Por Kadu Santoro
Mais um final de ano se aproxima,
e com ele a lembrança do Natal. Uma data fundamental para o cristianismo, porém
quase esquecida e esvaziada em sua essência, que é o anúncio e a natividade do
Deus Menino, pobre, frágil e indefeso, que veio como a luz do mundo e ninguém o
reconheceu e recebeu (João 1.10-11), para que todos pudessem despertar a consciência
para as coisas do alto pertinentes ao Reino de Deus, como o amor a justiça e a
misericórdia.
Nesse período é muito comum
fazermos reflexões sobre tudo o que aconteceu ao longo do ano nas mais diversas
áreas de nossas vidas, porém, aproveito essa pequena reflexão para falarmos um
pouco sobre justamente o que fica cada vez mais esquecido, sobre a essência do
Natal.
A humanidade encontra-se profundamente
mergulhada no materialismo, cada vez mais longe de sua essência, da sua vocação
divina de filhos legítimos de Deus, vivendo apenas em função do ter em
detrimento do Ser. As pessoas estão cada vez mais voltadas para o consumismo,
alienadas em si mesmas, insensíveis, com os egos inflados totalmente
envaidecidos, coloridos por um verniz social, vivendo apenas de aparências, num
estado de trevas (que representa o grau de ignorância), longe de uma vida
simples, harmônica, voltada para valores mais elevados.
Nessa data tão linda e profunda
em seu simbolismo que é o Natal, vamos voltar nossos pensamentos para o
nascimento de uma nova consciência, para o despertar do novo (a imagem do
menino), para darmos uma chance a nós mesmos de nos tornarmos pessoas melhores,
mais sensíveis, solidárias, caridosas e amorosas, contemplando em nosso próximo
o que ele é em sua essência, e não no que ele tem ou que pode nos dar em troca.
Nesse período, ao invés de nos
voltarmos para os Shoppings Centers suntuosos, as lojas de departamentos em
busca de enfeites, brilhos e presentes, ficarmos preocupados com cardápios
apetitosos para a ceia, elaborando discursos pomposos para noite de Natal,
preocupados com o que vestir, etc, etc... Vamos aproveitar essa ocasião para
refletirmos e lembrarmos da trágica realidade a nossa volta, daqueles que não tem um teto para dormir, um prato de
comida para se alimentar, um agasalho para se proteger do frio, estão
desorientados pelas ruas, solitários, abandonados e mortos internamente, sem
nenhuma perspectiva de uma vida digna. É aí que o Natal encontra seu verdadeiro
e mais profundo sentido, onde devemos nos voltar para aqueles que estão na
escuridão, abandonados, indefesos (como o menino Jesus ao nascer numa
manjedoura), totalmente às margens da sociedade, e assim acolhermos de forma a
levar a luz que tanto precisam, um consolo, um olhar de misericórdia que seja,
um compartilhar com amor, lembrando que todos somos filhos do mesmo Criador, e
estamos aqui para ajudarmos uns aos outros cumprindo o maior de todos os
mandamentos: Amar a Deus sobre todas as coisas e ao teu próximo como a ti
mesmo.
Que a Luz Crística ilumine nossos
corações neste Natal e ao longo de nossas vidas, nos proporcionando um
crescimento sublime na graça e no conhecimento do nosso Senhor e Salvador Jesus
Cristo (2Pe.3.18).
Feliz Natal em Cristo!!!
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