segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Uma reflexão sobre a Santa Ceia e o colapso econômico global


Por Kadu Santoro



Estamos às portas de 2012, muito se fala sobre profecias apocalípticas, maus presságios, mudanças climáticas e principalmente no colapso econômico global. A pouco tempo atrás a bola da vez era a queda do dólar e da bolsa, seguida da crise econômica norte americana, depois veio a crise na Grécia e agora na Europa toda, enquanto, do outro lado do planeta se destaca a grande potência chinesa em franco e expansivo crescimento econômico e industrial. Pois é, mas diante destes e outros boatos, procurei fazer algumas associações bíblicas com o mais preocupante deles, o colapso econômico global, que na verdade é uma grande farsa mundial, forjada por uma pequena e fechada elite global que tem como principais nomes para serem estudados em outra oportunidade, os Illuminatis e o Clube de Bilderberg.

Durante esses cinco últimos anos essa turma tem se empenhado para reduzir o valor do dólar (USD) frente ao Euro. Alguns anos atrás, alguns banqueiros receberam subornos altíssimos para vender suas ações em dólar e comprar muitos Euros. Sabemos que um dos maiores indicadores da situação econômica de um país é o índice de desemprego. Em fevereiro de 2007, nos EUA, a taxa de desemprego chegou a 4,3%, enquanto no Japão, chegava a 4,0%. De vinte e sete países da União Européia, vinte dois tinham taxa de desemprego acima de 5,0%. Diante desse quadro, percebemos que o valor do Euro foi sendo inflacionado artificialmente como parte do plano global para desvalorização do dólar, pois a quebra do Federal Reserve (FED) e do dólar, iria afetar bruscamente todas as nações e dar aos senhores do mundo a desculpa esfarrapada para imporem sua ditadura baseada no governo mundial único, ou seja, estabelecer a Nova Ordem Mundial.

Os “donos” do Federal Reserve, diga-se de passagem, são banqueiros, também tem seus representantes no conselho Illuminati dos treze. Esses tem trabalhado secretamente na Europa, nos EUA, na China para quebrarem a economia. O Federal Reserve ajudou a China a entrar nos programas de trading e assim poder articular melhor as jogadas financeiras, não existindo nenhum conflito entre o FED e a China; Na verdade eles estão mais juntos do que imaginamos para estabelecer o complô mundial, visando afundar a economia mundial e instaurar o regime ditatorial do governo único confederado da terra, criando uma moeda única.

Vocês devem estar se perguntando, o que tudo isso tem haver com a Bíblia? Falei no início sobre a elite global, mas ainda não falei quem é que faz parte dela, ou melhor, quem são os que estão no controle dela. A elite global, é controlada por treze famílias, elas controlam toda a riqueza mundial, além disso, exercem influências diretas sobre a vida de sete bilhões de pessoas, decidindo quando e como fazer guerras, criar desordens e crises nos países, fomentar o terrorismo de todas as espécies, espalhar pandemias, etc...

Agora que já temos uma idéia de como funciona o esquema sujo, vamos fazer algumas reflexões em cima da Bíblia. Quando lemos o episódio em que acontece a Santa Ceia que se encontra no Evangelho de Lucas (Lc.22.19-23), percebemos que são treze pessoas à mesa - Jesus e os doze apóstolos, que na verdade simboliza naquele momento a aliança realizada entre Jesus Cristo com as doze tribos de Israel. Assim também, como no Clube de Bilderberg, se assentam os representantes das treze famílias da elite global (podendo ser um deles o anticristo), buscando estabelecer a Nova Ordem Mundial. No versículo 25 do mesmo capítulo (Lc.22) do Evangelho de Lucas, Jesus diz aos discípulos: “Os reis dos povos dominam sobre eles, e os que exercem autoridade são chamados benfeitores.” Realmente, se repararmos bem nos dias de hoje, esses grandes líderes globais e estadistas são homens que se apresentam de forma carismática, sempre bem vestidos, sorridentes e atenciosos, mas na verdade, seus corações estão em outra direção. São os mesmos que beijam as cabeças de criancinhas famintas, apertam as mãos de gente simples do povo em épocas de eleições, e ao mesmo tempo fomentam a fome, a doença e a guerra entre as nações. Eles que criam um regime de controle e poder, escravizando e explorando os povos.

