domingo, 21 de novembro de 2010

A guerra dos trinta anos - um retrato histórico da intolerância político-religiosa


A Guerra dos Trinta Anos ocorreu entre os anos de 1618 à 1648 na Europa, justamente num momento histórico tenso nesse continente durante o século XVII. Esse período ainda estava marcado pela transição do sistema feudal para a idade moderna, ou seja, para o período da ascensão da burguesia, onde o modelo teológico agostiniano já não atendia mais às necessidades da sociedade. As lutas européias do século XVII, podem ser consideradas como a extensão dos conflitos religiosos iniciados no século XVI, no período da Reforma Protestante e do conflito entre a França e o Império Germânico, iniciado na Época de Francisco I, onde essas nações buscavam maior hegemonia política.

O cenário deste período, é marcado por vários conflitos, os países escandinavos (Suécia, Dinamarca e Noruega) brigavam por questões territoriais ao norte, os turcos ameaçavam a Alemanha e a Itália. A maior oposição, porém, era a existente entre a Espanha e o Império Germânico, de um lado, e a França, do outro. A esses conflitos geopolíticos, se juntavam as lutas religiosas, pois a idéia de tolerância religiosa naquela época não existia. No Império Germânico, os príncipes protestantes se organizaram formando uma Liga Evangélica para se oporem à política do imperador. Essa atitude levou os príncipes católicos a se unirem, por sua vez, numa Liga Sagrada. Esses dois grupos entraram em choque em vários lugares, primeiro na região da Boêmia, que pertencia aos Habsburgos, onde havia uma grande concentração de protestantes, depois atacaram o castelo imperial de Praga, no ano seguinte, os protestantes recusam-se a aceitar o Imperador Ferdinando II, e escolheram um príncipe protestante, Frederico V, para ser rei da Boêmia. Neste momento, inicia-se a guerra sangrenta dos 30 anos.

O então, Imperador Ferdinando II, venceu os príncipes protestantes e tomou medidas severas contra eles: condenou à morte os chefes da revolta e confiscou seus bens, aboliu os privilégios políticos e a liberdade de culto na Boêmia, além disso tudo, confiscou os domínios de Frederico V e retirou-lhe o direito de voto para eleição de imperador, deixando de ser príncipe eleitor.



Pelo lado protestante, comandado pelo Conde Mathias Von Thurn, eles obtiveram algumas vitórias, estendendo a revolta para outras regiões, porém, vale a pena ressaltar, que, do lado protestante também havia divergências entre luteranos e calvinistas, o que enfraqueceu os protestantes e acabou abrindo espaço para a contra ofensiva católica, liderada pelo germânico T’Serklaes Von Tilly, que venceu os protestantes na Batalha da Montanha Branca, onde após essa vitória, muitos rebeldes foram condenados á morte e todos perderam seus bens e posses.

Finalmente, depois de vários anos de constantes lutas religiosas, em 1648, foi assinado o Tratado de Westfália, que marcou o fim do poder imperial na germânia, ficando decidido, que tanto o catolicismo quanto o luteranismo e o calvinismo ficassem permitidos no Império, ficando os príncipes com o direito de determinar a religião daqueles que governavam. A tomada das terras pertencentes à Igreja Católica, ocorrida em 1624, foi confirmada. O Império continuou eletivo, com exceção dos domínios diretos do imperador; os príncipes eleitores continuaram independentes. A França e a Suécia foram consideradas protetoras da liberdade dos príncipes alemães. A Alemanha foi reduzida a uma confederação de 350 pequenos estados independentes. A independência das Províncias Unidas foi reconhecida. O Tratado de Westfália, marcou o início da hegemonia francesa, pois deu à França a Alsácia, Lorena e os domínios Habsburgos dessa região.



Bibliografia:
- JOBSON, José de A. Arruda, História Moderna e Contemporânea – Ed. Ática – SP - 1988


Kadu Santoro

Um comentário:

  1. Olá Kadu Santoro. Parabéns pelo seu blog e pela iniciativa. Os textos são informativos e bem escritos. Talvez vc se interesse também pelo nosso blog - www.2012oano.wordpress.com e pelo lançamento do livro 2012:o ano da profecia maia de Daniel Pinchbeck pela Anadarco Editora (www.anadarco.com.br)

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