quarta-feira, 26 de maio de 2010

A era da correria


Nós bebemos demais, gastamos sem créditos. Dirigimos rápido demais, ficamos acordados até mais tarde, acordamos muito cansados, lemos muito pouco, assistimos TV demais e raramente estamos com Deus. Multiplicamos os nossos bens, mas reduzimos os nossos valores. Nós falamos demais, amamos raramente, odiamos frequentemente.

Aprendemos a sobreviver, mas não a viver; adicionamos anos à nossa vida e não vida aos nossos anos. Fomos e voltamos à Lua, mas temos dificuldade em cruzar a rua e encontrar um novo vizinho. Conquistamos o espaço, mas não o nosso próprio. Fizemos muitas coisas maiores, mas pouquíssimas melhores. Limpamos o ar, mas poluimos a nossa alma; dominamos o àtomo, mas não o nosso preconceito; escrevemos mais, mas aprendemos menos; planejamos mais, mas realizamos menos.

Aprendemos a nos apressar e não, a esperar. Construímos mais computadores para armazenar mais informações, produzir mais cópias do que nunca, mas nos comunicamos cada vez menos. Estamos na era do “fast-food” e da digestão lenta; do homem grande, de caráter pequeno; lucros acentuados e relações vazias.

Esta é a era de dois empregos, vários divórcios, casas chiques e lares despedaçados. Esta é a era das viagens rápidas, fraldas e moral descartáveis, das rapidinhas, dos cérebros ocos e das pílulas mágicas. Um momento de muito coisa na vitrine e muito pouco na dispensa.

Uma era que leva esta carta até você, e uma era que te permite dividir essa reflexão ou deleta-la. Lembre-se de passar tempo com as pessoas que ama, pois elas não estarão aqui para sempre. Lembre-se de dar um abraço carinhoso em seus pais, num amigo, pois não lhe custa um centavo. Lembre-se de dizer Eu Te Amo a sua(seu) companheira(o) e às pessoas que ama, mas, em primeiro lugar se ame… se ame muito.

Um beijo e um abraço curam a dor, quando vêem de lá de dentro. Por isso, valorize sua família e as pessoas que estão ao seu lado sempre.

autor do texto: George Carlin (humorista, ator e escritor norte-americano)

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