A Santa Ceia de Jesus é um convite a todos, indiferente de credo, religião, raça, identidade nacional, etc. É um ato de amor e inclusão social nos dias de hoje. Jesus não exclui ninguém desse banquete de comunhão e aliança, pelo contrário, ele oferece a plena liberdade de escolha de querer se assentar a mesa ou não. O alimento servido a mesa é fruto do trabalho justo e honesto de todos, pois no Reino de Deus, a justiça e a igualdade, já estão intrínsecas com a consciência solidária e humanística. A comunhão é o verdadeiro ato de partilha e participação.

Na mesa da Santa Ceia só não há lugar para os fariseus modernos e popstars da mídia gospel, pois estes seriam hipócritas demais em assentar-se com os pobres e necessitados (que para eles se encontram nessas condições por causa de pecados, maldições e encostos), porque às custas do suado dinheiro deste povo sofrido, só frequentam as grandes churrascarias e cozinhas internacionais de hotéis cinco estrelas, que tem como proprietários alguns dos Iluminatis.

A Santa Ceia é para todos, independente de discipulado, conjuntos de regras, hábitos e costumes, dogmas e estatutos de igrejas. Ele mesmo disse que é o Pão da Vida (Jo.6.35), que aquele que se assenta com ele jamais terá fome. A nossa missão é fazer com que esse pão vivo que desce do céu (Jo.6.33) seja multiplicado como o maná do deserto e distribuído de forma justa para todos sem discriminações alguma.

Chegou a hora de sentarmos a mesa e nos unirmos em verdadeira comunhão para mudar esse quadro conspiratório e manipulador, buscando alertar ao máximo as pessoas sobre tudo o que está acontecendo nos bastidores da política econômica internacional, deixar um pouco de lado as atividades igrejistas e praticar as humanísticas, cumprir de fato o que Jesus disse: “O Espírito do Senhor está sobre mim, pelo que me ungiu para evangelizar os pobres; enviou-me para proclamar libertação aos cativos e restauração da vista aos cegos, para pôr em liberdade os oprimidos, e apregoar o ano aceitável do Senhor.” (Lc.4.18-19) e não ficarmos como os cachorrinhos da passagem da mulher siro-fenícia (Mc.7.24-30), comendo as migalhas que sobram e caem da mesa dos poderosos senhores do mundo, da elite global. É preciso fazer como no Apocalipse de João, resistir e denunciar toda a ideologia imperialista moderna.

domingo, 25 de dezembro de 2011

O verdadeiro louvor


Por Paulo Grego

Hoje em dia existe uma grande quantidade de pseudo-músicos/cantores cristãos que acreditam serem "levitas", onde inflam e alimentam seus egos pedindo aplausos que dizem ser para Jesus.

Jesus não quer aplausos, Ele quer corações, que alimentemos os pobres, cuidemos das viúvas em louvor do Seu nome. Quem dá aos pobres empresta a Deus, pois a fé sem obras é morta, e não belos discursos que são apenas palavras sem ações concretas, não são louvores ou melhores músicas cantadas e tocadas por pseudo-músicos/cantores que cantam amor, mas só o conhecem em estrofes e refrões, mantendo suas almas frias e distantes de seu próximo.

O Espírito Santo não suporta hipocrisia! Temos que dar suporte uns para com os outros, não podemos fazer acepção de pessoas, temos que perdoar e pedir perdão, pois isto é um grande favor que fazemos a nós mesmos.

Os sinais estão aí, quem tem ouvidos ouça o que o Espírito diz as igrejas.(lembrando que igreja somos nós, eu e você). Se não quisermos ficar por aqui, temos que olhar para dentro de nós mesmos e detectarmos cuidadosamente as áreas de nossa vida que precisam de tratamento, caso contrário, não iremos subir para o encontro com o Cordeiro de Deus.


Deus abençoe a todos.

Paulo Grego é um cristão livre de dogmas, guitarrista da banda
de rock After Darkness, residente no Rio de Janeiro.

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

As relações entre o texto bíblico sobre o anúncio da natividade aos pastores do campo com os manuscritos de Qumran.


Por Kadu Santoro

Quando os anjos apareceram aos pastores que viviam no campo, conforme o texto bíblico encontrado no Evangelho de Lucas (Lc.2.14), anunciando o nascimento do messias salvador – Jesus Cristo, na cidade de Belém, encontramos neste texto alguns questionamentos exegéticos polêmicos. As últimas palavras do anjo dizendo: “Glória a Deus nas alturas...” (Lc.2.14a), por muito tempo foi alvo de questionamentos e discussões entre as denominações cristãs. A pergunta que não se cala é a seguinte, será que após a primeira parte deste versículo, os anjos quiseram dizer: “e na terra paz às pessoas de boa-vontade” (conforme a Vulgata Latina), ou seria: “e na terra paz e às pessoas harmonia” (versão de Martinho Lutero através de sua interpretação: “...a boa vontade de Deus ou o agrado..., que ele, por intermédio de Jesus Cristo, tem em relação às pessoas”, mas também: “o coração pacífico, que tudo suporta e aceita”), ou ainda: “e na terra paz às pessoas, de quem Deus se agrada” (aquelas segundo Deus escolhe e elege)?

