sexta-feira, 29 de outubro de 2010

A Escola de Frankfurt



Foto ao lado de Theodor Adorno e Max Horkheimer, dois dos maiores expoentes
e fundadores da escola.


A Escola de Frankfurt, surgiu em 1924, inicialmente como um instituto de pesquisas, voltado para o debate intelectual, visando primariamente uma união entre o pensamento marxista e a psicanálise criada por Freud, com a principal tarefa de esclarecer as novas realidades surgidas com o desenvolvimento do capitalismo no século XX, num período da história contemporânea, onde seus principais expoentes, observaram estarrecidos, as mudanças nos cenários políticos, sociais e culturais, como a deflagração da Revolução Russa, em 1917, o surgimento do regime fascista e a ascensão do nazismo na Alemanha.

A Escola de Frankfurt, é considerada como o último expoente da filosofia alemã, foi fundada e financiada por Félix Weil, e reunia em torno de si, um círculo de cientistas sociais e filósofos de mentalidade marxista e de origem judaica. Esses renomados pensadores, eram adeptos da Teoria Crítica da Sociedade. Seus principais integrantes eram, Theodor Adorno, Max Horkheimer, Herbert Marcuse, Walter Benjamim, Léo Löwenthal, Erich Fromm, Jürgen Habermas, Ernst Bloch, entre outros.

A gama de temas tratados pela escola era amplo, desde assuntos relacionados aos processos civilizatórios modernos, envolvendo o destino do ser humano na era da técnica até a política, passando também pelas questões da arte, música e literatura. Essa corrente filosófica, também foi responsável pela disseminação de expressões como: “indústria cultural” e “cultura de massa”.

A Teoria Crítica elaborada por Adorno e Horkheimer, tinha como principal objetivo, apresentar as coisas como são, sob forma de tendências presentes no desenvolvimento histórico, procurando diagnosticar o tempo presente baseando-se em estruturas de modelos sociológicos vigentes e condições históricas concretas. A Teoria Crítica utiliza-se de idéias do Marxismo para tentar explicar o funcionamento da sociedade e a formação de classes, e também, da psicanálise para explicar a formação do indivíduo.

Quanto ao conceito de “indústria cultural”, podemos citar a tese central do livro “Dialética do Iluminismo”, que nos afirma, que o projeto iluminista original, foi um mito que levou a humanidade a um verdadeiro impasse, no qual a ciência e o positivismo estavam a serviço da opressão. “Ao invés de trazer liberdade aos homens, acabou nos trazendo o potencial de destruição em massa.” (Max Horkheimer e Theodor Adorno). A origem da indústria cultural, se deu através da sociedade capitalista que acabou transformando a cultura num produto comercializado. A produção da indústria cultural, é direcionada para o retorno lucrativo, tendo como base, padrões de imagem cultural. Para Horkheimer e Adorno, os termos modernos criaram a idéia de que não apenas somos seres livres e distintos, como podemos construir uma sociedade capaz de permitir a todos uma vida digna, onde cada indivíduo possa se realizar.

Horkheimer, Adorno e Marcuse, referiam-se com o termo indústria cultural, à conversão da cultura em mercadoria, ao processo de subordinação da consciência à racionalidade capitalista. Para eles, o problema maior, era não apenas o fato de o conhecimento, a literatura e a arte em si, senão os próprios seres humanos se tornarem produtos de consumo. A prática da indústria cultural, segue a linha da menos resistência, não deseja mudar as pessoas, desenvolve-se com base nos mecanismos de oferta e procura, explorando necessidades e predisposições individuais que não são criadas por ela, mas, sim, pelo processo histórico global da sociedade capitalista.

Podemos concluir, que os pensadores da Escola de Frankfurt, faziam uma crítica a cultura de massa, não porque ela era popular, mas, sim, porque boa parte dessa cultura conservava as marcas da violência e da exploração, que as massas tinham sido submetidas desde as origens da história, como um bom exemplo disso, podemos citar a propaganda ideológica nazista, que tinha um poder de persuasão incrível, movimentando milhares de jovens em prol do extermínio em massa dos judeus, alegando serem eles, os judeus, a causa de todos males da humanidade. Hoje em dia, vimos esse contexto se repetir com a massificação de programas televisivos, evasivos e alienatórios, deixando o telespectador totalmente narcotizado diante de tanta futilidade e sedução de consumo nas telas da televisão, proporcionando lucros astronômicos às emissoras e enriquecendo os bolsos dos patrocinadores.



Bibliografia:
- MONDIN, Batista – Curso de Filosofia – Volume 1 – Coleção Filosofia – Paulus – SP – 1981
- http://pt.wikipedia.org/wiki/Escola_de_Frankfurt


Kadu Santoro

3 comentários:

  1. nossa, me ajudou muito..........
    muito bom.

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  2. "Ao invés de trazer liberdade aos homens, acabou nos trazendo o potencial de destruição em massa.” (Max Horkheimer e Theodor Adorno)

    Exemplos:Padrão de beleza a seguir, o melhor carro, marcas de roupas, como você deve se comportar, como usar o cabelo, o estilo, o que comer, ser contra a diferença.
    Conclusão: Não seja você mesmo, é errado ser diferente!

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