Por Kadu Santoro
A
Cabala nos ensina a se conectar com a vida verdadeira que encontra-se latente dentro
de cada um nós. O processo para se estabelecer essa conexão não é por meio de
auto-ajuda, e sim pela via do autoconhecimento, o caminho interior em direção a
centelha divina, àquele que É.
O
caminho do autoconhecimento é árduo e árido, somente você, frente a frente com
você mesmo, aprendendo a se conhecer e observar-se, libertando-se das impressões
e automatismos adquiridos por toda a vida. É a única forma de se libertar de Maya
(ilusão). Trate-se de um processo de auto-desconstrução, como disse Jesus: “Não
ficará pedra sobre pedra que não seja derrubada” Marcos 13.2 Todo edifício fundamentado
sobre o Ego deve cair para que surja o Novo Homem.
O
processo de auto-desconstrução é o convite para o deserto existencial, e o seu mestre
e companheiro é o silêncio. Agora você é o observador e o observado, a grande
testemunha, despertando a consciência de que você não é nem sua mente e nem seu
corpo, apenas uma projeção distorcida da realidade superior, é a luz diante das
sombras, o real diante do irreal. É nessa dialética que desponta o Eu Superior,
o homem maduro que não tem mais nostalgia do passado e nem ansiedade pelo futuro,
vive no eterno agora, pensando, sentindo e agindo conscientemente, e não mais automaticamente,
como interroga os anjos na Bíblia: “Por que buscais entre os mortos aquele que
vive?” Lucas 24.5. Buscar fora o que está dentro, é buscar entre os mortos.
Nenhuma prática, ritual ou programa de auto-ajuda poderá resolver nossa situação.
O caminho para a libertação da ilusão é tríplice: Auto-observação, autodesconstrução
e autoconhecimento.
O
ponto de partida é a observação e a lembrança de si, em seguida o processo de
desconstrução de tudo aquilo que não lhe pertence, é a limpeza pesada na casa
interior, e daí em diante começa o processo contínuo de autoconhecimento. Esse tríplice
processo é comum nas tradições antigas, como por exemplo na cristã, que fala
das três vias: Purgativa, Iluminativa e Unitiva.
O
contato com a Cabala, livre das religiosidades e suas observâncias, tem o poder
de despertar esse tríplice processo de observação, desconstrução e
conhecimento.
Paz
Profunda!
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