Percebemos que essa passagem foi controvertida confessionalmente por muito tempo. Segundo alguns católicos, viam recompensada a boa vontade das pessoas e para a maioria dos protestantes, viam como a confirmação da soberania divina em eleger quem ele quer, independentemente de obras e méritos da pessoa. Devido a esse questionamento, forma-se outra pergunta fundamental: se tratava da vontade divina em relação às pessoas ou da boa e grata vontade dessas?

Graças a descoberta dos Manuscritos do Mar Morto, ou seja, os Textos de Qumran, foi possível tentar esclarecer essas questões a respeito do texto de Lucas, em relação a vontade eletiva de Deus.

Nos textos de Qumran encontra-se a seguinte expressão: “filhos do seu agrado/arbítrio”, como por exemplo nos hinos: “...a plenitude de sua misericórdia para com todos os filhos de seu agrado” (1 QH[1] 4.32-33), muito parecido em 11.9). Em 1 QS[2] 8.6, são mencionados os “eleitos de seu agrado”. O significado disto é: Deus escolheu livremente as pessoas através de sua própria e exclusiva resolução. Nós podemos nos orientar pelo arbítrio de Deus ou por aquilo que é do seu agrado. De todo o modo, o critério sempre é a sua vontade.

Podemos concluir que, o hino dos anjos em Lucas 2.14, diz da seguinte forma: “Glória a Deus nas alturas e na terra paz às pessoas que Deus escolheu segundo o seu agrado”. Resumindo, são aquelas pessoas, às quais Deus deseja presentear com sua salvação. São aquelas pessoas que o Evangelho consegue alcançar. De forma semelhante, conforme os textos de Qumran, Deus concede sua misericórdia às pessoas. Tudo passa pela soberania divina. Porém, se falamos de eleição, logo pressupomos que exista o contrário, os não eleitos. Podemos perceber que alguns textos de Qumran tem como característica o “dualismo” (possivelmente de influência Persa), uma divisão de pessoas entre aquelas que pertencem a Deus e as que pertencem ao outro lado, ou seja, chamados nos textos de Qumran como “Filhos das trevas” e “Crianças da luz”. Provavelmente seja por isso que Jesus fala aos seus discípulos em Mateus 18.1-5 que aquele que não vos converterdes e não vos tornardes como criança, de modo algum entrará no reino dos céus. Portanto, aquele que se humilhar como esta criança, esse é o maior no reino dos céus, ou quando ele diz que deixai os pequeninos, não os embaraceis de vir a mim, porque dos tais é o reino dos céus (Mt.19.14).


Bibliografia:
BERGER, Klaus, Qumran e Jesus: uma verdade escondida? Klaus Berger; tradução Ivoni Richer Reimer. Petrópolis, RJ : Vozes, 1994.
Bíblia TEB versão de estudos, Tradução Ecumênica, Loyola, SP


[1] 1 QH – Rolo de Hinos, da caverna 1
[2] 1 QS – Regra da Seita, da caverna 1

Participação do colunista Kadu Santoro no programa Debates Culturais na Rádio livre


Programa Debates Culturais de 10 de dezembro de 2011

Participantes: Alessandro Lyra Braga (historiador), Maria da Conceição Cotta Baptista, mais conhecida como Conceição D’Lissá (psicóloga e candomblecista), Kadu Santoro (teólogo e professor criador do Jornal Despertar), Washington Reis (professor e articulista), Adem Ibrovic (pesquisador metafísico e criador do Projeto Neblina) e Antônio Pinheiro de Carvalho (ativista social e presidente do Conselho Comunitário de Segurança da Ilha do Governador).

Acima, em sentido horário: Kadu Santoro, Antônio Pinheiro de Carvalho, Washington Reis, Maria da Conceição Cotta Baptista e Adem Ibrovic.

Assuntos abordados: Iniciamos o programa conversando sobre as evidências técnicas da existência dos chamados fantasmas e outras manifestações sobrenaturais. Também conversamos sobre as diversas formas de discriminação, principalmente a econômica, a religiosa e a racial. Debatemos ainda sobre o conceito de decência, especialmente a decência moral e a decência política. Abordamos também a questão da fé e de sua mercantilização nos dias atuais. Também debatemos sobre a pornografia e como este “fenômeno de mídia” nos atinge na atualidade.

