quinta-feira, 4 de abril de 2019

Uma reflexão sobre o autoconhecimento a partir da Cabala

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Por Kadu Santoro

A Cabala consiste numa das mais poderosas ferramentas para o desenvolvimento pessoal e a auto realização, ou seja, o conhecimento de si mesmo. Através do diagrama quântico da Árvore da Vida, os cabalistas buscam a reintegração de sua essência com a Grande Unidade.

O simples despertar de interesse pelos estudos da Cabala já revela um grau de amadurecimento e evolução do indivíduo. Esse já não se compraz mais com as convenções religiosas e suas institucionalidades, começa a sentir-se um estranho no ninho, não se adequando mais aos modelos até então vigentes de espiritualidade e sociedade. Esse momento de despertar costuma ser muito doloroso, levando o indivíduo a um profundo estado de depressão e falta de sentido pela vida, chamado pelos místicos de noite escura da alma.

Para os Cabalistas, é diante dessa crise existencial que a Grande Luz brota em seu Ser como o lótus que floresce no lodo, preenchendo suas entranhas e envolvendo a sua alma de tal maneira que tudo aquilo que antes parecia não ter sentido começa a se revelar diante de seus olhos por uma nova perspectiva jamais experimentada antes.

É muito comum, durante esse processo de despertamento, que o indivíduo comece a prestar mais atenção aos acontecimentos que os rodeia, sinais e mais sinais começam a revelar-se diante dele, como símbolos esotéricos, letras e diagramas cabalísticos, sonhos com números e imagens pontuais, encontros inusitados com pessoas notáveis, que parecem ter vindo a seu encontro como verdadeiros mestres passageiros, entre outros.

Segundo a Cabala, o verdadeiro aprendizado é resultado direto da experiência vivencial. A realidade não pode ser definida, apenas experimentada. Para muitos, a postura do cabalista a certo ponto pode parecer fria, pois sabe que aquele que fica impaciente à espera de oportunidade é, muitas vezes, o menos preparado para aproveitá-las quando aparecem, ou seja, o cabalista jamais deve criar expectativas, pois reconhece a existência de uma ordem superior que é onisciente, e logo, tudo o que terá que acontecer, acontecerá, não da forma que queremos, mas como deve ser.

A soma total do conhecimento, da sabedoria e da tecnologia humana encontra-se disponível a todos. Precisamos despertar uma visão integral de nossas próprias possibilidades, somente assim a vida irá se transformando em uma fascinante sucessão de experiências, como dizia OSHO, que a vida não é problema a ser resolvido e sim um mistério a ser vivido.

Devemos viver esse mistério de forma a saber que cada indivíduo é um conjunto de possibilidades e energia acumulada, que consiste numa mescla de teorias e crenças que se irradiam e influenciam o mundo. A singularidade individual é o grande mistério, a garantia de que cada um tenha uma leitura diferente da vida.

Cada indivíduo se inter-relaciona com a totalidade das coisas. As dimensões visíveis e invisíveis, o material e o espiritual fazem parte de uma mesma realidade; não havendo razão para separarmos uma coisa de outra (como muitas religiões fizeram ao longo da história) ou mesmo imaginar que o espiritual fica muito distante de nós.

O que a sabedoria da Cabala nos propõe, é o abandono do conhecimento que deixou de ser necessário, ou que nos mantém amarrados, para captar outros conceitos, outros conhecimentos adicionais jamais experimentados. Pois ninguém pode pensar por nós e, não haverá evolução individual se nos limitarmos a copiar e reproduzir o comportamento alheio, ou continuarmos sendo repetitivos.

É de suma importância reconhecer que os hologramas de nosso corpo armazenam a memória de todos os nossos sentidos. Somos o que pensamos que somos (como dizia Buda) e conseguimos realizar aquilo que acreditamos que podemos realizar.

Os mestres cabalistas enxergam o mundo ao seu redor perceptivamente, não passivamente. Com uma visão perceptiva invisível da realidade objetiva.

É nesse sentido de percepção que a Árvore da Vida pode nos levar ao descobrimento do conhecimento, com os arquétipos e símbolos servindo como espécie de bússola para o nosso destino. E esse conhecimento não está fora, a Árvore da Vida está dentro de nós. Ela é o elo entre nós e o Criador, como disse Jesus, que o reino de Deus se encontra dentro de nós.

Paz Profunda!


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