segunda-feira, 15 de agosto de 2011

A responsabilidade de viver segundo a graça de Deus




Por Kadu Santoro

“...pois todos pecaram e carecem da glória de Deus, sendo justificados gratuitamente, por sua graça, mediante a redenção que há em Cristo Jesus...” Rm.3.23,24

O título deste estudo parece contraditório, pois fomos acostumados pela tradição cristã, a entender que quando Jesus veio entre nós na plenitude dos tempos, o peso e o rigor da Lei foi substituído pelo fardo leve da graça salvífica, ou seja, a velha aliança deu lugar a nova (Hb.9.15).

Para começar a esclarecer esse ponto de vista, é necessário entender os dois lados da moeda. Segundo a tradição judaica, a torá é um código de regras escritas para o povo, nela contém normas, hábitos, costumes, rituais e legislações, para que o povo, após a saída do Egito, pudesse ter estatutos para se sentirem identificados entre si, como uma comunidade, ou seja, como um povo prestes a se tornar uma nação. Pois bem, por outro lado, havia a chamada tradição oral, essa era em sua maior parte restrita aos sacerdotes e escribas. O que acontecia de fato, era que a Lei, segundo a forma escrita (Torá), era um fardo pesado para o povo, eram obrigações e regras a serem cumpridas quase que diariamente, e tendo como seus ministrantes, responsáveis pela condução desses cumprimentos, os sacerdotes e os escribas.

Séculos foram se passando, e diante de tantas perseguições, opressões, apostasias e quedas, o povo hebreu parecia carregar pedras nas costas de tantas obrigações e observâncias a cerca da Lei. Porém, a Lei oferecia muitas vantagens, pois bastava apenas se reconciliar com Deus dos seus pecados através de sacrifícios, oferendas e uma boa conduta, de uma forma bem mecânica, e tudo estava resolvido. A Lei, por um lado era pesada devido a sua observância, mas por outro, era extremamente cômoda. Ela não promovia mudanças interiores profundas no coração do homem, que muitas vezes nem os profetas conseguiam isso do povo. Logo, posso chamar o caminho da Lei de caminho largo, pois através de sacrifícios e oferendas, tudo se resolvia e era possível a reconciliação com Deus, parecia que tudo era permitido a partir do momento que você ofertava e tributava à Deus. Não havia uma consciência profunda a respeito do mal, uma transformação de vida, era tudo superficial e aparente, era uma verdadeira negociação com Deus. Além disso os sacerdotes e escribas possuiam um certo status em relação ao serviço dessas negociações, sendo eles, os intermediários entre o povo e Deus, onde ainda levavam boas quantias para isso.

Para falar sobre a graça, também temos que voltar no tempo, lá na época do apóstolo Paulo. Foi Paulo que configurou e sistematizou os conceitos sobre a graça de Deus (Rm.3.24). Paulo foi Fariseu, observante da Lei e um dos maiorais da sinagoga, porém, após a sua experiência sobrenatural com Jesus no caminho de Damasco (At.9.1-9) onde caiu do cavalo e encontrou-se totalmente cego, percebeu que tinha sido alcançado por Jesus, e não havia volta. De perseguidor passou a perseguido, foi revelado a ele todos os propósitos de Jesus para a humanidade, não somente para os judeus. Essa boa nova que Paulo passou a viver e a divulgar, passou a chamar de graça, pois para ele, tudo que o homem não enxergava de ruim em sua vida, só poderia ser entendido através da revelação do Espírito Santo, que consequentemente é uma manifestação da graça de Deus.

Quando o Espírito Santo nos convence do erro e do pecado, na verdade está agraciando a pessoa na qual Deus tocou, logo, o esclarecimento vem, tudo fica nítido e entendido, o homem passa a ser uma nova criatura, só que agora possui uma consciência, uma nova vida, onde a responsabilidade se torna a cada dia maior perante Deus e a humanidade, não por obrigatoriedade, mas sim por amor e compaixão. A responsabilidade da graça na vida do cristão é enorme, pois agora ele possui uma nova mentalidade, não é mais dirigido pelo seu ego, e sim pelo Espírito que nele habita. Seu corpo não é mais um mero organismo vivo complexo, é a morada do Espírito Santo (1Co.6.19), lugar de reflexão, amor, partilha, solidariedade, longanimidade e todas as bem aventuranças. O caminho da graça é estreito dentro de nós, é a nossa vereda interior, pois na verdade somos livres no mundo, não estamos presos e nem condicionados a dogmas nem hábitos e costumes, muito menos a privações sacramentais, que nos impossibilitam de interagir com outras pessoas de pensamentos e personalidades diferentes da nossa, e muito menos por causa da religiosidade. A graça exige muito de nós, pois através dela temos que amar a todos conforme a regra de ouro (Mt.22.39), sermos justos, brandos, mansos, prudentes e acolhedores. É pela graça que temos a responsabilidade de cumprir o ide de Jesus (Mt.28.19), de proclamar as boas novas, mostrar o caminho a verdade e a vida (Jo.14,6), sermos a luz do mundo (Jo.8.12) e o sal da terra (Mt.5.13).

