domingo, 27 de fevereiro de 2011

A síntese do mistério da cruz - Análise alegórica do texto de João (Jo.14.6).


“Disse-lhe Jesus: Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida. Ninguém vem ao Pai senão por mim.”

Essa é a síntese do grande mistério da cruz, onde o eixo vertical até o encontro do eixo horizontal, representam o caminho, a direção a ser seguida para o alto (Cl. 3.1). Do eixo horizontal pra cima, onde fica o topo da cruz, representa a verdade, o campo espiritual, a morada do eterno, o Reino de Deus (Jo.18.36). A vida é representada pela parte horizontal, onde tudo tem um começo e um fim, é o eixo da temporalidade, das coisas passageiras, da vida terrena (Ec. 3.1-8).

Seguindo esse raciocínio, completando o versículo, onde Jesus nos diz que ninguém vai ao Pai, senão por Ele, ele nos revela profundamente o caminho a seguir, e em outro versículo, ele nos diz: que no mundo teremos aflições, mas devemos ter bom ânimo (Jo.16.33). Esse mundo, que Jesus venceu, só foi possível, carregando sua cruz, para que assim se cumprisse a verdadeira e legítima vontade do Eterno conforme as escrituras (Is.53.1-12). Ele precisou carregar a cruz (Fp.2.7,8), pois é nela que ele estabeleceu não só a salvação para a humanidade, mas a vida eterna, pois quando ele falou que está tudo consumado (Tetelestai Jo.19.30), naquele momento, as três dimensões do caminho da verdade e da vida, se fundiram, e a revelação de Deus se manifestou, e assim, o milagre da ressurreição aconteceu, para que todos pudessem entender o grande mistério da cruz.

Queridos, não queiram jamais aliviar o peso da sua cruz, e muito menos, encurtar ela, pois Deus não dá o peso maior do que nós podemos suportar. Muitas vezes a cruz parece mais pesada por causa dos nossos próprios pecados e ansiedades, porém, quando nos arrependemos e nos quebrantamos diante de Deus, ela passa a ficar mais leve (Mt.11.29). Devemos lembrar que a cruz não é uma punição de Deus, e sim um preço que pagamos pela nossa origem pecaminosa, fruto da queda do homem, pela consciência que passamos a ter do bem e do mau, isso nos trouxe o livre arbítrio, porém, passamos a ser responsáveis por todos os nossos atos, nos tornando assim mortais, nossos próprios julgadores, tendo apenas Jesus como nosso legítimo e único advogado (I Jo.2.1).


Kadu Santoro

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