que representa seguí-lo?

Jesus Cristo, dentro de uma interpretação psicológica e analítica, é o arquétipo do divino/humano, ou seja, o modelo ou paradigma a ser seguido pela humanidade. O apóstolo Paulo sintetiza bem esse objetivo quando diz em uma de suas cartas: “até que todos cheguemos à unidade da fé e ao conhecimento do Filho de Deus, a varão perfeito, à medida da estatura completa de Cristo”. (Ef.4.13)

Jesus não é alguém fora, um ente histórico, é o Cristo/símbolo que deve ser despertado dentro de nós. Possuímos todas as potencialidades cósmicas dentro de nós, quando Jesus diz que Ele e o Pai são um (Jo.10.30), está dizendo que essa condição é universal para todos seres humanos, pois foram feitos à imagem e semelhança de Deus (Imago Dei). Jesus falou aos seus seguidores que coisas maiores eles fariam, nunca mencionou ter curado alguém, a própria “fé” da pessoa que foi instrumento de cura.

Na interpretação cabalística, o sentido de Jesus na cruz simboliza a árvore da vida em seu estado perfeito com suas dez sephiroths. Na cabeça a coroa (Kether-01) representando a divindade absoluta, nos pés (Malkuth-10) representando o reino terreno, a humanidade integral, e no meio da árvore, na posição do coração a beleza (Tiphereth-06), representando o sagrado coração de Jesus, o fio condutor entre o homem e Deus.



Em relação a segunda pergunta, seguir a Jesus significa especificamente estar ligado à árvore da vida, síntese de toda à história da salvação bílbica, descrita no último livro da bíblia: “Bem aventurados aqueles que lavam as suas vestiduras no sangue do Cordeiro, para que tenham direito à árvore da vida e possam entrar na cidade pelas portas”. (Ap.22.14)

Essa pequena introdução já nos possibilita analisarmos a questão sobre a centralidade da cruz com muito mais clareza. Vimos que o centro da cruz, na árvore da vida, encontra-se no coração (Tiphereth), que representa o local onde residem os nossos sentimentos humanos, a porta da vida, onde está resguardado o sopro divino.

A primeira etapa para ter um verdadeiro encontro com o nosso Cristo interior é renunciar a si mesmo, ou seja, é preciso deslocar o nosso Eu do centro da nossa vida. Devemos tomar ciência de que tudo é transitório e passageiro, nossa vida terrena é apenas uma experiência física, como disse Teilhard de Chardin: Não somos seres humanos vivendo uma experiência espiritual, somos seres espirituais vivendo uma experiência humana.” Esse é o ponto de mutação que devemos ter em mente para realizarmos o verdadeiro processo do despertar da consciência.

Renunciar a si próprio, também representa dar lugar ao nosso inconsciente, local onde encontram-se a nossa porção divina escondida, deixar um pouco de lado o nosso agir racional, passar a perceber o que antes era chamado de coincidência, e agora chama-se sincronicidade, viver mais de forma subjetiva, deixando Deus conduzir nosso caminhar na estrada da vida.

O local simbólico onde realizamos essa experiência é no centro da cruz, no ponto de intercessão entre as coordenadas X (vertical) e Y (horizontal), local onde encontram-se o Sagrado Coração de Jesus ou a Rosa Mística (utilizada pelos Rosa cruzes e por Martinho Lutero), que tem como simbolismo o desabrochar da rosa, que representa o despertar da nossa consciência e do amor universal. Segundo a Física moderna, esse ponto de encontro entre as coordenadas chama-se horizonte de eventos, local de manifestação tempo/espacial. Em todas as culturas religiosas do mundo, temos imagens arquetípicas chamadas de Mandalas, que possuem a mesma função simbólica da cruz, pois são representações visuais que apontam para um centro, local de foco e meditação para atingirmos a união mística entre o humano e Deus.



Perder a nossa vida aqui por Jesus, não representa tornar-se um mártir, ou virar um fanático religioso em busca da salvação como vemos ser pregado por aí de forma fundamentalista, significa uma mudança de mentalidade, onde o nosso coração já não é mais aprisionado pelo Ego, vivemos livres das amarras religiosas, pois o véu se rasgou do alto (Kether) até em baixo (Malkuth), e vivemos no caminho do centro (Tiphereth), ponto de comunhão com o divino, local de manifestação e vida, o centro da cruz.

Para todos aqueles que conseguirem viver essa centralidade na cruz durante sua vida, a morte já não existirá mais, pois o medo e o temor da morte, nada mais é do que um inconformismo ego-ísta de não aceitarmos que temos um tempo determinado aqui no plano físico, seja para quem acredite em reencarnação ou ressurreição, pois a lei cósmica é uma só, como Buda certa vez disse: “todo composto é perecível”.

            Em síntese, podemos concluir que a cruz é um arquétipo da árvore da vida, tanto é que ela é unânime nos quatro evangelhos. Jesus é o protótipo do divino/humano, a condição que devemos atingir através da experiência do encontro no centro da cruz, em Tiphereth (sexta sephira), durante a subida pela árvore (nossa caminhada pelo mundo), partindo de Malkuth em ascese até Kether. Jesus é a própria imagem de Tiphareth, que é simbolizada na Cabala cristã como um rei majestoso e um Deus crucificado. Ele também é representado como o Sol, a luz do mundo. Toda a narrativa bíblica a cerca da vida, morte e ressurreição de Jesus aponta para um único lugar, a centralidade do nosso coração (Tiphereth) que deve estar intimamente ligado a Deus.