A mesma graça que nos exige, é a mesma que permite sermos libertos da escravidão do pecado, oferecendo uma vida digna, com mais qualidade e harmonia, longe da sedução neurótica da sociedade consumista e midiática, que só oferece o ‘ter” não o “ser”. O preço da graça, é o dom gratuito da vida, ou seja, o preço é apenas simbólico, pois através dela já somos justificados pela redenção de Jesus. O único sacrifício de viver segundo a graça, é viver de forma consciente, pois já temos o discernimento do que é certo e o que é errado, temos as Escrituras para os momentos que houver dúvidas, e principalmente o Espírito Santo nos auxiliando na nossa jornada.

Para concluir esse estudo, podemos perceber que a Lei teve o seu momento na história, aliás, ela ainda faz parte da sociedade até os dias de hoje, mas de certa forma ela permitia que o homem relaxasse e recaísse no erro várias vezes, pois a redenção era feita de forma mecânica, sem o arrependimento do coração, era como as indulgências vendidas pela igreja na idade média, onde era necessário apenas comprá-la e seus pecados eram limpos automaticamente. Mas a graça nos exige muito mais, pois através dela recebemos a consciência da vontade de Deus, passamos a enxergar segundo o Espírito, passamos a ser exemplo e testemunha, a brilhar onde houver escuridão, levar paz onde houver discórdia, mostrar o amor de Deus para o mundo inteiro e principalmente respeitar e cuidar de toda a Sua criação com zelo e consciência.



sábado, 6 de agosto de 2011

Despertai humanos, a natureza chora e o meio ambiente clama por socorro



Por Kadu Santoro

Quando Deus concebeu vida à Terra, iniciou pelos recursos naturais e pelo meio ambiente. Deu forma a cada ser, todos com um propósito, com uma incrível riqueza de detalhes, requinte e muita beleza. Até hoje em dia, depois de milhares de anos, ainda podemos contemplar essas maravilhas naturais do criador.

Após o término das etapas da criação do mundo, a Bíblia menciona palavras que nos levam a uma profunda reflexão e um despertar da consciência.

“Viu Deus tudo quanto fizera, e eis que era muito bom. Houve tarde, manhã, o sexto dia.” Gn.1.31

Então passamos a nos perguntar por que tudo que Deus criou deveria ser muito bom? Para que toda essa preocupação e perfeição com a sua criação?

“Os céus proclamam a glória de Deus e o firmamento anuncia as obras de Suas mãos.” Sl.19.1

Todos esses preparativos eram em função de sua maior criação que estava por vir - o ser humano, a sua imagem e semelhança, a sua maior expressão de amor (Jo.3.16), a coroa e o esplendor de toda sua criação, esse que seria o responsável pela conservação e manutenção de toda a sua boa obra. Porém, o ser humano logo no início falhou nessa missão e até hoje, desde a sua queda (afastamento da natureza divina) continua a maltratar e a destruir o meio ambiente, devido a sua ganância e egoísmo.

Na verdade, não somos dignos de estarmos na presença de Deus, mas mesmo assim, Ele nos ama e Se revela ao homem por meio da natureza. Muitas pessoas, que nunca tiveram acesso a Bíblia, conheceram a Deus através da sua criação.

Se cada um de nós tivermos consciência do mal que estamos causando ao meio ambiente e passarmos a fazer a nossa parte divulgando sobre a gravidade do problema, pode ser que consigamos reverter o quadro assustador em que o nosso planeta se encontra atualmente.

“Por isso, a terra está de luto, e todo o que mora nela desfalece, com os animais do campo e com as aves do céu; até os peixes do mar perecem.” Os.4.3

Infelizmente muitas pessoas ainda não despertaram para esse problema. O que elas não entendem é que o futuro da vida no planeta depende de nós. É através de simples e pequenas ações que podemos mudar esse quadro negativo.


Confira abaixo algumas dicas que podem ajudar muito a mudar essa situação:

- Não corte ou pode árvores sem autorização. Alem de proibido é crime ambiental;
- Preserve a vegetação nativa;
- Não altere os cursos d’água. Poços artesianos, somente com autorização;
- Não mantenha animais silvestres cativos;
- Faça a separação do lixo reciclável, não jogue lixo em vias públicas e nem em áreas verdes;
- Recicle ou reaproveite tudo que puder;
- Reduzam no consumo de materiais plásticos, como sacolas plásticas;
- Mantenha seu veiculo com a manutenção em dia e regulado;
- Ande de bicicleta ao invés de carro, faz bem ao meio ambiente e a saúde;
- Não utilize agrotóxicos em excesso nas plantações;
- Não jogue resíduos químicos na rede de esgoto;
- Não desperdice água, esse é o bem mais essencial que possuímos;
- Economize em energia elétrica, faz bem ao seu bolso também;
- Conscientize as pessoas e crianças da importância de cuidar do meio ambiente e da natureza;
- Cuide da higiene e do saneamento básico;
- Influencie a coleta de materiais não degradáveis.