Queridos leitores,
foi um imenso prazer em participar dessa edição do programa Debates Culturais na Rádio Livre AM 1440 khz falando a respeito de preconceito e intolerância religiosa. Quem quiser ouvir esse programa na íntegra ou os demais que eu participei, é só acessar o site www.debatesculturais.com.br entrar na opção de áudio dos programas e escutar.

Abraços,

Kadu Santoro

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Invocando o nome de Deus em favor da vida


Por Kadu Santoro

Infelizmente, essa realidade é minoria nos dias hoje. O uso do nome de Deus se tornou algo fácil e popular, afinal de contas, bater palmas para Jesus gritando que ele é a solução para os problemas é muito cômodo. Muitos saem dizendo por aí que ele é a solução até para a morte, como se fosse uma fórmula mágica, mas ao mesmo tempo eu faço uma pergunta: Como Ele pode entrar com solução em nossas vidas, se nós que somos o fermento, ficamos na maioria das vezes fora da massa? A nossa relação com Deus deve ser conjunta, ele espera pela nossa participação e decisão de agir em nome dele, porém, fazendo o que ele fez e o que ele faria se estivesse aqui entre nós, caso contrário, estamos ignorando a importância do engajamento em ações que ajudam a transformar as estruturas do pecado e da morte.

Infelizmente, hoje em dia em reuniões de muitas igrejas, se pronuncia o nome de Deus em demasia, principalmente quando se fala em demônios e guerras espirituais. De tanto verem demônios e espíritos malignos em pessoas debilitadas física e emocionalmente, aflitas, desequilibradas, necessitadas e sem esperanças, acabam perdendo a sensibilidade de discernir o que é material do que é espiritual, e a capacidade de ver a realidade diabólica em que vivemos, cheia de injustiça, maldade, vingança, ganância, egoísmo e desrespeito à vida (Os.4.2). A religião quando só fica nas palavras e não contribui para a promoção de mudanças na vida da comunidade, está apenas usando o nome de Deus em vão.

Jesus enfrentou os mestres da sinagoga que exigiam do povo uma religião legalista e não se preocupavam com as angústias dos sofredores. “Que é mais fácil dizer: os teus pecados são perdoados, ou: levanta-te e anda?” (Mt.9.5). Palavras religiosas apenas não bastam, é preciso agir sim, em nome de Deus ajudando os caídos e prostrados a se levantarem e retornarem ao caminho. Deus atua inspirando a ação das pessoas que nele crêem e o invocam através do seu nome.

Jesus alerta aos que querem segui-lo, que é necessário passar pela porta estreita (Lc.13.24), porém não passará por ela os que simplesmente proclamaram discursos religiosos impressionando os fiéis com curas, milagres e exorcismos (Mt.7.22,23). O principal é, segundo a afirmação de Jesus: “Eu estava com fome e sede, nu, doente, preso... e tu me socorreste” (Mt.25.35-46).

Usar o nome de Deus em vão não passa de discurso ou sentimentalismo religioso, sem consequência prática na vida. Isso era exatamente o que Jesus censurava nas autoridades instituídas do seu povo (fariseus e saduceus): “Falam e não praticam” (Mt.23.3). O apóstolo Tiago também fala a respeito da hipocrisia (Tg.1.22,26,27), escrevendo sua carta às comunidades.

Deus tem nos alertado para que sejamos cada vez menos religiosos e mais humanos. A fé não deve produzir primeiramente, imagens, discursos, instituições, hierarquias... mas uma conduta voltada para o amor, a solidariedade e a justiça, pois: “O Reino de Deus não consiste em palavras, mas em poder” (ICor.4.20), poder de ação e transformação em prol da vida. O apóstolo Paulo também explica aos romanos, que o culto espiritual que é agradável a Deus, é o culto que não “espiritualiza” a fé, mas que a encarne na realidade (Rm.12.1,2). O apóstolo João diz o mesmo: “Se alguém disser: “Amo a Deus”, mas odeia o seu irmão, é mentiroso; pois quem não o irmão, a quem vê, não pode amar a Deus, a quem não vê” (IJo.4.20).

Que a nossa invocação do nome de Deus não seja em vão, mas esteja na boca dos pobres e necessitados que nos dirigimos para estendermos a mão e ajudá-los: “Bendito o que vem em nome do Senhor!” (Mc.11.9).